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ESFRIAMENTO ESPIRITUAL PDF Imprimir e-mail


II Cor. 13:5 – Rom. 12:11
Hoje gostaria de vos falar de esfriamento espiritual, o porquê de isso acontecer e como se pode e deve evitar, já que o esfriamento espiritual por todas as razões que bem conhecemos, não deve suceder, muito menos porque é da vontade de Deus que não aconteça.

Não há qualquer desculpa para o crente esfriar, mesmo quando aparentemente isso possa ser compreensível devido a certas circunstancias, e isto porque é Deus quem nos pede para sermos fervorosos em tudo e em todas as circunstâncias, prometendo para isso dar-nos graça e força, mesmo quando vem a hora de maior provação.

Na física existem leis inevitáveis. Apesar disso e sabendo nós que assim é, nós tomamos medidas para as retardarmos ou se possível evitarmos, de outro modo acabamos por sofrer um colapso prematuramente.

Um exemplo: a ciência diz-nos, e todos sabemos disso sem que tenhamos formação cientifica, que com o passar do tempo tudo tende a degradar-se, tornando-se mais lento e desordenado.

A mesma lei se aplica ao ser humano. Com o passar dos anos perdemos capacidades físicas e mentais e até beleza.

Quando se dão os primeiros sintomas, o mais normal é que nós procuremos formas e meios de evitar que isso aconteça, pelo menos adiar para o mais tarde possível.

Se sentimos o nosso corpo ou a nossa memória enfraquecerem, procuramos um médico que nos receite os medicamentos ou vitaminas de que precisamos, e depois devemos tomar esse remédio.

Sendo caso disso, procuramos ter uma alimentação mais correcta e apropriada à nossa necessidade.

Talvez praticar uma actividade física que nos possibilite adquirir mais força ou resistência…etc. etc.

Assim como isto acontece no mundo físico, existe uma lei semelhante que opera no plano espiritual.

No plano espiritual como no físico, se não tomarmos medidas para o evitarmos, a nossa saúde ou estado espiritual se vai degradando até à completa desagregação.

Por isso é que a palavra de Deus nos adverte repetidamente de várias formas a que tenhamos atenção ao nosso estado espiritual, e façamos todos os possíveis para nos conservarmos espiritualmente fortes e de boa saúde.

Algumas sugestões para o conseguirmos.

1 – Examinar e ter em atenção a nossa linguagem.

Em I Cor. 15:33 nós lemos que “as más conversações corrompem os bons costumes.”

A maneira como nós reagimos verbalmente em determinadas circunstancias ou o modo como nos expressamos e os assuntos de que falamos, revelam de certa maneira o nosso estado espiritual.

Não estou a referir-me apenas ao uso de linguagem obscena ou menos sã, que essa como diz o apóstolo Paulo, entre o povo de Deus nem sequer se nomeie. (Ef. 5:3)

Refiro-me à forma usual e muitas vezes constante, com que falamos dos nossos irmãos na fé com uma linguagem agressiva, talvez até injuriosa.

Ou como nos comportamos com os outros quando somos provocados ou ofendidos.

A Bíblia diz-nos que Moisés era homem manso.

Olhando para alguns dos seus comportamentos a sua mansidão parece-nos discutível, mas é Deus quem o diz, e Ele é quem vê as coisas correctamente.

Um dia na Escola Dominical perguntaram a uma criança o que era ser manso. A criança respondeu: “ser manso é dar respostas suaves a perguntas ásperas”

Precisamos ser mansos deste ponto de vista. À linguagem áspera e ofensiva, responder com contenção e moderação.

Este é um sinal não só de boa educação, como de elevado nível espiritual.

O Senhor Jesus disse que amar os que nos amam e fazer coisas boas a quem é nosso amigo, isso é muito fácil e qualquer um tem essa capacidade, mas nós devemos ir além disso.

Não vai à muito tempo, alguém crente que eu não conheço e não me conhece a mim, por uma simples palavra que eu usei por escrito, sem a mínima intenção de ofender, vocês não imaginam como fui tratado por causa disso.

Primeiro foi a esposa desse irmão, a seguir foi ele. Trataram-me com tal violência verbal que eu nunca esperaria, com a agravante que depois vim a saber, que ele é ancião de uma igreja no sul.

Comentando depois isto com outro irmão que também foi atingido neste “fogo cruzado”, este irmão sem fazer comentários apenas disse: “isto revela falta de espírito cristão”

Poder-se-ia dizer: Trata-se de frieza espiritual.

