SANTIFICAÇÃO |
I Cor. 1:2
Hebreus 12:14 Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, Nas religiões as pessoas são catalogadas em 3 tipos diferentes. 1 – Os considerados pecadores. (aqueles que vivem mergulhados no pecado sem que isso os incomode minimamente) 2 – Os penitentes. (os que se preocupam com os seus pecados e procuram penitenciar-se deles cumprindo os preceitos da sua religião.) 3 – Os santos. (considerados assim por viverem fora do mundo abdicando de uma vida comum dedicando suas vidas a servir os outros) Segundo a Bíblia somente existem 2 tipos de pessoas. Os pecadores – todos aqueles que vivem ou não em pecado evidente, mas que vivem fora da comunhão com Deus e que aos Seus olhos se encontram perdidos. Apesar de por vezes não parecer, todos pecam. Em uns nota-se mais que noutros. É como em determinadas doenças. Uns nós notamos que estão doentes. Outros não dá para notar e outros até são portadores de doenças sem que os efeitos se manifestem neles (p.ex. tuberculose e hepatite…), mas podem transmitir a doença a outros. Os santos – todos que apesar de involuntariamente pecarem, mas que por meio da fé se converteram a Cristo e devido a isso foram santificados. Dentre aqueles que uma vez foram santificados, existem os que apenas são santos posicionalmente em Cristo e os que procuram uma santidade maior que se expressa em vida prática. É Deus quem santifica, mas espera e pede que vivamos em santidade na prática. I Ts. 4:3 Porque esta é a vontade de Deus, a saber, a vossa santificação:… A maioria das pessoas evitam até com um certo menosprezo abordar o assunto da santidade, muitos, até a última coisa que gostariam de ser era serem santos, pois imaginam o santo como alguém muito “desgraçadinho”, “anormal” que vive isolado e na maior pobreza… A Bíblia ensina que ninguém a menos que seja santificado poderá ser salvo. 3 coisas são indispensáveis para alguém ser salvo. A justificação, a regeneração e a santificação. Todo aquele que já é filho de Deus foi justificado, regenerado e santificado. Poderá não possuir outras, mas sem estas não poderá ser um filho de Deus. Muitos estabelecem padrões de santificação errados. Outros quando acham que não conseguiram atingir certo padrão, passam a vida mudando de igreja ou denominação na esperança de a encontrarem, pensando que ela se encontra em igrejas, pessoas ou lugares. Considerando 3 coisas acerca da santificação. 1 – a verdadeira natureza da santificação. O que a Bíblia diz? Santificação é a operação espiritual interna feita por Deus por meio do E.S. na pessoa que foi chamada a ser um filho de Deus. Essa pessoa não apenas é lavada dos seus pecados pelo sangue de Jesus, mas Deus a quer separar do seu apego pelo pecado e pelo mundo. O instrumento usado pelo E.S. para realizar essa obra é a palavra de Deus – as Escrituras. Quem pensa que Jesus morreu e ressuscitou apenas para nos livrar do inferno está errado. Jesus morreu para muito mais que isso; para que vivamos em santificação. I Cor. 1:30 Vemos que santificação começa por ser uma operação de Deus no interior do homem, mas que depois essa santificação terá de ser vivida e experimentada pelo mesmo homem como também, vista pelos outros. II Coríntios 3:18 Santificação: 1 – O que é? É a transformação na imagem de Cristo. Cl. 3:9,10 2 – Quando ocorre? Agora, no presente, tendo se iniciado com o novo nascimento. Rm. 12:2 3 – Como se dá? Pela contemplação de Cristo. (sua vida, morte, ressurreição e Pessoa) 4 – Quem a executa? O Espírito Santo. 5 – João 15:4,5 Santificação produz frutos. Quando falamos do fruto que o crente deve produzir, regra geral só nos lembramos que isso implica ganhar almas para Cristo. È verdade que ganhar almas é um dos frutos mais importantes, mas já tem acontecido descrentes terem levado almas a Cristo, o que comprova que isso só por si, não significa muito. Realmente do que esta passagem fala é de uma vida transformada tem de viver em santidade, e que isso só é possível se estamos em comunhão intima com Jesus. Uma fé que não produz obediência nem efeito na vida prática, que resulte em santificação constante e progressiva, não é melhor que a fé dos demónios. Tg. 2:19 Não havendo esta santificação, não existe fé real. Alguém que professa ter nascido de novo e se permite viver descuidadamente no pecado e no mundanismo, fala de um novo nascimento inventado e que não é bíblico. O verdadeiro crente ainda que muito humilde e fraquinho que possa parecer, terá que revelar alguma coisa que o identifique e distinga como um verdadeiro filho de Deus. Uma luz pode até ser muito débil, mas num lugar escuro terá que obrigatoriamente notar-se. Um “crente” em quem nada se vê a não ser mundanismo e pecado, é uma espécie de “monstro” que a bíblia não reconhece como crente. 3 – Santificação produz um tipo de vida prática própria. Romanos 12:1,2 A santificação está predominantemente ligada a hábitos bíblicos. Tais como; leitura da Bíblia e literatura ligada com a Bíblia. Oração, ouvir a palavra de Deus em conjunto com outros irmãos, participara regularmente da Ceia do Senhor… Quem desprezar ou simplesmente se descuidar quanto a estes exercícios, não conseguirá algum progresso no caminho da santificação. Estas e outras coisas semelhantes são canais pelos quais o E.S. santifica os verdadeiros crentes. Alguns poderão chamar a isto doutrina legalista, mas o facto é, que como em tudo na vida, também na vida espiritual se não existe esforço e perseverança, não há avanço espiritual. Seria como esperar que um agricultor ficasse à espera de prosperar contentando-se em lançar a semente no seu campo e não se preocupar mais com ela, até ao tempo da colheita. Deus opera através de meios próprios e não poderá abençoar-nos fora desses meios. Por isso é que o crente não poderá adquirir uma boa medida de santidade quando não for diligente na leitura da Bíblia, na oração e no uso apropriado do Domingo, porque estes são alguns do meios pelos quais Deus opera em nós a santificação. Santificação posicional e santificação prática. Ao nascer de novo o crente é santificado, sendo santo posicionalmente em Cristo. No entanto, Deus quer que sejamos santos na prática . I Ts. 4:3 CONCEITOS ERRADOS SOBRE SANTIDADE Para que tenhamos um conceito correcto sobre a santidade, teremos de começar por examinar o assunto do pecado. Não podemos falar sobre santidade sem falarmos sobre pecado, porque uma ideia errada sobre o que é o pecado, criará também conceitos errados sobre o que é a santidade. I João 3:4 “pecado é a transgressão da Lei” Pela Bíblia, especialmente pelas palavras do Senhor Jesus, ficamos a saber que cometer pecado não se resume a cometer materialmente actos proibidos e condenados por Deus, mas o homem pode quebrar a Lei de Deus simplesmente em seu coração (mente). Para se pecar não se torna necessário que exista um acto externo ou visível. Alguém disse: “um homem pode até sorrir e ainda assim ser um vilão”. Mateus 5:28 / 15:19 Existem outras áreas que a palavra de Deus considera pecado e que nós quase sempre esquecemos. P. ex. pecado por omissão. Isto é, deixar de fazer o que deveríamos e poderíamos fazer. A prova de que nos esquecemos desta classe de pecados, é a de quando pedimos perdão por algum pecado, creio que muito raramente nos lembramos de incluir estes pecados. Mt. 23:23 Outros aspecto do pecado que creio muitos pensam que nem devem ser considerados como tal, é o de cometer pecado por ignorância. Muitos pensam que um pecado não se pode considerar como tal se aquele que o comete não tiver consciência disso. Podemos de algum modo admitir que este tipo de pecados sejam mais tolerados por Deus, mas ainda assim, a Bíblia mostra que Israel instruído que tais pecados também necessitavam de expiação. Levitico 5:14,15 Por vezes achamos que quem peca por desconhecimento é desculpável e que Deus não pode condenar ninguém devido a tais pecados. Mesmo quando pecamos sem estarmos conscientes disso, permanecemos debaixo da condenação de Deus. Significa isto que todos necessitam de serem salvos. Se alguma dúvida restasse, bastar-nos-ia recordar a parábola acerca dos maus servos. Lucas 