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JORNADA DE ISRAEL PELO DESERTO PDF Imprimir e-mail

A história de Israel através do deserto, caminhando em direcção à terra prometida, mostra-nos muito daquilo que é a nossa experiência cristã neste mundo.

Como começou Israel?

Andemos atrás no tempo. Depois do dilúvio o homem voltou a corromper-se e lemos que Deus em Babel teve de confundir a língua dos homens para os espalhar pela terra.

Porém, Deus queria de entre todas as nações escolher uma para Si, para ser Seu povo e para que este povo fossem os instrumentos pelos quais o mundo viesse a receber as Suas bençaos.
Então, passados alguns séculos, os homens encontram-se de novo mergulhados na idolatria, excepto um homem chamado Abrão.

Deus decidiu chamá-lo e separá-lo para a partir dele vir a formar uma grande nação.

Deus chama-o e faz um pacto com ele.

Génesis 12:1-7 Este é o pacto que Deus fez com Abrão.

Porque os Israelitas acabaram escravos no Egipto?

Génesis 15:13 Tudo estava predito por Deus à Abrão, muito antes de acontecer.

No tempo de Jacó, (neto de Abraão) seus filhos venderam José, o irmão mais novo, a uns viajantes que o levaram e venderam como escravo no Egipto.

Anos depois houve uma grande fome na terra e só o Egipto tinha abundância, tudo porque José interpretou um sonho de Faraó que o preveniu contra esta fome, vindo José a tornar-se o homem mais poderoso do Egipto depois de Faraó.

Devido à fome os irmãos de José tiveram necessidade de ir ao Egipto comprar alimento, tendo ali conhecido o seu irmão.

Depois de vários episódios entre José e seus irmãos, José convidou-os para que toda a família viessem viver para o Egipto.

Enquanto José viveu, todos viveram em paz e liberdade. Depois da sua morte, passados 50 anos outro Faraó que não conhecera José subiu ao trono, e Israel de povo favorecido e amigo, passaram a odiados e temidos.

Principalmente porque adoravam um Deus único, contrariamente aos Egípcios, que possuíam muito deuses. Também porque os israelitas começavam a ser em grande numero e isso fez temer os Egípcios de virem a ser dominados por eles, então para o evitarem fizeram deles seus escravos.

A partir de então, este povo que apenas sabia criar e apascentar os seus rebanhos, passou 430 anos a construir as grandes construções e monumentos de Farão, muito ainda hoje existentes no Egipto.

E não era nada meiga esta escravidão. Contam os escritos e as obras de arte da época retratam, que estes escravos eram acorrentados uns aos outros, trabalhando desde a madrugada ao anoitecer debaixo de sol abrasador.
Eram continuamente chicoteados por capatazes Egípcios. Tais eram as condições de dureza dos escravos que se calcula que o escravo morria em média, ao cabo de 3 anos de trabalho.

Lemos então, que este povo clamava com grande clamor a Deus que os liberta-se, pois era muito grande a sua aflição e sofrimento no Egipto.

De forma milagrosa, Deus então, preservou a Moisés ainda bebé e o fez crescer dentro da própria casa de Faraó, para no tempo determinado 

Mas Deus apesar de todo o poder, poderia fazer isso de uma forma rápida e completamente milagrosa, no entanto Ele o faz de uma maneira muito particular.

Primeiramente, trabalhando o homem no seu carácter, preparando-o espiritualmente de modo a compreenderem qual a vontade de Deus e conhecerem melhor o Seu Deus.

Por isso esta caminhada foi longa, e ainda dentro do Egipto todas as coisas foram sendo preparadas e muitos acontecimentos teriam de acontecer para provação do homem e para sua preparação, quando chegassem  à terra de Cana.

Deus nunca dará nada ao homem sem primeiro o preparar e provar para tal.

É sobre a sequencia dos acontecimentos desta jornada que iremos durante algumas semanas estudar, para podermos compreender melhor o porquê de todos esses acontecimentos.

1. Comecemos pelas pragas que Deus mandou sobre o Egipto antes de libertar o Seu povo.

Deus não precisaria utilizar todas estas pragas para forçar Faraó a libertar o seu povo, mas todas aquelas pragas tinham por fim dar lições, não apenas aos Egípcios como também ao povo israelita.
• Através das pragas puderam aprender que o poder e a majestade pertencem apenas a Deus.

