Para alguns a Bíblia é apenas um livro de
histórias. Não deixa de ser verdade que a Bíblia relata muitas histórias. Umas
em forma de parábola e outras verdadeiras.
Tanto umas como outras foram escritas com o
propósito de nos darem lições e mostrarem verdades necessárias para a nossa
para a nossa vivência cristã, e nos ensinarem princípios e regras segundo o
pensamento de Deus para nós.
A bíblia fala de pessoas de quem nos dá os
nomes, profissão, nome dos familiares, o que realizaram na sua vida até em
detalhe... etc.
Por outro lado, também nos fala de pessoas
sem nos dizer o nome delas, referidas uma vez apenas, e de quem quase nada
sabemos, a não ser um pequeno acontecimento que ficou registado na palavra de
Deus.
É sobre 2 dessas pessoas (neste caso, 2
mulheres) que vos quero falar hoje para nossa edificação e ensino da palavra de
Deus.
A primeira encontra-se em Lucas 21:1-4(Esta história é
relatada em 20 segundos)
A segunda em Marcos 14:1-9
Acerca
da viúva pobre e da sua oferta, muitos usam essa passagem para falarem sobre
como e da importância de contribuir para a obra de Deus.
Muitos
até se servem abusivamente desta passagem para basear ensinos que a própria
palavra de Deus não sustenta.
Eu gostaria de retirar desta passagem
outras implicações, embora mais indirectas, mas que podemos muito bem apropriar
à nossa vida prática cristã.
Espero com estes pensamentos levar-nos a
reflectir e avaliar melhor acerca da nossa posição como filhos de Deus e
membros da Sua Igreja.
Começaria por salientar o verso 3 em que o
Senhor Jesus sobre este acto desta mulher sem nome, faz distinção entre
qualidade e quantidade.
Segundo o Senhor Jesus a diferença entre os
outros e esta viúva, é que ela ofertou não em quantidade, mas em qualidade.
Os outros deram quantidade, mas o Senhor
Jesus destacou aqui a qualidade.
Apesar de ter dado muito pouco, segundo as
palavras de Jesus, ela foi quem mais deu, porque deu tudo.
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Não me refiro a dinheiro, mas com respeito
ao nos darmos a nós mesmos e servirmos a Deus como é que o estamos fazendo, em
qualidade?
Talvez
até o tenhamos feito em quantidade, mas será que tem sido em qualidade?
A quantidade por vezes é um engano e
sinónimo de péssima qualidade.
Isto não significa dizer que o pouco é que
é qualidade. Isso seria um absurdo e uma ofensa ao Senhor, pois em muitos
casos, o pouco pode ser má qualidade.
Segundo o parecer do Senhor o que é
qualidade?
Como
Ele mesmo disse, qualidade é o que mesmo sendo pouco, é o melhor que podemos
dar, como foi no caso daquela viúva.
Alguns preocupam-se em mostrar quantidade
para que os homens vejam e os admirem.
Muitos tem deixado de pregar o evangelho de
qualidade, para poderem mostrar quantidade. Para encherem suas igrejas abandonam
os verdadeiros princípios da palavra de Deus.
Suas igrejas deixaram de ser um local onde
se prega contra o pecado e se convidam os pecadores ao arrependimento, para
serem locais de entretenimento e assim terem casa cheia e boas ofertas.
O Senhor como no caso desta passagem está
olhando e dizendo que isso não é qualidade e que para Ele não tem qualquer
valor.
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O segundo aspecto que gostava de salientar
está no verso 4, e fala sobre capacidade.
Aos olhos deste mundo esta mulher não
possuía capacidade, ou era pequena, pois era mulher pobre.
Não
devemos avaliar ninguém pelo muito que eles possam mostrar fazer em nome do
Senhor, ou capacidade que mostrem.
Querem um exemplo daquilo que pode
aparentar grande capacidade, mas que para o Senhor é nada?
Mateus 7:22,23Estes eram dos que mostraram ter muita
capacidade e fizeram muita quantidade. Porém, o Senhor considera tudo como
inútil sem valor.
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Poderíamos
perguntar: por que razão ela deu aquelas 2 moedas sendo tudo que tinha?
Tendo
ela dado uma moeda já não seria uma grande oferta? Temos de dar tudo para que o
Senhor aceite a nossa oferta?
Os judeus estabeleceram uma regra quanto às
ofertas, em que a quantia mínima aceite de uma oferta eram precisamente estas 2
pequenas moedas. Aquela era a oferta mínima, e a mulher tinha apenas as 2
moedas e as deu sem hesitar.
O que isto nos ensina?
Cada um tem capacidade por muito pouca que
seja de fazer ou dar algo ao Senhor.
Não pode ser, como por vezes se pode pensar,
qualquer coisa.
Existe um mínimo estabelecido. Sabem qual é
esse mínimo?
Cada um tem o seu mínimo, e esse mínimo é
tudo que está ao nosso alcance.
Abaixo disso, o Senhor não leva em conta.
Por isso não pensemos que se fizermos alguma coisa temos feito o nosso dever.
O Senhor sabe das nossas capacidades, por
isso nós não o enganamos com alguma coisa que não seja o nosso tudo.