12:47,48 Alguns por vezes acham que fugindo ao conhecimento de certas coisas acerca da responsabilidade espiritual se tornam inimputáveis. Esta ideia é um puro engano. Até segundo os preceitos dos homens isto é válido igualmente. Ninguém que cometa uma infracção à lei é absolvido se disser que desconhecia a lei. Isto mostra-nos o quanto o pecado é um “terreno” deveras perigoso. ORIGEM OU FONTE DO PECADO Algum tempo atrás ouvi alguém citar o padre Américo que dizia que não há meninos maus, mas que são as circunstâncias e o meio que os fazem maus. Esta ideia é muito antiga e reside num grande equívoco. Se é como se diz que a ocasião faz o ladrão, não é essa a verdadeira razão de existirem ladrões, porque muitas mais razões existem. Os homens que desconhecem a palavra de Deus estão enganados quanto à origem ou fonte desta doença moral que Deus chama de pecado. O pecado que o homem comete não tem a sua origem como muitos dizem, no lado de fora (por causa das circunstancias ou do meio), mas é um problema que procede do lado de dentro. Ele também não é resultado de um mau treinamento nos primeiros anos de vida. Também não existe por causa de más companhias ou de maus exemplos, mas resulta da doença que herdamos de nossos pais, a que a bíblia chama de pecado. È questão de natureza. Os animais tem cada qual o seu comportamento, porque é de sua natureza, o homem peca e faz o mal porque esta é a sua natureza. Jesus disse que é do coração (interior) do homem que procede todo o tipo de pecado. (Mc. 7:21,22) Um bebé acabado de nascer que aparenta ser como se costuma dizer, um anjinho, muito embora toda a aparência de ternura e inocência, no seu coração existem já toda a espécie de sementes para praticar toda a espécie de males. É questão de tempo. Basta que fiquemos observando seu crescimento físico e mental e vamos descobrir a sua incessante tendência para o mal, sem que isso lhe seja ensinado. É falso dizermos que os nossos filhos tem bom coração e que o seu mal foram as más companhias… Tudo isso poderá ter acentuado e vindo dar uma maior dimensão, mas a primeira causa do pecado jaz na corrupção natural do próprio coração do homem e não devido ao ambiente familiar e social… • A extensão do pecado É sabido que existem doenças próprias de cada raça, ou de partes do planeta e até as que apenas afectam a homens ou a mulheres… No caso do pecado, é um mal que abrange e afecta todo o ser humano. Porque este é um mal transmissível, que nasce com cada ser humano. Apesar do homem possuir ainda todos os sinais exteriores de um templo majestoso em sua pessoa, como sucedia com Adão antes da queda, depois disso ele jaz em completas ruínas. Uma janela partida aqui, uma porta despedaçada ali, uma coluna podre acolá… (não falo fisicamente) Qualquer parte do mundo dá testemunho de que o pecado é UNIVERSAL. Da Europa à Ásia, da Africa até à América, no Pólo Norte ou no Pólo Sul, nos países mais ricos ou nos mais pobres, mesmo que ali não se conheça ou tenha chegado o dinheiro, a electricidade, os livros, a TV, os computadores… uma coisa conhecem; o PECADO. Uma das maiores provas da extensão e universalidade do pecado é a de que mesmo uma alma depois de convertida e se torna alvo das operações do E.S. ainda assim continua sob a influencia deste terrível mal, devido a continuar ligada a um corpo que recebeu contaminado. • O pecado é enganoso Uma das formas com que somos enganados a respeito do pecado, é a de sermos levados a considerar o pecado como coisa pouco grave e não como é visto por Deus. Temos sempre desculpas para minimizar a nossa culpa, e falamos de pecadinhos, das nossas boas intenções, dizemos: eu não prejudico a ninguém, o que eu faço todos fazem, Deus não é tão exigente ou mau a ponto de me condenar por tão pouco… Deste modo vamos sendo enganados e até nos esquecemos que só raramente o pecado se apresenta nas suas verdadeiras cores e passamos a considerar pecado apenas o que os outros fazem, ou as coisas que a sociedade ainda condena e que cada vez são em menor quantidade. Não nos iludamos a nós mesmos. O pecado aproxima-se de nós à semelhança de Judas, com um beijo enganador. Apresenta-se como o fruto proibido a Eva, de aparência boa e desejável. Ou passeando no pátio do nosso palácio como aconteceu a David, mas que acabou em adultério e homicídio. Ao inicio o pecado raramente tem aparência de pecado, daí a necessidade de vigilância e oração da nossa parte para não cairmos em tentação. Diante do quadro daquilo que é o pecado, mais devemos estar gratos ao Senhor pela graça a nós revelada e oferecida na Pessoa do Senhor Jesus. Quanto mais descobrirmos aquilo que o pecado é na realidade e o que faz no ser humano, mais reconheceremos a necessidade que temos de uma maior comunhão com Deus. Para Deus o pecado tem tal gravidade, que devido a ele foi que o Senhor Jesus teve de ser morto, e consequentemente abandonado por Deus para que a Sua ira fosse derramada sobre Ele, para não ter de a derramar sobre nós. Devemos ver o pecado com os olhos de Deus, para que quando eles nos assediar, fujamos. Santidade posicional e santidade prática. Falemos agora da santidade nas suas 2 faces, uma a que é posicional e a outra que é a prática. A posicional é aquela que vem primeiro e sem a qual não existe a outra. A santificação posicional é aquela que vem de Cristo, quando o recebemos como Salvador. Trata-se do novo nascimento em que ao nos tornarmos morada do Senhor Jesus, Deus vendo Jesus em nós, vê-nos tão puros e santos como Ele. Esta santificação só Deus pode ver, mas ela só se poderá tornar visível aos homens através da santificação prática. Deus quer que a nossa santificação não seja apenas posicional mas também prática, para que também os homens a possam ver, em particular os perdidos e assim possam desejar serem salvos. Santificação prática A Bíblia diz que há tempo para tudo, não dizendo nunca que há tempo para não ser santo. Devemos ser santos continuamente. Para muitos neste mundo a verdadeira espiritualidade e santidade encontram-se nas filosofias muito complicadas, no misticismo (o que busca comunicação directa com o divino), nas experiências emocionais, no ascetismo (viver em lugares isolados, praticando penitencias e exercícios de devoção, consistindo normalmente em abster-se de coisas ou práticas… É verdade que a santificação prática envolve o praticar algumas coisas e o abster-se de outras, mas isso conforme nos ensina a Bíblia, sucede sempre dentro de um tipo de vida normal e comum a todos. Deus não nos chama à santificação exigindo que nos isolemos do mundo e das pessoas, salvo excepções e a não ser por um tempo curto e necessário para aprendermos dele. Deus deixou-nos ensinamento em abundância sobre como sermos santos na prática, basta que para isso o procuremos na Sua palavra e não nos ensinamentos dos homens. Santificação prática é aquilo a que o apóstolo Paulo chama em Filipenses 2:12 “desenvolver a salvação”. Isto não é aquilo que alguns poderão entender, pensando que a salvação terá de ser ganha e merecida por meio dos nossos méritos ou boas obras. Esta é uma ordem que foi dada a pessoas que já estavam salvas. Esta é uma chamada a crentes, para que se empenhem em viverem vidas em acordo com a salvação já adquirida. Poderemos dizer que “desenvolver a salvação”, significa que devemos contribuir para que essa salvação que já possuímos seja trazida à sua conclusão em nós, de forma visível. Isto é, não para que trabalhemos pela salvação, mas que trabalhemos na salvação. Tudo isto consiste em um esforço da nossa parte a fim de que sujeitemos o nosso corpo por meio da disciplina, com o propósito de sermos purificados de toda a impureza da carne, e por esta forma nos vamos santificando e tornando a nossa salvação mais notada a todos, atractiva aos perdidos e agradável a Deus. Evidencias da santificação. Alguns declaram ser crentes salvos, mas o facto é que por vezes temos grande dificuldade em acreditar no que eles declaram. Quando alguém foi salvo e por isso posicionalmente já foi santificado, terão de existir alguns sinais (pelo menos alguns mínimos), de tal santificação. Alguns