(se fossem libertados sem mais nem menos poderiam atribuir isso não a Deus, mas a outros ou a si mesmos)

• Por meio das pragas, Deus tinha por propósito prepará-los para a sua experiência no deserto, onde não havia nenhum meio de subsistência.

(aparentemente as 10 pragas duraram um período de cerca de meio ano com pequenos intervalos. Não como se poderá pensar, poucos dias)

Porquê o deserto?

O deserto era necessário primeiramente para aprenderem 2 lições. 1 – O que é a carne. 2 – Quem é Deus. (Dt. 8:2,14)
O caminho mais longo.  (Êxodo 13:17,18)

O caminho mais directo seria o que costeava o mar Mediterrâneo. Jacó desceu ao Egipto por esse caminho.

Em condições normais, no máximo fariam a viagem em 15 dias.

Era um caminho fácil, rápido seguro, pois até era uma área habitada.

Mas para Deus, este povo era ainda indisciplinado, não estando preparados para enfrentar um inimigo poderosos como os Filisteus que habitavam em Canaã.

O homem o que deseja é sempre o caminho mais curto para alcançar os seus fins (como Esaú ao vender a sua primogenitura. O sexo antes do casamento. Subir na vida a todo preço, pelo roubo… tem por fim encurtar o caminho).

O caminho de Deus porém, caracteriza-se por esperar, confiar e ser paciente.
Não existe sucesso sem sacrifício nem recompensa sem trabalho.

Para que Deus abençoe, precisamos de primeiro sermos obedientes. Isso exige seu tempo.

Alguns dos propósitos.

1. Israel precisava conhecer melhor a Deus, por isso Ele os levou para o deserto: um lugar de solidão, estéril, em que estariam totalmente dependentes dos recursos divinos.

2. Ali, Deus manifestou o Seu maravilhoso poder através de sinais e milagres a favor deles, como p. ex. a travessia do Mar Vermelho a seco.

3. Para ali receberem as leis da parte de Deus, na solidão imperturbável do deserto.

4. Para que se organizassem apropriadamente em comunidade e Estado – Igreja, antes de entrarem e ocuparem a terra de Canaã.

Ex. Quase todos os personagens Bíblicos fizeram sua viagem neste mundo, trilhando o “caminho longo”; como José, Daniel, Paulo. O próprio Senhor Jesus, Seu caminho foi o do sofrimento e humilhação, mas por fim, Deus o exaltou até ao mais alto lugar.

A coluna de nuvem e de fogo.  Êxodo 14:19,20

Fala-se da travessia do Mar Vermelho como uma das maiores manifestações do poder de Deus, esquecemos facilmente de um outro grande milagre que foi a coluna de nuvem e de fogo que guiou Israel de noite e os protegeu do calor abrasador do deserto durante o dia.
Esta nuvem representa o Senhor Jesus.

Poderão existir muitas outras maravilhas em nossa vida, mas a maior de todas será sempre a do Senhor Jesus estar permanentemente em nossa vida, guiando-nos e protegendo-nos.

Jesus para além de nos prometer dar tudo o que necessitamos, prometeu-nos a Sua companhia. “Eis que estarei convosco todos os dias…”

Mara.  Êxodo 15:23,24

Chegados a Mara e depois de já terem visto Deus fazer grandes maravilhas, vendo que ali as águas eram amargas, apressaram-se logo a murmurar.

Alguns por vezes, pensam que ao se converterem ao Senhor, que a sua vida se vai tornar muito fácil. (há até os que assim ensinam)
Desde sempre que os filhos de Deus tiveram de enfrentar problemas e dificuldades em sua vida, e assim será até que Cristo venha buscar os crentes.

Através das dificuldades, Deus moldará e trabalhará o nosso carácter.

Os problemas muitas vezes são utilizados por Deus para nos provar como o ourives faz com o ouro, passando-o pelo fogo para o limpar das impurezas. ( I Pd. 1:7)

Nunca estranhemos, antes achemos normal que as contrariedades surjam. Através delas, Deus quer limpar-nos para que vivamos para Sua glória.

Elim.   Ex. 16

Aqui, nova murmuração. Agora, reclamam por falta de comida.

Vendo-se no deserto árido, duvidaram uma vez mais do poder de Deus e come4aram a dizer: “Não temos que comer, morreremos de fome aqui…”

Isto ainda era o principio. Só passaram pouco mais de 2 meses.

Deus uma vez mais lhes mostra que tem poder para suprir em abundância todas as suas necessidades temporais, mesmo em pleno deserto e envia-lhes o MANÁ.