Analisemos
se realmente temos servido ao Senhor em conformidade com a nossa capacidade, ou
se muito abaixo disso.
Por
vezes alguns acham que o Senhor se alegra e aceita qualquer coisa, e dizemos
que ele sabe que o fazemos com amor...
Nosso problema é mesmo esse, é que Ele
sabe, e nós por vezes ou nos enganamos a nós mesmos ou queremos enganar a Deus,
mas Ele sabe bem se estamos a dar abaixo da nossa capacidade.
Para Deus é tudo ou nada. Alguém perguntou
a Jesus sobre qual era o maior mandamento. A resposta foi clara.
Mc. 12:28-30 "Amarás a Deus de TODO coração,
TODA a alma, TODO entendimento, TODAS as forças."
Vemos
que Deus não se contenta com 50%, 75% ou 90% mas com 100%, ou seja, TUDO.
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Passemos ao exemplo da outra mulher
relatado em Marcos 14.
Esta
mulher teve um gesto para Jesus digno de ser registado na palavra de Deus. Ela
derramou sobre a cabeça de Jesus um unguento valioso, num gesto de adoração, e
ao mesmo tempo sem o saber realizou um acto profético, pois como disse o Senhor
Jesus, ela com este acto antecipou a Sua morte que aconteceria apenas uma
semana depois. Como se lê Judas se preparava para o
trair, v. 10)
O Unguento de Nardo era extraído de uma
planta que crescia nos montes dos Himalayas na India. A distância e a raridade
desta planta tornava este perfume caríssimo.
Nossa adoração ao Senhor é muito valiosa
aos seus olhos.
Ao contrário da maioria, esta mulher
procurou Jesus para dar e não com interesse em receber.
Muitos naquele tempo e ainda hoje, procuram
Jesus não para dar, mas esperando receber. Receber ajuda, cura, prosperidade
material, emprego...
Jesus não precisa nada nosso, mas Ele
espera apenas que o adoremos e sejamos gratos com Ele. Foi isto que esta mulher
fez.
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No verso 8 o Senhor Jesus fez a avaliação
do acto desta mulher, dizendo: "Esta fez o que podia"
Devemos entender esta frase no sentido de
que a mulher fez o máximo que podia fazer.
Por vezes nós entendemos a palavra "podia"
num sentido depreciativo, achando que alguém apesar do pouco ou da
insignificância do que fez, "olha, coitado fez o que podia".
Dizemos isto para mesmo assim dar alguma importância
ao que tem pouca ou nenhuma importância.
Mas não era isto que Jesus estava a querer
dizer. Jesus disse que a mulher fez o que podia no sentido positivo de que ela
fez o seu máximo.
Fazemos nós também o máximo para Jesus? Ou
desculpamo-nos dizendo que é o que podemos, mas no fundo temos capacidade para
mais? Por vezes sabemos que sim, e Deus sabe muito melhor, por isso podemo-nos
enganar a nós mesmos, mas a Deus não enganamos.
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O verso 4 diz que ela foi censurada pelos
homens.
Não
importa os julgamentos que os outros possam fazer de nós quando adoramos a
Cristo. Ele sabe e conhece os nossos motivos e é quem julga justamente se são
bons ou errados. O v.6 mostra o julgamento de Jesus sobre esta mulher. "Ela fez-me boa obra"
Uma coisa nós sabemos, Deus não pede de nós
o impossível. Ele só pede o nosso melhor. O nosso melhor para Ele é suficiente.
Não é
fazer igual ou melhor que os outros. Deus não nos compara com os outros. Ele
sabe o que cada um pode e só espera de nós o nosso melhor.
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Outra coisa que esta mulher teve de fazer.
Ela
quebrou o vaso.(v.3)
Por
vezes o que nos impede de fazer o que devemos e o nosso melhor, é o de nõ
querermos quebrar o nosso vaso.
Quebrar o vaso pode significar muitas
coisas.
Abdicar do que gostamos, de tempo, posição,
perder algo... simplesmente não se importar com o que vão dizer os outros...
humilhar-se, considerar-se inferior, mostrar a nossa fraqueza, etc.
No se pode derramar o perfume sem quebrar o
vaso. Estes vasos eram feitos de modo a conservar e guardar em bom estado o
perfume, que depois de cheios eram lacrados. Para se tirar perfume era preciso
quebrar o vaso.
A
adoração só é possível quebrando o nosso vaso, derramando o nosso coração
diante do Senhor.
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Finalmente, apelo que cada um de nós
analise, como e em que medida temos servido e adorado o Senhor.
Tem sido abaixo do que podemos, ou seguindo
o exemplo destas 2 mulheres, dando nosso melhor?
Foram dois actos muito diferentes, cada um
tem seu lugar.
A viúva fez sua oferta em oculto sem que
ninguém ver. A mulher de Betânia fez sua obra em público.
Seja o que quer que façamos, em oculto ou
publicamente, o importante é serem feitos em sinceridade de coração, pois o
Senhor que tudo vê nos honrará e recompensará.
Sigamos o exemplo destas mulheres.
Pode ser que aos olhos dos homens não
pareça muito, mas que seja o nosso melhor, porque não é feito para os homens
mas para o Senhor, e é Ele quem sabe todas as coisas e quem pode avaliar.