devido a ouvirem continuadamente falar do evangelho, ficam tão familiarizados com ele que até conseguem falar fluentemente sobre as Escrituras e das suas doutrinas, chegando a dar uma imagem de crentes autênticos As suas palavras embora aparentem alguma santidade, por vezes isso, é a única coisa que se pode ver na sua vida como sinal de santificação. Porém, a santificação não consiste em meras palavras, sentimentos ou actividades religiosas, etc. Manifesta-se sim, no respeito e obediência aos mandamentos do Senhor. No esforçar-se em fazer a vontade de Cristo e desejo de viver segundo os padrões estabelecidos na palavra de Deus. Entre outros exemplos, estes são alguns que evidenciam a vida de alguém que já foi verdadeiramente santificado 1 – Ter a mente de Deus. Amar o que Ele ama e abominar o que Ele abomina. Salmo 119:128 2 – Ter prazer nas coisas de Deus. Rm. 7:22 3 – Ter desejo de a cada dia que passa ser mais conforme à imagem de Cristo. Rm. 8:29 Ser conforme à imagem de Cristo, não significa apenas amar, perdoar e ser humilde como Ele foi, mas convém lembrar que Ele também se negou a Si mesmo, fazia sempre a vontade do Pai, não insultava quando era injuriado, não fazia acepção de pessoas, não buscava para Si a honra dos homens, denunciava o pecado e tinha uma vida de constante oração… Por isso é que João escreve na primeira carta 2:6 que aquele que diz permanecer em Cristo, deve andar como Ele andou, e isto quer dizer em tudo, não apenas nas coisas que mais nos convém. 4 – Como p.ex. Seguir a mansidão, longanimidade, clemência, bondade, misericórdia e pureza de coração…, que vive guardando o seu coração, pois sabe que ele é enganoso mais que todas as coisas. Isto é apenas o resumo do que é ser santo. É alguém que vive esforçando-se em adornar a sua fé não apenas com sabedoria, mas com actos e atitudes que mostram santidade. O pecado seja ele qual for contamina-nos, não devemos menosprezar certos pecados pensando que não nos afectará. No tempo da Lei, a Lei considerava que quem toca-se um cadáver ficava imundo, devendo purificar-se. Não era necessário pegar no cadáver, bastava tocar num só osso ou num cabelo apenas. Não era preciso um contacto muito amplo, mas o tocar em algo que fazia parte do cadáver. Isto significa que temos de estar muito atentos e vigilantes acerca da nossa santidade. Tudo, seja aquilo que for que seja pecado contamina a nossa alma, devendo ser purificado. Hoje isso faz-se por meio da confissão e o abandono dessa prática, para que o processo da nossa santificação continue, senão ela estagna e com o tempo começará andando para trás. A importância da santidade prática • Ela não salva • Não elimina ou encobre qualquer pecado • Não paga qualquer divida diante de Deus Mesmo os maiores santos conseguirão passar a mais do que servos inúteis. As nossas maiores boas obras nunca passarão aos olhos da santidade de Deus de trapos de imundície. Apenas a santidade dada por Jesus com a qual Ele nos reveste, serão a nossa única justiça diante de Deus e na qual poderá estar a nossa única confiança. A santidade prática é importante não só porque Deus a ordena, mas porque foi essa uma das razões que trouxe o Senhor Jesus a este mundo. II Cor. 5:15 Ef. 5:25,26 Tito 2:14 Dizermos que Jesus salva os homens da culpa dos seus pecados, sem dizermos ao mesmo tempo que Jesus os salva ao mesmo tempo do domínio desse mesmo pecado nos seus corações, é contradizer claramente o testemunho da palavra de Deus. Rm. 8:29 Ef. 1:4 Hb. 12:10 1 – A santidade prática é a única evidencia que mostra que possuímos a fé salvadora em Jesus Cristo. Ela resulta de uma fé verdadeira e viva, não enganado. Assim como a árvore saudável e viva se distingue dando frutos, assim será relativamente àqueles que já foram salvos. Muitos poderão dizer que esperam em Cristo, mas se na sua prática for negada essa evidencia, a fé de tal pessoa é nula. É segundo esta perspectiva que Tiago escreveu dizendo que a nossa fé sem obras é morta (2:7) A única evidencia de que estamos unidos a Cristo e Ele a nós é a de vivermos em santidade. ( como regra, não a espasmos ou ocasionalmente) 2 – É a prova de que amamos o Senhor. João 14:15,21,23 / 15:14 Foram os nossos pecados que causaram a crucificação do Senhor Jesus, por isso compete-nos abominar o pecado, fazendo tudo que nos é possível para nos libertarmos dele, ainda que obrigue a que nós tenhamos de cortar a mão direita ou arrancar o nosso olho. Significa que devemos faze-lo a todo o custo, sem resignação ou tentando desculpar-nos com as circunstancias ou a nossa maneira de ser. Se o Senhor nos prometeu capacidade para o fazer, devemos procurar essa mesma capacidade, sabendo que isso é possível e se não o conseguimos é por culpa nossa e não dos outros ou das circunstancias. 3 – É a evidencia de que somos filhos de Deus. Como sucede humanamente falando, os filhos sempre tem semelhanças com os pais, mesmo não sendo físicas, sempre existirão semelhanças de alguma espécie. Jesus certa vez disse aos religiosos do seu tempo: “Se sois como dizeis, filhos de Abraão, porque não praticais as obras de Abraão?” João 8:39,42 Aquele que se diz filho de Deus e não demonstrar alguma semelhança com o Pai, essa sua afirmação é falsa. (não procuremos amenizar…) Alguém um dia disse: “ nunca afirmes que tens sangue real nas tuas veias, tendo nascido de Deus, a menos que possas provar a tua descendência, vivendo em santidade” Podemos falar dos nossos conhecimento Bíblicos sem que nos dêem ouvidos ou nos compreendam, mas isso não é grave nem causará dano algum. Existe porém uma coisa que todos entendem e poderá causar muito dano, que é o de dizermos que somos crentes, e ao mesmo tempo sermos profanos e incoerentes não praticando a santidade da qual falamos. 4 – porque o céu para onde nos dirigimos é um lugar santo. Como é que estaremos preparados para habitar num lugar santo, se não formos santos já agora? Como poderemos viver e sermos felizes no céu se aqui na terra vivermos destituídos de qualquer santidade, preferindo aqui no mundo a companhia dos que são ímpios, negligentes e de mente mundana, em vez de nos ajuntarmos aos que são santos? Talvez aqui na terra consideremos que a oração e a palavra de Deus, a comunhão com os verdadeiros crentes são um peso e algo muito cansativo, quando no céu para onde dizemos querer ir, estas coisas serão uma constante interminável. Como iríamos suportar isso no céu se já aqui na terra não amamos a santidade? O futuro habitante do céu, deverá já aqui na terra preparar-se para entrar nesse lugar, onde só existe santidade e pessoas santas. Para tais pessoas o céu tornar-se-ia um lugar estranho e sem interesse. O céu só será aprazível para os que amam a santidade. SANTIFICAÇÃO PRÁTICA TEM UM PREÇO Devido ao egoísmo e comodismo, nos dias de hoje quase ninguém assume o que quer que seja sem antes pensar nos custos. Até nos aspectos mais emocionais como fazer amigos, casar, ter filhos… as pessoas começam a pensar antes se isso lhes irá custar alguma coisa. Regra geral as pessoas só não pensam nisso quando se trata do pecado. Aí, as pessoas primeiro pecam e só depois pensam no recibo, por vezes nem isso. Segundo a Bíblia é normal e aconselhável que ao tomarmos qualquer decisão ou empreendermos algo, nos sentemos a pensar e fazer bem as contas, ponderando bem sobre os prós e os contras e quanto mais importante for a decisão a tomar, mais se deve ponderar. O próprio Senhor Jesus disse que homem sensato é aquele que antes de começar a edificar uma torre se assenta fazendo as contas se poderá levar a obra até ao fim. Jesus deu este exemplo referindo-se aos que estavam a pensar em segui-lo. Por isso quanto ás coisas de Deus também devemos ser sensatos, se possível ainda mais sensatos. Vejamos bem o contexto das palavras de Jesus LUCAS 14:26-30 Muitos para com Deus tomam compromissos levianamente, prometendo a Deus isto e aquilo quando precisam de socorro e pouco depois quando o pior já lá vai, facilmente se esquecem do que votaram a Deus. Se fossem melhor ponderadas e levadas mais a sério certas decisões e palavras que se dizem a Deus, não veríamos