Uma vez mais com este milagre, vemos que ele aponta para Jesus.

Ele é o pão que desceu do céu, vindo de Deus para alimentar o homem.
Refidim. Ex. 17:3-6

Esta é uma das passagens que melhor ilustram o Senhor Jesus e a obra que Ele viria a realizar neste mundo.

O povo chegando a Refidim enfrenta uma sede consumidora, gerando-se uma tremenda rebeldia contra Deus e Moisés.

Então Moisés instruído por Deus num lugar chamado Horebe, que significa “seco” , faz com que brotem águas em abundância para saciar o povo.
Para tal, Moisés deveria com a sua vara, ferir a rocha para que assim Deus fizesse que dali brota-se água.

A rocha representava o Senhor Jesus. A vara, o juízo que sobre Ele caiu no Calvário. A presença dos anciãos enfatiza que a Sua morte seria consentida pelos principais do povo.

A água, fala dos benefícios que resultam da morte de Cristo para o que nele crê.

Porquê a necessidade em ferir a rocha?

Significa que sem ferimento não haveria água. Logo, nenhuma satisfação ou apropriação existiria.

Não seria possível receber os benefícios da graça de Deus sem que antes Cristo fosse ferido, para que depois nós nos pudéssemos apropriar dele.

3 figuras da morte de Jesus que já encontramos até aqui na jornada de Israel.

1. Cordeiro pascal. Fala da redenção pelo sangue.
2. Passagem pelo Mar Vermelho. Representa a redenção do poder da escravidão do pecado, separando-nos da escravidão, dando-nos vitória sobre o mundo. (Egipto)
3. Rocha ferida. Vemos a morte de Cristo, fornecendo vida nova (água) através do Espírito Santo.

GUERRA COM AMALEQUE (Êxodo 17:7,8)

Logo que o povo recebeu a água, descobriram um inimigo desconhecido chamado Amaleque.

Este homem era seu parente na carne, sendo neto de Esaú. (Gn. 36:12)

Esaú representa o homem carnal, assim como Jacó seu irmão é uma figura do homem espiritual.

Como sucedeu com estes irmãos durante muitos anos, esta é a figura do crente em que a sua carne luta contra o espírito e vice-versa. Gl.5:17

Até se terem encontrado com Amaleque, os israelitas nadam tinham feito, Deus tinha feito tudo por eles.
Eles não lutaram com Faraó, não precisaram abrir as águas do Mar Vermelho, nem sequer precisaram trabalhar pelo pão de cada dia…

Mas agora chegou o momento de terem de fazer alguma coisa para se defenderem de Amaleque, lutando contra ele.

Até ali, Deus resolveu todos os conflitos, tendo eles ficado quietos e apenas olhando. Ex. 17:9-13

Até ali Deus lutara por eles; agora Ele lutava neles e através deles.

Lição:  O crente nada teve de fazer para ser salvo das mãos de Satanás. Jesus foi quem na cruz lutou e venceu o nosso inimigo Satanás, e também suportou a ira de Deus que deveria cair sobre nós por causa do nosso pecado.

Apesar de não necessitarmos fazer nada para sermos salvos, enquanto neste mundo viajamos para o céu, por vários motivos, Deus permite ou mesmo nos envia que algumas lutas venham à nossa vida.

No entanto a promessa de Deus é de estar connosco, mas nessas lutas nós somos chamados a actuar fazendo a nossa parte.

Duas são as coisas que teremos de fazer para sairmos vitoriosos contra os nossos inimigos que são o mundo, a carne e Satanás.

Estas duas coisas devem andar unidas. Luta e Oração.  Gn. 17:9-13

Não apenas orar, é preciso também agir para que segundo o que depende de nós possamos mudar o rumo das coisas.

Se apenas agirmos também não será suficiente, porque a vitória não está em nossas forças ou na nossa muita coragem, mas na força que vem do Senhor.
SINAI      Ex.19:1,2/20:1-17

Até chegarem ao Sinai Deus os tinha tratado na base da pura graça.

Mas por causa da sua rebeldia, Deus foi forçado a lidar com eles com alguma rudeza.

A sua desobediência fez com que Deus que até ali os tratara como filhos com grande paciência, os passou a tratar como servos contratados sob a lei.

Talvez porque Deus os tratou com demasiado carinho, eles abusando da bondade de Deus se tornaram ingratos e desobedientes, por isso Deus lhes dá a Sua Lei para que ficassem conscientes do que eram em realidade.