Como cristãos devemos cuidar na forma como usamos a nossa língua, usando-a para edificação.
2 – Examinar o nosso arrependimento.

Em Joel 2:13 nós lemos isto: “Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes…”

Naquele tempo era comum as pessoas mostrarem a sua tristeza, arrependimento ou indignação, através do rasgar das suas vestes.

Nesta passagem o profeta Joel diz a Israel que entre eles havia muito rasgar de roupa, mas pouco arrependimento. Havia muita actuação simbólica e nada na prática.

Hoje em dia passa-se o mesmo com muitos dentro da Igreja.

Fala-se e aponta-se os pecados dos outros, achando que grave é o que os outros fazem.

Se somos nós a fazê-lo, temos uma boa razão ou justificação, e nunca reconhecemos que erramos.

Procedendo desta forma, não rasgando os nossos corações, isso nos levará ao esfriamento espiritual.

Precisamos de constantemente fazer um auto-exame perguntando a nós mesmos: “existe pecado na minha vida do qual ainda não me arrependi?

Se temos consciência de termos pecado e não nos arrependemos, usando os outros como desculpa, isso é muito grave.

Não só porque isso nos está levando ao esfriamento espiritual, mas o que é mais grave é que isso nos impede ter comunhão com Deus.

Por isso é que David sendo sábio, confessava e pedia purificação dos seus pecados, mesmo os que lhe eram ocultos, aqueles que ele não se dava conta ter cometido. (Sl. 19:12)

Devemos tomar o exemplo de David fazendo como ele fazia.
 
3 – Examinar o nosso crescimento espiritual.

O apóstolo Pedro na segunda carta 3:18 por causa de alguns que viviam na incredulidade, advertia os crentes a crescerem na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.

Um dos factores que leva ao esfriamento é a falta de crescimento espiritual.
Este era e continua sendo o antídoto contra a queda e o esfriamento espiritual.

O crescimento espiritual é uma das formas de podermos avaliar o nosso estado espiritual.

De vez em quando convém que olhemos para trás e rever o nosso trajecto espiritual desde que nos convertemos.

Convertemo-nos, começamos a frequentar a igreja assistindo a todos os cultos, depois veio a Ceia do Senhor.
A seguir talvez, iniciamos uma actividade na igreja, colaborando com entusiasmo em cada culto ou evento…
Assim, gradualmente fomos subindo os degraus da fé e da vida cristã.

E hoje?  Estamos ainda a subir,  porventura parados, ou até mais provavelmente a recuar?

Se calhar temo-nos descuidado na assiduidade aos cultos, nos estudo da palavra de Deus, na oração, na colaboração com a igreja, dizendo que isso é só por falta de tempo.

Apercebemo-nos de que não existe o mesmo entusiasmo, a mesma fé e a mesma atitude do passado.

Mas vendo isto tudo, será que não encaramos as coisas sériamente e nos arrependemos, confessando ao Senhor o nosso pecado, voltando como diz Ap. 2:5 ao lugar onde caímos e voltar a praticar as primeiras obras?

Só desta forma conseguiremos evitar de cair no esfriamento espiritual profundo, do qual é muito difícil sair, do qual muitas vezes se não quisermos sair por vontade própria, vamos obrigar Deus a fazê-lo por vezes de uma forma dolorosa.

Para terminar quero dar-vos a este mesmo propósito o exemplo de um homem que por causa destas mesmas razões, terminou ruinosamente a sua vida espiritual.

Refiro-me a Sansão.

Sansão foi um dos homens que viveu num dos períodos mais conturbados da nação de Israel, o tempo antes da monarquia, chamado o tempo dos Juízes.
Os Juízes foram pessoas a quem Deus chamava e dava capacidades para liderar a nação, normalmente  tirando-a do domínio estrangeiro, mas principalmente da sua crise espiritual.

Sansão foi um desses juízes, o décimo quarto.

 Sansão teve um excelente início, recebendo dos pais uma excelente educação e aconselhamento para que fosse um bom servo de Deus.

Sansão para além de não ter feito caso dos conselhos dos pais e dos princípios que recebeu, tinha principalmente 3 defeitos, que muitos de nós ou todos nós temos. Sansão nunca conseguiu corrigir esses defeitos que foram a causa da sua ruína.

1 – O temperamento.

Ao lermos o livro de  Juízes entre os cap. 13-17, vemos como Sansão se irava facilmente e com frequência, tendo um espírito vingativo, o que o levou a tomar atitudes com “cabeça quente” o que depois pagou bem caro, com prejuízo não só para ele mas para a nação.