tantos recuando na fé ou andando neste mundo sem o mínimo cuidado, como se Deus não merecesse mais respeito e temor da sua parte. Por causa da falta de terem feito bem os cálculos vendo só os prós e não os contras que muitos ao tomarem a decisão de aceitar Jesus, até de forma muito alegre e com muito entusiasmo, tendo até por algum tempo demonstrado grande zelo e fervor. Porém quando a novidade e o frescor dos seus sentimentos foram diminuindo, bem lhes podemos aplicar a parábola do Semeador que Jesus contou (Mt. 13). Vindo o sol, os pássaros ou a perseguição, começamos a ver os bancos em que se sentavam na igreja a ficarem vazios, não tem mais interesse em estar com o povo de Deus. Eles começaram a achar que o preço era demasiado alto e então acharam melhor recuar. Às vezes nem é por coisas assim tão grandes ou difíceis de aguentar. Bastou uma pequena discórdia com alguém, seu ego ficou ferido e… ou então por uma simples sugestão que não teve aceitação… mas como o nosso orgulho ou ego não gosta de ficar por debaixo e esse é o preço a pagar, não vamos querer pagá-lo. O apóstolo Paulo é um exemplo de alguém que ao tomar a decisão de se entregar completamente nas mãos de Deus, conhecia bem os custos que a sua decisão iria envolver, mas ele pesou os benefícios e nunca mais olhou para trás. Filipenses 3:4-8 Paulo tinha como poucos na sua época a possibilidade de ser alguém importante e respeitado, tendo muito a lucrar e a desfrutar se continuasse a sua vida normal ignorando Jesus e o Seu convite. Mas ele olhando para todas as riquezas espirituais que ganharia com Cristo, considerou tudo isso como esterco (sem valor), e não se importando de pagar o preço da perseguição, dos maus tratos, inimizades, fome, frio… Então ele preferiu ser maltratado e passar por tudo o que passou por amor de Cristo, a ter por algum tempo o gozo do pecado, mas antes a ter a salvação eterna e as coroas com que um dia Cristo o vai coroar na eternidade. A vida ao lado de Deus é o melhor que se pode ter. Porém, nunca devemos ignorar ou esquecer que o caminho com Cristo é estreito e que antes da coroa vem a cruz. Para manter aparência de santo no conceito dos homens, basta pertencer e frequentar uma igreja algumas vezes por ano, e não cometer certas práticas. Isso custa pouco, fica mesmo muito barato. Mas ser um santo segundo os padrões de Deus, isso já envolve um custo que poderá ser mesmo muito elevado. O custo por vezes poderá ir ao limite e custar dar a própria vida, como aconteceu com milhões nestes 2000 anos, e continua a acontecer ainda hoje. Mesmo não sendo este o preço a pagar, certo é que haverá sempre outros modos de preço a pagar como p. ex. não termos vontade própria, renunciando-nos a nós mesmos. Distanciarmo-nos do que por vezes gostamos mas que Deus não gosta… Não deverá obrigatoriamente tratar-se de coisas imorais, simplesmente por serem erradas para nós. p. ex. com respeito ao nosso carácter, nosso orgulho, língua, mau humor, vaidade, etc. Certo crente dando testemunho das suas dificuldades diárias em ser um crente santo como Deus quer um dia disse: Para mim é mais difícil negar o meu orgulho próprio que negar o próprio pecado”. Para andarmos em santidade como Deus quer não só precisamos abandonar os nossos vícios e pecados, mas também muitos dos defeitos de carácter que temos e que são um enorme empecilho a que sejamos santos. Uma das primeiras contas que nos é apresentada e comum a todo o crente verdadeiro é a de ter de enfrentar a reprovação deste mundo. Tiago 4:4 <<Aquele que se quiser manter amigo do mundo, vai continuar a ser inimigo de Deus>> Os que quiserem tornar-se amigos de Deus devem desde logo estarem preparados para pagar o preço do desprezo, da perseguição e das mais diversas formas de descriminação social… Se isso também aconteceu com o nosso Mestre, como deixaria de acontecer com os Seus seguidores? Porque neste caso daquilo que se trata é do bem mais precioso que existe, seja qual for o preço a pagar, valerá sempre a pena. Se alguém tiver uma das suas pernas a gangrenar, para salvar o resto do corpo e a sua vida, diante deste dilema entre ficar com a perna ou morrer, de nada custará submeter-se a uma operação e amputar a sua perna. Assim devemos tratar o pecado, fazendo tudo e todo o esforço para sermos santos. Todos os servos de Deus que encontramos na Bíblia e que viveram a santificação prática, tiveram de pagar preço elevado pela decisão e escolha que fizeram de servir a Deus sem reservas. Poderemos ver isso claramente no VT como no Novo. Basta ler o cap. 11 de Hebreus e ali veremos uma lista de nomes e de muitos mais que não são nomeados, mas que é dito o grande preço que eles pagaram por confessarem o nome de Deus e Jesus Cristo. Podemos falar de Abraão, Isaac, Jacob, Moisés, Daniel, Jeremias, Elias… os apóstolos, Paulo, Estêvão, e tantos outros crentes anónimos como os da cidade de Filipos ou de Roma… A maioria dos cristãos meramente formais, acham que assistir ao culto da sua igreja no Domingo já é um grande esforço. Se lhes pedem mais que isso não aguentam e muitos deles afastam-se da igreja para não assumir qualquer compromisso sério com Deus e a igreja. Será que estas pessoas teriam coragem para serem crentes em certas épocas da história, ou presentemente em certos países onde ter 1 bíblia é crime, ou mesmo só pronunciar o nome de Jesus? Quando isto acontece é sinal claro de falta de crescimento espiritual. Diz-se que crescer dói. O primeiro preço a pagar por causa da nossa fé é o termos de crescer espiritualmente. CRESCER É UM PROCESSO O crescimento é um processo natural e sinal de normalidade, o contrário é que é de estranhar. Tudo que tem vida destina-se a crescer até que atinja a sua completa maturidade. O crescimento manifesta-se por meio de sinais que se vêem para quem os sabe identificar. p. ex. as arvores possuem sinais do seu crescimento e da sua idade e até de suas doenças… Com os homens acontece o mesmo. Os médicos e os especialistas sabem bem, mesmo que seja um cadáver em decomposição, eles vêem através dos dentes, ossos e outros órgãos, qual a idade, tipo de doenças que teve… Para se conseguir atingir os padrões de santidade que a fé que dizemos ter em Jesus e na Sua palavra, temos que inevitavelmente possuir uma certa robustez, e essa vem pelo crescimento, como nos diz Pedro (II 3:18): “na graça e no conhecimento de Jesus Cristo” Devemos estar sempre preparados porque um dia virá em que a realidade da nossa fé vai ser provada por Deus, para se ver o tipo de fé temos e do que ela é capaz. Nesse dia irá Deus ficar satisfeito ou desiludido connosco? SINAIS DE CRESCIMENTO Como todos sabem os sinais de um crescimento normal e saudável não está apenas em se ficar mais alto. Existem outros aspectos muito importantes associados ao crescimento que não dizem respeito aos centímetros que se possua. Poderíamos dar o ex. do caso de deficientes. Muitos deles quanto à sua altura por vezes está tudo em ordem, mas o facto é que porque algo não acompanhou esse crescimento, eles estão limitados pela sua deficiência. Pensemos no caso do crescimento de uma pessoa. Começamos por nascer e vamos crescendo, mas espera-se que existam outros sinais de desenvolvimento para que vejamos que esse crescimento está a ser normal. Como o passar do tempo chega o tempo de a criança começar a falar, comer e caminhar sozinho… Depois, vem o tempo de ir para a escola e começar a aprendizagem de tudo que diz respeito à escola, esperando-se que tenha capacidade intelectual para tal. Chegará o tempo da mudança de idade em que começará o tempo da fertilidade conforme se é rapaz ou rapariga… Isto e muito mais faz parte do crescimento, sendo sinais de que existe um crescimento normal e harmonioso. II Pedro 3:18 “crescei na graça…” 1 – Ponto de partida – Crescemos? 2 – Como se reconhece? 