A Lei foi-lhes dada por causa das transgressões, com o propósito de trazer ao homem o conhecimento do pecado. Gl. 3:19 / Rm. 3:20
A Lei faz com que o pecado seja manifesto, dando ao pecado o carácter de transgressão.

A Lei pode ser comparada a um termómetro, serve para nos mostrar que estamos com febre, mas não cura, ou como um espelho que nos revela as manchas de sujidade, mas não as lava ou purifica.

Gl 3:24  Cristo sim, Ele satisfez a exigência da Lei, que exigia a morte do transgressor. Jesus ao morrer, nos pôde justificar libertando-nos do nosso pecado.

O Bezerro de Ouro.  Ex. 32:1-21

Vemos neste acontecimento a importância de uma boa liderança. Moisés esteve ausente por alguns dias e logo o povo começou a perder sua orientação.

Logo se dispuseram a aceitar um novo líder, não um escolhido por Deus, mas por eles mesmos.

Se Moisés ali estivesse nada disto teria sucedido.
A diferença entre Moisés e Aarão era a de que Moisés tinha como prioridade obedecer e agradar a Deus, ao passo que Aarão era um daqueles lideres que gostava de agradar ao povo. Daí que sua liderança foi fraca e catastrófica.

O chamado líder popular acaba por conduzir o povo ao caos e à apostasia.

O verdadeiro líder é como Moisés. Ele não era um líder popular, pois vemos que por varias vezes foi contestado. Ninguém é  contestado por gosto, mas um líder do povo de Deus não pode estar preocupado com a contestação mas com a vontade de Deus. O facto do líder ser contestado pode ser um sintoma positivo.
A ideia de fabricar o bezerro e dedicar-lhe um culto, foi trazida do Egipto. Aquele bezerro era um símbolo do principal culto dos egípcios e representa o mundo com suas tradições.

O povo de Deus se mal liderado também acabará como os israelitas cometendo os mesmos erros e pecados do mundo.

Como pôde Aarão depois de ter visto em primeira pessoa todas as manifestações do poder de Deus, tirando-os do Egipto com todos aqueles milagres, se ter esquecido de tudo isto e ter cedido à pressão feita pelo povo para cometer tal pecado?

A resposta a isto encontra-se no facto de o pecado trazer nos seus próprios efeitos a cegueira e insensibilidade espiritual.

Isto deve fazer-nos meditar e termos muito cuidado connosco mesmos.

Por vezes ficamos espantados com alguém que até era líder e teve uma grande queda. Como foi possível, perguntamos.

Todos somos capazes do mesmo, não só Aarão ou alguém que conhecemos, por isso a palavra de Deus nos adverte a termos cuidado connosco e a vigiarmos para não cairmos em tentação.

Existem coisas que Deus não tolera, por isso teve de haver julgamento. Deus convocou os levitas para que matassem os que pecaram e foram 3 mil os mortos naquele dia (v. 28-30)

Devemos temer pecar, pois Deus ama o pecador, mas não tolera o pecado, muito mais se cometido pelos Seus filhos e não deixa o pecado sem sua punição.

TABERÁ.

Multidão Mista.  Nm. 11:4-6

Juntamente com os israelitas saíram do Egipto um numeroso grupo de pessoas que eram uma mistura de pessoas, gente de várias raças.

Passa quase ano e meio e nada se ouve sobre eles. Quando se ouve não é por bons motivos, mas por algo muito negativo para o povo de Deus.
Eles influenciaram os israelitas a se rebelarem contra o Maná que Deus lhes dava diariamente para seu alimento.

Quem eram afinal estas pessoas?

1 – Não eram israelitas
2 – Também ao que parece, não eram egípcios
3 – Era gente que foi atraída por aquele grande movimento do êxodo dos israelitas e que se quiseram juntar a eles.
4 – Era gente que por certo estavam desiludidas e descontes com o Egipto.
5 – Muitos deles , foram tocados e atraídos pelo espectacular dos milagres e pragas de Deus que viram na libertação dos israelitas.
6 – Outros talvez porque tinham casado com israelitas – motivos familiares.

Este tipo de pessoas também é possível ser encontrada no seio da Igreja de Cristo.

Enquanto Jesus era julgado e crucificado, alguns dos soldados romanos, embora indiferentes a Jesus, aos Seus ensinamentos e ao que se estava a passar, disputavam entre si a Sua túnica.

Eles só estavam interessados nos benefícios materiais de Cristo e nada mais.