Quantos de nós não vivem este problema de falta de controle do seu temperamento, que depois nos trás tantos prejuízos, incluindo os espirituais?

2 – Os desejos carnais.

Um dos seus outros defeitos era o da sua inclinação para os desejos da carne.

Como sabemos, Sansão era fisicamente muito forte, mas moralmente ele era fraco. Ele nunca soube ou conseguiu controlar seus desejos carnais, e isso levou-o a cometer erros enormes.

3 – Recusou sempre aprender com os seus erros.

Sansão ao não conseguir dominar o seu mau temperamento nem controlar os seus impulsos carnais, errou muitas vezes.

Algumas vezes ele errou repetidamente, mas recusou-se sempre a aprender com os seus erros.

Aprender com os erros dos outros é muito melhor, pois poupar-nos-á dissabores e muitos problemas, mas se erramos temos uma boa ocasião para demonstrarmos se somos ou não pessoas inteligentes, ao aproveitar o facto para aprendermos algo rectificando para a próxima vez.
Uma das coisas que todos deveremos cultivar e que nos será de grande utilidade, é o de aprendermos a conhecermo-nos a nós próprios, principalmente o que são os nossos defeitos e fraquezas, para assim nos precavermos de cair ou errar.

Se assim fizermos erraremos menos, e se vamos sempre aprendendo com os nossos erros, cada vez menos nós iremos errar, e isto nos ajudará a nos mantermos espiritualmente mais fortes.

OS ERROS DE SANSÃO

Alguns dos piores erros de  Sansão.

Um dos principais foi a escolha dos amigos e companhias.

Sansão teve uma falha terrível na sua vida que foi a escolha de amigos errados, particularmente o de duas de suas esposas. Este foi o principal factor do seu fracasso.

O nascimento de Sansão foi um milagre de Deus, pois sua mãe era estéril, mas Deus fez com que ela trouxesse ao mundo a Sansão.

Deus era com Sansão e lhe deu capacidades normais e sobrenaturais para fazer dele um grande homem de Deus, mas Sansão permitiu que as suas más companhias o desviassem dos planos de Deus para ele.

Que amigos e companhias temos nós escolhido? São eles capazes de nos ajudarem a andarmos mais perto de Deus fazendo a Sua vontade ou acontece o contrário?

Jovens ainda solteiros; quanto a esposas e maridos, convém fazer uma boa escolha. O melhor mesmo é deixar que seja Deus a escolher por vós.

(alguns até podem dizer que ninguém vai fazê-los deixar de fazer a vontade de Deus. Acredito que isso possa ser possível, mas de uma coisa podeis estar certos, isso poderá acontecer mas será feito sempre debaixo de maior dificuldade, dor e até sofrimento. Por isso podereis evitar isso fazendo boas escolhas)

Por último, temos mais um erro que foi fatal a Sansão e será a todos que o cometerem.

Não levar Deus a sério.

Sansão descuidou a sua vida espiritual.

Sansão sabia ter sido chamado por Deus para levar a cabo uma missão específica, mas ele não buscou a direcção de Deus para nada do que fazia, fazendo sempre e só a sua própria vontade.

Lendo toda a história deste homem nós vemos apenas por uma vez Sansão orando a Deus, e isto apenas após tudo estar arruinado.

Só depois de ter feito tudo como bem quis e ter cometido erros sem conta e de ser capturado, ter sido cegado e humilhado pelos inimigos, então sim, ele lembrou-se de orar e clamar a Deus.

Deus deve fazer parte da nossa vida em todos os momentos e não apenas quando estamos aflitos.

Ele deve ser quem nos dirige e orienta a cada decisão que façamos, sendo esta a única forma de andarmos na Sua vontade.

Se Sansão tivesse agido desta forma desde o inicio a sua história teria sido muito diferente.

Que Sansão possa ser para nós um exemplo de como é que não se deve fazer.

Se temos cometido erros, isso até é humano, mas que saibamos buscar a ajuda de Deus para os evitar, havendo verdadeiro arrependimento para não os voltar a repetir.

Que através destes simples pensamentos, nós possamos no caso de estarmos esfriados espiritualmente, voltar ao fervor inicial.

Se o nosso fervor ainda se mantém como antes, que estes mesmos pensamentos nos ajudem a estarmos atentos a que se mantenha e mesmo aumente, pois só assim a vontade de Deus será realizada em nós e através de nós.


Que Deus seja louvado. Amén.

Agosto 2007
Carlos A. Oliveira

 
© 2007 Igreja Evangélica em Algeriz