3 – Crescimento na graça, o que é? Crescer não significa que aquilo que passamos a ter em Cristo quando somos salvos, possa ou deva crescer. Essas bênçãos que a salvação nos trás estão completas. Ninguém poderá vir a estar mais salvo, mais perdoado ou mais justificado, ou ter maior paz com Deus do que o que já está. A nossa posição em Cristo como salvos é igual para todos, e é completa. Cl. 2:10 Em Cristo estamos perfeitos. Isto é, temos a plenitude de todas as coisas. Sendo Cristo o cabeça de tudo (Ef. 1:20-23), os que estamos em Cristo, por Ele temos tudo, não precisando nem podendo ser mais enriquecidos. Crescer na graça significa somente o aumento em tamanho e força de todas as graças e virtudes que o Espírito Santo colocou em nossos corações, como p. ex. a fé, a esperança, o amor, o zelo, a coragem… Todas estas coisas poderão ser fracas ou mais fortes, como podem variar em nós ao longo da nossa vida. Vejamos alguns exemplos em que o apostolo Paulo constatava isso em alguns, como no caso de outros os incentivava a as buscarem. II Cor. 10:15… crescimento na fé… Ef. 4:15 … cresçamos em tudo… I Ts 3:12/4:9,10 … progridam (no amor)… II Ts. … vossa fé cresce… Como podemos ver, nunca a palavra de Deus dá um limite de crescimento, dizendo que alguém já atingiu o crescimento determinado. Portanto, espiritualmente falando não é possível alguém dizer que atingiu o crescimento total. Porém, parece que alguns por vezes dão a entender que já cresceram o que deviam, porque não buscando as coisas que os podem fazer crescer, na realidade estando dizendo que não precisam de crescer ou então estão a recusar crescer. Tiremos o ex. de uma árvore e dos seus ramos. A árvore depois de atingir seu tamanho limite em altura precisa ainda de se robustecer para poder aguentar os ventos e intempéries que sobrevirão. Assim somos nós os humanos espiritualmente falando, precisamos de ser fortalecidos para aguentarmos as contrariedades desta vida. Receio: receio que alguns não frequentem mais a igreja, especialmente o E.B. por acharem que pouco ou nada tem mais a aprender e crescer, porque já aprenderam e cresceram tudo. Isto é terrível se for essa a razão. Quero ser optimista e penas que o fazem por desconhecerem a necessidade que tem de crescerem, mas isso também é grave, pois revela como ainda se encontram meninos na sua fé. CRESCIMENTO É A MAIOR EVIDÊNCIA DE SAÚDE Quando uma criança, uma árvore, uma planta, um animal… não crescem, qualquer pessoa, mesmo não sendo entendida nessas coisas, sabe que se trata de algo anormal, e que qualquer coisa não vai bem com a sua saúde. Por outro lado, quando tudo vai bem com a saúde é normal haver crescimento. Falemos de sinais de crescimento. HUMILDADE. Quando alguém cresce em graça, tal pessoa nunca se julga alguém muito especial, começando por dar-se a si próprio ar de mais importante e considerando-se mais santo que os demais. Os grandes servos de Deus sempre se julgavam indignos e insignificantes, sempre inferiores aos demais. Isto era assim porque eles quanto mais cresciam, mais viam quanto Deus era santo, justo e misericordioso e grande em amor. Quando algo vem à nossa vida de desagradável, quantas vezes a nossa reacção não é a de pensarmos para nós mesmos ou até de o dizermos ao Senhor: Porque sucedeu isto comigo? Eu não merecia porque… Isto revela a nossa falta de humildade. Por causa desta falta de humildade é que nós não conseguimos ser humildes nas restantes coisas. Humildade é um sinal de que se está crescendo na graça de Cristo. Pensemos em homens que poderiam julgarem-se mais que qualquer outros como p.ex. Job, homem temente a Deus que se desviava do mal. Ele dizia: “sou indigno” 40:4 Abraão também disse: eu sou pó e cinza…” Gn. 18:27 David - “sou verme e não homem” Sl. 22:6 Isaías – “sou homem de lábios impuros” 6:5 Pedro – “retira-te de mim, porque sou pecador” Lc. 5:8 Paulo – “sou o principal dos pecadores” “menor dos apóstolos” I Tm. 1:15 / I Cor. 15:9. O crente que cresce e vai ficando maduro, torna-se semelhante à espiga madura, com sua cabeça sempre mais inclinada para o chão. Quanto maior for a luz que ilumina dentro de nós, mais e melhor nós veremos a fraquezas e falhas do nosso coração. Queremos saber se estamos crescendo na graça? Verifiquemos se esta humildade existe e está aumentando dentro de nós. Enquanto nos julgarmos bons, justos ou perfeito, mesmo que só em relação ou comparação aos outros, isto é sinal de não crescimento na graça. A humildade segundo a bíblia não é ser um coitado impassível que aceita ser humilhado e calcado por todos, mas é aquele que olhando para o Senhor, se considera o mais indigno de todos e que quando é a sua pessoa que está em causa, ele sofre o agravo considerando todos os demais superiores a si mesmo. Outro sinal. Domínio sobre o pecado, vícios, linguagem… Uma alma em crescimento vai adquirindo maior domínio sobre si mesmo e sobre o que o rodeia. Sua pessoa está em constante evolução e ele vai sendo cada vez menos aquilo que era antes da sua conversão. Sua linguagem e temperamento vão sendo aperfeiçoados, tornando-se uma pessoa cada vez mais cuidadosa com seus actos e palavras, reconhecendo a responsabilidade que tem como filho de Deus. (Tiago 1:26) Ele não deve dizer: eu sou como sou, quem quer gosta e quem não quer que não goste. Digo aquilo que tenho a dizer… O crente em crescimento esforça-se a cada dia por ser mais conforme à imagem do seu Senhor e Salvador. Vai se desprendendo cada vez mais das coisas desta vida e pensando mais nas que são de cima. Quando ele pensa no seu passado reconhece que não foi o ideal, mas pensa e faz como o apóstolo Paulo; Esquece o que ficou para trás e prossegue para o alvo que é Cristo. Os que não crescem estão constantemente caindo no pecado, porque não possuem domínio próprio, também chamado de temperança, que é uma das características do fruto do Espírito de Gálatas 5:22. Porém os que crescem, são como o Varão de que fala o Salmo 1:1-3 Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores; antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e noite. Pois será como a árvore plantada junto às correntes de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cuja folha não cai; e tudo quanto fizer prosperará. Aumento na preferência pelas coisas espirituais. << Primazia às coisas espirituais>> Acontece e é normal por vezes fazermos comentários sobre alguém crente e como é óbvio esses comentários podem ser um destes dois: Ah! “fulano” andou tão bem, mas agora parece não ter o mesmo prazer nas coisas espirituais. Este tipo de comentário significa que esta pessoa é alguém que parou de crescer. Ou, Ah! “sicrano” já não é o mesmo de tempos passados. Ele agora está diferente, empenha-se e esforça-se por aprender e participar o mais que pode das coisas espirituais. Neste caso é claramente um sinal de que tal pessoa está crescendo. Aqueles que estão crescendo na graça, com o passar do tempo vão revelando maior interesse pelas realidades espirituais. Eles não desmazelam os seus deveres e compromissos, sejam sociais ou profissionais, família ou amigos, mas aquilo que eles mais apreciam são as realidades espirituais. As modas, as diversões e os passatempos preferidos foram passando a ocupar um lugar cada vez menor no seu coração. (isto é crescimento) Não que fossem coisas ilícitas ou pecaminosas, somente deixaram de ter a mesma atracção sobre ele, e as considera menos importantes e até sem algum proveito. Preferem mais companhias e ocupações espirituais. As conversas que mais procura são de natureza espiritual com o fim de se enriquecer espiritualmente… Estes são sinais de evidente crescimento, e se queremos saber se estamos crescendo, basta que examinemos o nosso coração e averiguemos se os nossos gostos e preferências se estão espiritualizando gradualmente. MEIOS DE CRESCIMENTO Tiago 1:17 Esta é uma verdade inegável, a de que tudo que é bom, provém de Deus. Por outro lado, apesar de tudo ser dom de Deus, não devemos esquecer que Deus por regra, age através de meios pelos quais nos concede as Suas dádivas. Para cresceremos, em primeiro lugar teremos de ter vontade e depois tirar proveito dos meios que Deus usa para nos fazer crescer. p. ex. nós podemos conservar e até melhorar a nossa saúde, mas para isso precisamos usar meios apropriados para o conseguir, como p. ex. o exercício físico, alimentação apropriada, evitar contactos com tudo que prejudique a