Alguns há que vem para o meio dos crentes apenas com interesse nas bênçãos de Deus, não é Cristo que eles buscam, mas apenas as roupagens do cristianismo.
Mas será tudo uma questão de tempo, como sucedeu neste caso e aquilo que está oculto virá à luz.
Paulo diz-nos em I Coríntios 5:6 que um pouco de fermento leveda toda a massa.

Esta gente eram em minoria, mas bastou para criar este descontentamento entre o povo de Deus, levando-os  a dizer sentirem-se enjoados do alimento dado por Deus.

Eles juntaram-se aos israelitas mas nunca perderam o seu apetite pelas coisas do Egipto.

Dentro da Igreja podem existir os que nunca se converteram e mais tarde ou mais cedo irão reclamar do “maná” de Deus - O maná que é uma figura do Senhor Jesus.
Para muito Cristo não lhes basta, é um “pão enjoativo”. Eles irão procurar e querer outra comida. Comida do Egipto. (mundo) Por isso precisamos sempre vigiar.
Por vezes aquilo que acontece nos nossos dias poderá ser ainda pior.

Alguns estão cercando de atrair os descrentes sem lhes falar deste verdadeiro “maná” que é Jesus, oferecendo-lhes antes uma comida parecida com aquela que eles já estejam habituados para que eles assim a comam.
Isto é muito grave, mas o Senhor será severo e castigará todos que quer de uma forma ou de outra estejam rejeitando o Seu maná que é o Seu Filho Jesus.
Quibrote-Taavá.  Num. 11-14

Nm. 11:31-34 Deus já suportara várias murmurações com muita paciência, mas a partir de agora Deus começa a punir suas murmurações com castigos severos.

Mal havia terminado sua experiência de grande susto por causa do fogo de Deus, voltam de novo a provocar o Senhor, mostrando grande descontentamento pelo maná que recebiam como alimento.

Moisés com tudo isto se desesperou com aquele povo a ponto de pedir a Deus a morte. (v.15) Eles não queriam mais aquele maná exigindo carne. Deus então disse que lhes daria carne até se enjoarem, e mandando um vento trouxe até eles milhares de codornizes.

Mal isso aconteceu, se acendeu a ira de Deus contra eles, tendo matado todos que tiveram aquele desejo.
Deus até lhes concedeu o que eles pediram, mas depois os matou naquele mesmo lugar.

Deus estava irado com a sua atitude. Horrenda coisa é cair nas mãos de um Deus irado. Não devemos tentar a Deus abusando da Sua paciência e misericórdia.

Hazerot.  Num. 12:1-16 Miriam e Aarão murmuram contra Moisés.

Outro episódio que veio a causar grande prejuízo especialmente a Miriam mas também a todo o acampamento.

A murmuração è das coisas que mais aborrecem a Deus e grande prejuízo trazem ao povo de Deus, e que a Bíblia condena claramente.

Não esqueçamos que os murmuradores embora causem prejuízo aos outros, terão e sofrerão suas próprias consequências da sua murmuração. Miriam è um claro exemplo disso mesmo.
Cades Barneia.  Num. 13:1-3,25-33/14:1,2 Dt.1:19-40
Ao fim de dois anos de viagem encontramos este povo em Cades-Barneia tendo  diante de si o grande momento de poder entrar na terra que Deus lhes prometeu, mas esta foi a sua oportunidade perdida.

Devido à sua incredulidade, nenhum deles excepto Josué e Calebe vieram a entrar nessa terra.

Israel teve ali a sua grande oportunidade de receber de imediato a promessa de Deus. Aquilo que deveriam fazer era avançar e conquistar aquela terra confiando em Deus.

Pelo contrário, eles quiseram “ver para crer”.
- Se a terra era realmente boa e se valia a pena o esforço de a conquistar, vendo primeiro se o povo que lá habitava era fácil de expulsar… Dt. 1:22
Eles já  tinham visto que Deus tinha cumprido a promessa de os livrar da mão dos egípcios e do Egipto, mesmo assim duvidavam que Deus pudesse cumprir o resto da promessa que era de dar-lhes a terra da promessa.

A fé não precisa de espias.

A fé não deve basear-se no que vemos, mas na confiança na palavra de Deus.
Mesmo depois de terem visto que aquela terra realmente até era como Deus dissera; boa e onde manava leite e mel. Ou seja, rica e abundante.

Ainda assim, mas vendo que o povo era forte, tiveram medo e recusaram-se a avançar para a conquistar.