saúde, tomar vitaminas, descansar o necessário, etc. etc. Por certo que já admiramos o crescimento na graça de alguns crentes e até desejamos ser como eles. No entanto, por vezes talvez tenhamos pensado que esse crescimento que eles revelam resulta de um dom divino especial, e que esse dom não nos foi dado a nós, e por isso devemos contentar-nos e ficarmos bem quietos. Esta é uma ideia ilusória e perigosa, porque o crescimento na graça está ligado ao uso de meios que como nos diz o NT, estão ao alcance de todos os crentes, e as almas que crescem são os que se servem desses meios. O crente salvo é alguém que foi vivificado pelo E.S., por isso foi dotado de poderosas capacidades e responsabilidades, mas terá de ser esse mesmo crente a participar no desenvolvimento dessas capacidades. Salomão em Provérbios 13:4 diz que: “ a alma dos diligentes engorda, a dos preguiçosos não.” Ex. quando tiveram inicio os holocaustos no altar do Templo, o fogo caiu do céu. Depois, o fogo tinha de ser mantido aceso e conservado continuamente, através do cuidado dos sacerdotes. (Lv. 6:12 / 9:24 II Cr. 7:1) Assim deve acontecer com o crente. Deus dá o principio e principal, que é a nova vida e o Seu E. S., depois a partir daí devemos alimentar essa nova natureza mantendo hábitos de santidade diária, para que esse “fogo” não se apague. Quanto mais nós nos exercitarmos na piedade, mais iremos crescer na graça. Teremos de ser diligentes no uso desses meios, usando-os regularmente. De outro modo pouco ou nenhum efeito irão produzir. Seja em que área for, para se obterem resultados eficientes e duradouros, precisamos persistentes na busca deles, pois nada se alcança sem esforço e empenho. (ex. desportistas, diplomas, dieta, bom profissional…) Nós ao nos lavarmos uma vez, não significa que ficamos limpos para sempre. Temos de nos lavar regularmente, pois sabemos que mesmo sem termos trabalhos sujos ou frequentarmos locais onde exista muita sujidade, mesmo assim sujamo-nos. Dentro desta categoria de meios que precisamos usar para mantermos o crescimento teremos de indispensavelmente incluir estes: Leitura e meditação da palavra de Deus e oração. Diariamente fazermos um auto-exame ao nosso estado espiritual. Procurar manter comunhão com os irmãos na fé reunindo-se com eles para louvar e adorar o nosso Deus. É dever de cada crente ajudar, animar, exortar e estimular os irmãos. Isso só será possível se estamos em comunhão com eles. Os que não exercitam estas coisas, até poderão pensar que tudo está bem com eles, mas isto não é verdade, e quando se erra nestes pontos erra-se em tudo o resto. Não adianta todas as desculpas e justificações que somos peritos em arranjar, porque isso não invalida o que diz a palavra de Deus a respeito dos nossos deveres para com Deus e os irmãos. Muitos andam espiritualmente secos e mornos, pensando que a solução deste seu problema está em que a igreja mude de métodos, que se façam reuniões excitantes e sermões inflamados, ou outra qualquer coisa que produza sensação ou sensacionalismo. Poucos se lembram ou reconhecem que o problema está neles mesmos e que a sua necessidade está em buscarem mais ao Senhor, não nessas coisas, mas no intimo dos seus corações a sós com Ele, como nos recomenda o Salmo 4:4 “consultai no travesseiro o vosso coração e sossegai”. Sem esta prática nunca haverá satisfação da alma, por muito boas emoções que se experimentem, isso terá um efeito leve e passageiro. Muito em breve tudo voltará à mesma condição. (Mt. 11:16-20) A alma humana é por natureza insaciável, sendo apenas possível ser saciada pelo Senhor, mas através dos meios que Ele mesmo determina e não outros. AMIZADES Nada afecta mais o nosso carácter que as pessoas com quem andamos e fazemos amizades. Por isso devemos ter a maior cautela com as companhias que temos e as amizades que estabelecemos. Normalmente todos nós nos achamos seguros de nós mesmos achando que ninguém nos conseguirá influenciar. Basta olharmos ao nosso redor para tirarmos a conclusão de que esta nossa ideia está errada. Nós por natureza, muito facilmente adquirimos os modos e hábitos daqueles com quem convivemos e na maior parte dos casos absorvemos deles, mais o que é de mau, que o de bom. Isto está comprovado e não é difícil nós chegarmos a esta conclusão. Por isso, se resolvermos ser muito íntimos daqueles que não são amigos de Deus e que apenas se apegam às coisas mundanas, sem dúvida que a nossa alma irá sofrer grande prejuízo. Ou decidimos tudo fazer para levar essas amizades a Cristo, ou muito em breve será ela a nos arrastar para seu lado. Será tudo questão de tempo, mesmo que isso por vezes não seja muito evidente, haverá sempre uma influencia prejudicial para a nossa alma. Se já é tão difícil servir o Senhor devido às circunstancias de um mundo como o nosso, será duplamente difícil, caso nos apeguemos a coisas e pessoas que nos afastem de Deus. Os erros de más amizades (incluindo namoros e casamentos) tem sido a principal razão de muitos terem deixado de crescer na graça e se terem desviado dos caminhos do Senhor. (I Cor. 15:33) Se escolhermos amigos que nos animam a orar, ler a Bíblia, que conversam connosco sobre coisas espirituais… estamos a escolher e usar um meio para crescermos na graça. Muitos há que se dizem crentes, dizendo que esperam um dia estar na eternidade com Jesus, mas o facto é que nunca vemos um sinal sequer do seu crescimento na graça. São como aqueles de que fala Sofonias (1:12). Eles continuam vivendo como o vinho na sua borra, e que se não for tirado dali em tempo irá se estragar e azedar. Estes apesar do conhecimento que tiveram de Deus, ficaram estagnados na sua vida passada, nunca passaram pela transformação do novo nascimento. Para estes Deus tem punição mais severa. São daqueles que pensam: “Deus não faz bem nem faz mal” Ou seja, segundo eles Deus nada faz. Está sempre disposto a aceitar tudo e deixar passar tudo em claro. Muito embora só Deus tenha capacidade para saber os que são salvos, segundo a Bíblia, nós temos razoes para duvidar da palavra dos que se dizem crentes, mas não usam dos meios de Deus para crescerem na graça. Se isto acontece com alguém de nós e se temos razoes para crermos que somos crentes verdadeiros, é tempo de nos examinarmos muito bem e de reconhecer o nosso erro de estarmos vivendo abaixo dos nossos privilégios e responsabilidades, e de que isto não é a vontade de Deus para nós. Satanás sempre fará vir à nossa mente as sua ideias e mentiras para nos tranquilizar e desculpar. Uma delas é a de nos levar a medirmo-nos pelos outros. Não nos deixemos cair nesse erro de nos compararmos seja com quem for, achando desta maneira um certo consolo, porque segundo o que vemos outros estão e são piores. Temos de olhar por nós mesmos e tudo fazer para crescer o mais possível, sabendo que não há limite, pois o alvo é a perfeição, e o padrão é Cristo e não os outros. A IGREJA (deixei para último o que deve ser em primeiro) Ser membro da igreja ¹visível de Cristo é um dos principais meios par a santificação do crente. (¹igreja visível considera-se aquela que se reúne numa localidade, sendo uma fracção da Igreja Universal no presente) Ser membro de uma igreja local faz parte de um dos maiores privilégios do crente. Um crente sem igreja é como uma pessoa sem família. Só os que são membros numa igreja podem ter o privilégio de participar no louvor e adoração colectiva, que dá um gozo enorme à alma. Devemos faze-lo individualmente, mas ao faze-lo colectivamente a bênção é muito maior. A Ceia do Senhor. Ninguém pode, nem isso é bíblico, celebrar a Ceia do Senhor sozinho em sua casa, mas deverá faze-lo em conjunto com os seus irmãos na fé. Quando fazemos uso deste meio que Deus nos concedeu que é a igreja, somos enriquecidos espiritualmente e a nossa alma irá prosperar. Cristo instituiu a Sua igreja porque não quer que Seu povo sejam solitários, por isso Ele nos preparou um lar e uma família, que não é apenas virtual e espiritual, mas real e palpável. A igreja ( como a família) dá-nos equilíbrio emocional e espiritual. Os que vivem em comunidade conseguem tirar maior e melhor proveito das coisas, sejam de que espécie forem, muito mais que os solitários. Santificação traz a segurança II Timóteo 4:6-8 O apóstolo Paulo é um dos nossos maiores exemplos da segurança que devemos ter em Cristo. Na altura em que ele tinha plena consciência da sua partida para a eternidade e que ela estava para muito breve, ele agarra-se bem firmemente a esta segurança, que lhe dava a certeza de que não só iria para a presença do Senhor, mas da recompensa que iria receber. Paulo não era perfeito como nenhum de nós o é, como ele bem o reconhece várias vezes em algumas das suas cartas, mas uma coisa sabia, ter vivido na busca da santificação prática durante a sua vida. Por isso ele não está duvidoso e afirma que o Senhor é um recto Juiz, por isso, ele tem a certeza quanto ao seu destino e da sua recompensa. Nestes versos vemos Paulo olhando em 3 direcções. 