Quantas vezes não somos como eles, em vez de nos apropriarmos das promessas de Deus, ficamos “espiando” se somos ou não capazes… Depois por causa da nossa incredulidade acabamos perdendo as bênçãos que Deus tinha para nos dar.

Resultado.

Porque apenas 2 homens confiaram estando para serem apedrejados não fosse Deus ter impedido (14:10) e a maioria (10) conseguiram influenciar o povo tendo eles recusado avançar, Deus se indignou contra eles e os sentenciou.

1 – Todos que tinham menos de 20 anos teriam de morrer no deserto sem ver nem entrar na terra.

2 – Foram deste modo condenados a peregrinar naquele deserto até que todos eles morressem – mais 38 anos.

3 – Perderam  Canã. Mais tarde reconheceram seu grande erro e até se arrependeram, mas foi tarde demais. Existem oportunidades que Deus só concede uma vez.

Lição.

Esta experiência de Israel deve nos servir de advertência. Por vezes Deus dá-nos oportunidades para vivermos em maior comunhão com Ele, vivendo na Sua presença. Por medo, na hora da decisão recuamos, e então, vamos andar a vida toda peregrinando no deserto em vez de estarmos desfrutando das Suas abundantes bênçãos.

Cades (Meribá)  Num. 20:1,2,7-13

Moisés fere a rocha.

Para Moisés este foi um momento crucial.
Dos erros cometidos por Moisés nesta jornada, este foi grave e decisivo quanto ao seu futuro.

A ordem recebida por Moisés da parte de Deus era para falar à rocha para que dela brota-se água, em vez disso, Moisés enfurecido bateu na rocha.

É verdade que este seu pecado (impaciência) foi um pecado de um momento, devido à extrema pressão a que foi sujeito por causa das criticas do povo, mas ao mesmo tempo revelou da sua parte uma grande falta de fé na suficiência de Deus.

Significa isto que os nossos erros não poderão ser justificados com eventuais influências ou pressões da parte de outros.

As duas rochas.  I Cor. 10:1-3

Ambas as rochas nos falam da Pessoa de Jesus mas em duas perspectivas diferentes.

Na primeira em Horebe (Sinai), Moisés teria de a ferir para que desse água. Isto fala-nos da necessidade de Jesus ser ferido e morto para que recebêssemos a salvação.
Da segunda vez em Meribá, Moisés deveria apenas falar à rocha, para que o mesmo sucedesse.
Isto simboliza que Jesus apenas necessitaria ser ferido e morto uma vez, o que seria suficiente para salvar.

Da primeira vez Moisés levou consigo apenas os principais do povo (os anciãos). Figura da responsabilidade dos principais do povo na morte de Jesus.

No segundo caso Moisés convoca Araão e o povo. Isto representava Jesus ressuscitado e Sumo Sacerdote de todos.

Nas duas ocasiões a água brotou, símbolo do E.S. e representando a salvação e regeneração.

Jesus foi morto (ferido), agora só podemos falar a Jesus para sermos salvos ou se já somos salvos, receber as Suas bênçãos.

Moisés ao ter ferido a rocha pecou.

O pecado de Moisés em ter ferido a rocha, representa o pecado de todos aqueles que pensam que Jesus tem de morrer mais vezes para que sejam salvos (ex. Católicos), ou daqueles que ensinam que uma vez tendo recebido os benefícios da morte de Jesus (começando pela salvação) se possa voltar a perder esses benefícios.

Se fora possível alguém voltar a perder a salvação, isso representava  que para ser de novo salvo, Jesus teria de morrer outra vez por essa pessoa, e isso não é possível, pois Jesus só pode morrer uma vez por uma pessoa.

Moisés que por causa disto veio a perder o privilégio de entrar em Canaã, é uma figura de todos aqueles que defendem tais ensinos, e que igualmente não terão permissão de Deus para entrar no céu.

Serpente de bronze  Num. 21:6-9

Após mais uma murmuração do povo contra Deus por causa da dureza daquele deserto e do maná de que diziam estarem enfastiados, chamando-lhe pão vil, Deus enviou-lhes o castigo das serpentes ardentes.

Eram serpentes venenosas que mordendo o povo morria e estavam morrendo aos milhares.

Reconhecendo o seu pecado vieram até Moisés para que ele orasse ao Senhor para livrá-los.

Solução. 

Deus disse a Moisés para fazer uma serpente em metal e a pendurasse numa haste, e sendo que quem sendo mordido,  apenas olhando para essa serpente seria curado.