1 – (v.6) ele olha para o presente, olhando para baixo em direcção à sepultura e fá-lo sem qualquer temor. Ele diz: “estou sendo oferecido por libação…” Paulo estava vendo-se como o animal que já está no lugar do sacrifício, amarrado ao altar quando já decorrem os preparativos para a sua imolação. A palavra “libação” refere-se às ultimas cerimónias antes do sacrifício. Para Paulo isto já estava a acontecer na sua vida, restava só o golpe final para que concluir e então o animal ser oferecido em sacrifício. O tempo da partida está próximo. Esta é outra forma de ele dizer que a sua morte está iminente. No original o sentido das suas palavras ilustram um barco que está no cais pronto para desatracar, restando apenas que alguém solte as cordas que o prendem à margem, para que a viagem se inicie. Dizer que a morte não nos amedronta por vezes qualquer um o diz com relativa facilidade, até ouvimos muitos descrentes dize-lo. Normalmente esses o dizem quando não contam morrer e ainda a vêem de muito longe segundo o seu pensar. No caso de Paulo não era assim. Ele estava vendo a morte bem perto, mas nem assim, isso lhe provocava receio, pois ele estava seguro da sua fé e da forma como tinha vivido essa mesma fé. 2 - (v.7) Olhando para trás (passado) A sua certeza e ausência de medo tinha origem no facto de ele ao olhar para o seu percurso de vida, saber que tinha feito tudo como o bom soldado que nunca virou a cara à luta. Paulo não sentia motivo algum para se envergonhar do seu passado como cristão, estando à vontade para dizer: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé”. Com estas palavras o apóstolo declara que quando se tornou soldado de Cristo, lutara abnegadamente e cumprira as ordens do seu General, não deixando a carreira a meio ou por completar, mas foi até ao fim tendo conquistado o prémio. Muitos de nós por vezes começamos até muito bem, mas com o passar do tempo, por variadas razões paramos de correr e lutar e outros até desistem. Com essa atitude os que assim fazem não conseguem ganhar o prémio, e o mais triste que sucede é perderem a sua segurança no Senhor, começando a ser e viver como qualquer perdido. Guardei a fé A segurança que Paulo tinha também era o fruto de tudo em que ele acreditava e que guardara fielmente como bom mordomo que era do Senhor. Há muito quem encha a sua boca da sua fé e das doutrinas em que acredita, mas será que depois as segue e defende fielmente? Ou tudo isso não passam de uma crença intelectual que não tem efeito algum na sua vida prática? Felizes são os crentes que ao deixarem este mundo podem dar este mesmo testemunho, pois tem a boa consciência de terem andado neste mundo conforme a vontade de Deus, tendo feito o seu melhor, andando diligentemente segundo os preceitos do Senhor. A boa consciência não salva nem pode lavar um pecado sequer, mas dá ao crente esta segurança que Paulo tinha e serve de grande ajuda para atravessarmos com maior facilidade certas situações da nossa vida, e é a mais agradável companhia especialmente quando chega a hora de nos confrontarmos com a morte. No livro o “Peregrino” é descrita a história do Velho Honesto quando ele atravessava o rio da morte. João Bunyan que o escreveu, diz ali que esse rio em certas ocasiões invade as margens tornando-se perigoso e assustador, mas o Velho Honesto durante a sua vida falou muitas vezes com uma certa “Boa Consciência”, para se encontrar ali com ele, e ela assim o fez, e, na hora de atravessar o rio, lá estava ela estendendo-lhe a mão, ajudando-o a atravessar o rio. Para além de outras coisas o que João Bunyan estava a querer dizer era isto: Que na hora das dificuldades principalmente diante da chegada da morte, a nossa boa consciência de tudo termos feito correctamente nos será de grande ajuda neste momento tão difícil. 3 - Olhando em frente. (futuro) v. 8 “desde agora…” olhando para o futuro, Paulo vê-se já no dia do Tribunal de Cristo e não tem qualquer dúvidas. A coroa da justiça já se encontra guardada para lhe ser entregue naquele dia. Notemos a ausência de qualquer hesitação ou incerteza da parte de Paulo quanto à sua recompensa. Ele não está a falar de uma possível hipótese, mas ele já vê aquele dia em que com toda a certeza receberá das mãos do próprio Senhor esta coroa de justiça. Toda esta certeza que Paulo possuía e que cada um de nós deverá ter, não depende de nossos sentimentos, mas da promessa que temos de Deus na Sua palavra. Quer isto dizer que mesmo não se sentindo esta segurança que Paulo sentia, mas estando salvos ela existe e é real. A grande vantagem de a podermos sentir e viver está em nós vivermos em intima comunhão com o Senhor como Paulo e essa segurança não será mera letra, mas um sentimento bem forte dentro de nós. Na medida em que maior for a nossa santidade e comunhão com o Senhor, maior será a nossa convicção de segurança. A QUESTÃO DA CERTEZA. A questão da certeza tem sido sempre uma questão muito debatida e posta em causa por muitos, no entanto possuir certeza quanto ao perdão e salvação e recompensa eterna, é 100% bíblico. A igreja católica a nível oficial desde o Concilio de Trento ( 1549-1562 ) em oposição à Reforma e aos reformadores, considera a crença da certeza de salvação um erro herético. Ou seja, uma heresia. Outros cristãos nominais e mundanos até dentro do meio evangélico acham o mesmo. Se existe assunto em que a Bíblia é clara é sobre o assunto da certeza da salvação, mas para a igreja católica aceitar esta verdade, isso implicaria ter de renegar à sua doutrinas erradas que foram sendo inventadas pelos papas, como no caso das boas obras serem necessárias à salvação, os mediadores e mediadoras sem os quais eles dizem não ser possível ir a Deus… e teriam de aceitar a Pessoa e obra de Cristo como a única forma de salvação. Quanto aos cristãos nominais, estes precisam abandonar antes de mais a suas vidas de pecado, reconhecendo-se totalmente indignos da graça de Deus, sem nada de bom em si mesmos que possa agradar a Deus, e depois confiar totalmente no que a palavra de Deus diz. Certeza ou presunção? Alguns acusam os que crêem a 100% na palavra de Deus de presunçosos ou arrogantes. Crer no que a Bíblia diz não é presunção ou vanglória do nosso ego. Pelo contrário, é um sinal de grande humildade. Vejamos; Todos os escritores Bíblicos tinham estas certezas, e podemos confirmar o quanto eles eram humildes, pois nunca se orgulhavam neles próprios desta sua segurança que possuíam, mas sempre a atribuíam ao amor e graça de Deus na Pessoa do Senhor Jesus. Nós que cremos como eles, também sabemos que o alicerce da nossa segurança não está assente em nada que venha de nós mesmos, mas está fundamentado no poder e amor de Deus. A razão porque tantos duvidam e não alcançam certeza, encontra-se e olharem para si mesmos. Só quando se olha apenas para Deus se pode encontrar razão suficiente para a nossa segurança. Podemos dizer sim, que presunção é crer como eles crêem, que é esperar serem salvos na base das sua próprias capacidades. Isso sim, é uma heresia e uma grande presunção. E se surgir a dúvida? Mas se alguém já depositou sua fé incondicional em Cristo e está vivendo fazendo o seu melhor para agradar ao Senhor e ainda assim é assaltado pela dúvida, que significa