Figura 

• Serpente é uma figura de Satanás e do mal. Aquela serpente representa Jesus feito pecado por nós.

• A serpente de metal era semelhante às outras, mas não possuía veneno. Jesus tornou-se semelhante aos homens, mas sem pecado.

• A serpente levantada na haste representa também a morte de Jesus. Pendurado numa haste (a cruz).

• Quem olhar para Jesus na cruz e pela fé crendo que Jesus morreu por sua causa para o salvar, ficará curado do seu pecado (salvo). (João 3:14,15)

Esta foi a condição no deserto para serem curados. Esta é a condição para que cada um seja salvo da morte eterna.

Depois disto tudo a jornada deste povo está prestes a terminar. Passaram 38 anos desde que os espias foram espiar a terra e que devido à sua incredulidade Deus os sentenciou a não entrar em Canaã.

 Excepto Moisés, todos os outros que eram adultos ao sair do Egipto já morreram, apenas Josué e Calebe restavam, por isso era altura do povo entrar em Canaã.

Balaão  Num. 22-25
Depois de algumas lutas contra os povos que viviam na terra da promessa aos quais venceram de modo categórico pelo poder de Deus, o rei dos Moabitas Balac, temendo ser destruído como os demais pelos israelitas, faz uma tentativa de subornar o profeta Balaão para amaldiçoar Israel.

Deus então falou a Balaão proibindo-o de amaldiçoar Israel (22:12), mas ele habilmente procura ganhar tempo planeando enganar Deus e lucrar materialmente com Balac, tendo Deus necessidade de falar a Balaão por meio de uma jumenta (22:27-35), para que se abrissem os seus olhos, mas ainda assim Balaão tudo faz para servir a Deus e a Balac.

Vendo que não podia por proibição de Deus amaldiçoar o povo, dava conselhos a Balac de como poderia fazer o povo pecar e desse modo levariam a que fosse o próprio Deus a punir o Seu povo.   Apocalipse 2:14

Figuras de Balaão

• Pretendia servir a dois senhores ao mesmo tempo, a Deus e aos homens. (impossível)

• Procurava dois tipos de recompensa: uma material e outra espiritual. (impossível)
• Desejava manter ou sustentar dois pontos de vista opostos: abençoar e amaldiçoar ao mesmo tempo (impossível).

• Queria ser amigo mundo e de Deus ao mesmo tempo (impossível).

Será que não existem ainda hoje muitos como Balaão?

Prontos para entrar em Canaã

Por fim e passados 38 anos estão de novo prestes a entrar, desta vez para entrarem mesmo.

Todos que tinham sido condenados a não entrarem em Canaã já morreram restando Moisés que ainda tinha como última tarefa, treinar esta nova geração para entrar na terra Prometida mas sob a liderança de Josué.
No deserto eles aprenderam as seguintes lições:

• Obediência. Sem ela nada contará para Deus. O direito de Israel à posse da terra jamais foi revogado, pois Deus cumpre sempre as Sua promessas, mas a posse dessa terra na sua plenitude, por causa da sua desobediência veio a ser retardada.

• Recordar.  O passado muito embora muitas vezes pouco positivo deve servir para tirarmos lições. Esta peregrinação mostraria aos seus descendentes a necessidade da disciplina divina.

> Que o caminho de Deus por vezes se torna perigoso. Por vezes existem inimigos e até serpentes nesse caminho. Em muitos casos Deus permite mesmo que Seu povo atravesse dificuldades e provações, e ainda que o caminho escolhido por Deus ainda que aparentemente seja mais difícil é o melhor. Dt. 8:2 – Sl. 107:7
• Saber.  Deus quis ainda com esta peregrinação pelo deserto humilhar e provar o Seu povo, para que eles se reconhecessem a si mesmos e conhecerem o grande Deus que os libertou do Egipto e o Seu poder.

Moisés morre.  Deut. 34:1-7

Depois de tudo isto aos 120 anos Moisés morre tendo Deus apenas  lhe mostrado a Terra de longe não lhe permitindo entrar nela.
Os motivos directos porque Moisés não entrou em Canaã já o sabemos, mas simbolicamente existe outro motivo porque  Moisés deveria ficar do lado de fora, às portas.

Moisés representa a Lei.  Como se sabe a Lei não pode fazer com que ninguém entre no céu. Serve apenas para nos conduzir no caminho. Por isso teria de ser outro e não Moisés, foi Josué que o fez representando a graça.

Curiosamente, um com o mesmo nome do Senhor Jesus, que como sabemos è o único caminho e a porta para o céu.