isso? Quando alguém em algum momento sente dúvidas em relação a esta segurança, não significa que não se encontre salvo, porque é devido à sua fé ainda que pequena na Pessoa e obra do Senhor Jesus que o leva ao céu. O que acontece, é que essa fé só por si não é suficiente para o conduzir no caminho para o céu cheio de confiança e regozijo, e muitos serão salvos como que pelo fogo, e no dia em que entrarem no céu certamente irão “precisar de se beliscarem” para confirmarem que não estão a sonhar, mas estão mesmo no céu. Esta não é a melhor forma de entrar no céu. Para se gozar em pleno desta segurança é necessário viver neste mundo em santificação e renovando permanentemente nossa mente com a palavra de Deus. Fé e Segurança. Fé nem sempre é sinónimo de segurança. Podemos por assim dizer que a fé é a raiz e que a segurança é a flor. Não é possível existir flor sem raiz, sendo possível existir a raiz sem a flor, mas o mais natural é quando estas 2 coisas, fé e segurança, fazem parte da vida do crente. Pedro teve fé quando estava afogando e clamou ao Senhor: Salva-me Senhor! Segurança foi o que o mesmo Pedro disse no Sinédrio diante dos principais em Actos 4:11,12 Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta como pedra angular. 12 E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos. Fé é vermos Paulo depois do encontro com Jesus a caminho de Damasco, já cego e orando, mal percebendo o que se estava a passar com ele. Segurança é vê-lo idoso numa prisão coberto de cicatrizes por causa de testemunhar de Cristo, dizendo: “Eu sei em quem tenho crido, e estou certo que Ele é poderoso para guardar o meu tesouro até aquele dia” II Tm. 1:12 A fé com que cremos e aceitamos o Senhor Jesus precisa crescer levando-nos a vivermos vidas santificadas, para depois alcançarmos a segurança. PRECISAMOS LUTAR POR ELA A santificação prática não cai do céu assim como sucedia no deserto com o maná quando o povo de Israel se dirigia para Canaã. Enquanto que pela santificação posicional que é instantânea e nada precisamos fazer a não ser crer na obra feita na cruz pelo Senhor Jesus, a santidade prática terá de ser constante e progressiva, essa envolve viver num estado de luta sem tréguas. O apóstolo Paulo falando acerca da sua breve partida deste mundo para o Senhor dizia: “Combati o bom combate…” .II Tm. 4:7 Aos outros ele também encorajava a fazerem o mesmo, como no caso de Timóteo. II 6:11,12 Ao falarmos de luta e combate, significa logo que existe oposição e inimigos. OS INIMIGOS Dos muitos adversários com quem temos de lutar, temos três que são os principais, e é sobre e acerca desses que vamos falar em particular. 1 – A CARNE O crente conhece quem são os seus inimigos contra quem terá de lutar. Não são os homens, as religiões, ou os que pertencem à mesma fé mas que terão crenças diferentes sobre certos aspectos doutrinais. Ele sabe que primeiramente terá de lutar contra si mesmo. Isto é, sua carne, a sua constante inclinação para o mal que existe dentro dele mesmo, que tenta arrasta-lo para desobedecer a Deus. A carne como diz a palavra de Deus é inclinada para o pecado, não havendo nela bem algum. Rm. 7:18 Isto não quer dizer que devamos como alguns pensam e fazem, mutilar e torturar e flagelar os nossos corpos, mas vencer a tendência que habita dentro de nós através da nossa nova natureza mais forte, que subjugue a velha. É isto que o apóstolo Paulo nos ensina em Romanos 7 e 8, dizendo-nos que vivendo no Espírito, a carne não se irá manifestar. Colossenses 3:1-5 Primeiramente para que vençamos a carne teremos de buscar as coisas que são do Senhor. I Coríntios 9:25-27 Só o que luta e exercita poderá vencer. O crente comodista que passa a sua vida espiritual “sentado” nunca vai vencer a sua carne. 1 – O MUNDO. Este é mais um desses 3 poderosos inimigos. Por isso é que são muitos avisos e exortações que nos advertem a termos cuidado e atenção às tentações e perigos que vem do mundo para nos fazer vacilar e cair da fé. O mundo é por natureza hostil ao crente, pois está sempre e de várias formas procurando afastar e desviar o crente de Deus, e isto não apenas temporariamente, mas constantemente e durante a vida toda. Há inimigos do homem que apenas o atacam em determinadas idades ou períodos e alguns deles até os conseguimos derrotar definitivamente, mas o mundo como os outros dois que vamos falar serão sempre inimigos permanentes. São ainda inimigos que não poderemos vencer definitivamente, mas que os poderemos vencer hora a hora, dia a dia. Vamos tendo vitórias sobre eles a cada minuto, a cada hora, a cada dia… Se assim formos vencendo desta forma, no final da nossa carreira neste mundo poderemos então dizer como muitos já disseram, usando as palavras do apostolo Paulo: “combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” Quem viver uma vida de derrota constante não poderá dizer estas palavras ao partir deste mundo, e como isso será triste. No Apocalipse várias vezes aparece a frase seguida de promessa que é esta: “ao que vencer, dar-lhe-ei…” (2:7,11,17,26. 3:5,12,21) Se nunca vencemos nada iremos ter para receber. Não será isto tão triste? Como filhos de Deus temos tudo para sermos vencedores, porque devemos ser derrotados? Sejamos vencedores. Saibamos porém que não há vencedores sem luta. 2 – O DIABO Este é o maior dos inimigos, além disso, não é apenas inimigo dos que crêem, mas de todos os homens. Ele é inimigo de Deus e do homem desde o principio. Como nada pode fazer contra Deus, procura combater a Deus atacando a Sua maior obra da Sua criação, criada à Sua imagem e semelhança que é o Homem. A Bíblia classifica Satanás da pior das maneiras, chamando-o de mentiroso, homicida e ladrão, comparando-o a uma serpente venenosa e a um leão esfomeado, pronto a despedaçar e devorar a sua presa. Há crentes que desvalorizam este inimigo, sendo isso que ele quer, pois assim o caminho fica mais curto e fácil para a sua vitória. Pensar-se que o diabo não é perigoso ou até que nem existe, é abrir a porta para que ele nos derrote. Não existe nada de mais prejudicial para quem entre numa luta ou competição que a de subestimar o adversário, e Satanás quer aceitemos ou não é nosso adversário. Tão terrível é este adversário que Deus para proteger os que são Seus desse inimigo preparou para eles uma armadura especial para que o enfrentemos com sucesso. (Ef. 6:13-18) Se o tentarmos vencer com nossas próprias armas ou forças, a derrota será certa. Só com esta armadura de Deus se poderá vencer este inimigo tão forte. Para haver santidade primeiro vem a luta. A Bíblia chama a esta luta de “bom combate”. Os homens neste mundo teve e vai continuar a ter de defrontar-se com várias lutas e guerras, mas que devido às suas características não poderão ser chamadas de boas lutas e boas guerras, porque como sabemos e temos visto (pelo menos via meios de comunicação) todas essas guerras, mesmo as que são por uma boa causa tem sempre o seu lado perverso. Todas elas acabam por fazer vitimas inocentes, trazendo benefícios aos mais fortes e poderosos, criando e espalhando ódios e outros tipos de sentimentos negativos que por vezes tem duração de séculos e mais. Pelo contrário existe só um guerra que pode ser chamada de boa e isto por variadas razões. 1 – É feita sob as ordens do melhor General – Jesus. 2 – Faz bem à alma daqueles que nela participam. 3 – Faz bem a este mundo, ao inverso do que fazem as outras guerras. 4 – Termina em gloriosa recompensa. Este é o melhor combate, combate que nos torna mais santos e ricos espiritualmente e que um dia na eternidade será recompensado de uma forma inimaginável, como Deus prometeu, será maravilhosa a recompensa. Conclusão. Santificação exige luta e empenho da nossa parte e não é tarefa fácil, porque os inimigos são fortes e poderosos, mas a vitória está assegurada, não porque sejamos capazes por nós mesmos, mas temos a promessas e os meios dados pelo Senhor para sairmos vencedores. Para tal precisamos de seguir as instruções do nosso General e usar correctamente as armas que Ele nos deu e só assim sairemos vencedores. Amén. Carlos A. Oliveira Junho 2006 |