Travessia do Jordão.  Josué 3:15

Após a primeira oportunidade falhada de terem entrado em Canaã e agora realizadas que estavam as condições impostas por Deus para que pudessem entrar, Deus dá-lhes permissão para que entrem, mas agora por um outro lado.

Mas diante deles estava algo que tornava impossível a sua entrada. Era um grande rio a transbordar, o rio Jordão.

Naquele tempo não existiam os meios modernos de hoje, como pontes ou barcos para passassem para o outro lado.

Uma vez mais este povo é colocado numa situação de total incapacidade em qua a única coisa a fazer e esperar e confiar apenas em Deus.
Deus então vai fazer com que entrem naquela terra pelo local que eles achariam ser o mais improvável. Deus sempre faz as coisas da forma que o homem menos espera.

Em tudo isto nós podemos tirar lições de verdades espirituais para as aplicarmos à nossa vida como crentes.

1 –A travessia do Jordão aponta uma vez mais para a obra do Senhor Jesus no Calvário, em que é Deus quem faz tudo e o homem nada pode fazer para ser salvo.

2 – Por vezes usamos Canaã como uma figura do céu. Embora essa figura tenha grande lógica, não o podemos fazer de forma absoluta, pois aquela terra encontrava-se ocupada por pagãos e idólatras e uma vez tendo entrado, mais tarde vieram a ser expulsos dali.

Isto não pode ser dito acerca do céu.

3 – Por vezes é dito que esta travessia representa a morte do crentes e a sua entrada no céu.

Também esta é uma figura bastante bela e não deixa de ser verdade que a morte para o crente é uma travessia em que deixando este mundo de aflições e provações, passa para um lugar de bênção e consolação.

Mas aquilo que á mais correcto dizer sobre esta passagem é que ela representa a passagem do crente de uma vida espiritual ainda vivida na força da carne, para um nível superior em que è o Espírito quem orienta e rege a sua vida.

Uma vida mais perto de Deus e do céu, em que o mundo fica para trás.

O milagre da travessia.

Como vimos da primeira vez, o povo receou enfrentar os povos que lá estavam naquela terra. No entanto, eles tiveram de o fazer na mesma se quiseram entrar.

(Deus quer salvar o homem, mas o homem terá de fazer a sua parte que é aceitar, porque a isso Deus não obriga. Para a aceitar o homem terá de confiar apenas em Deus e vencer todos os obstáculos que o impedem de receber a sua salvação.)

Deus então ordena que o povo marche em direcção ao Jordão. Para as mentes humanas seria impossível entrar na terra por aquele caminho, mas teria de marchar por fé e não pela razão.

Para quem tinha à 40 anos atrás visto o mar se abrir e passarem a pé seco, nem seria preciso ter muita fé, mas agora sem Moisés, talvez fosse mais um motivo para duvidarem.
Deus porém quer mostrar-lhes que não é o homem quem faz as coisas, mas sim Ele, embora algumas vezes pela instrumentalidade do homem.

É então formado um grupo de sacerdotes que carregando a Arca da Aliança vão à frente do povo e logo que colocam os pés no rio, este se abre e o povo passa a pé enxuto.

Desde a travessia do mar vermelho e em toda a sua viagem pelo deserto o seu guia foi uma coluna de nuvem e de fogo. Agora, outro guia, um novo instrumento de Deus surgia – A Arca da Aliança.

Isto fala-nos de que o crente não tem meios próprios para subir de nível espiritual e muito menos  de entrar no céu.

A Arca fala-nos uma vez mais de Cristo e do Seu sacerdócio, quer realizando a obra da cruz, quer como nosso Mediador e Advogado diante do Pai.
Significa isto que a vida espiritual deve ser vivida através de Cristo e em Cristo.

(A função da Arca no Tabernáculo. Após o sacrifício anual, o sumo sacerdote levava o sangue e o colocava no propiciatório sobre a Arca. Isto apontava para o sangue de Cristo como Cordeiro e também Sumo Sacerdote)

Conclusão
Já salvos, procuremos caminhar neste mundo mortificando a carne e o pecado que em nós habita, tendo como nosso alvo o céu, sabendo que é da vontade de Deus que cresçamos espiritualmente e abandonemos as coisas do mundo e da carne, pensando antes nas coisas que são de cima.

Colossenses 3:1-17

Que Deus nos ajude a vivermos assim neste mundo. Amén.

Carlos A. Oliveira

 
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