powered_by.png, 1 kB
A SALVAÇÃO PDF Imprimir e-mail


No grego a palavra salvação é “soterios”. Quando se fala de salvação  em forma de estudo a isso chamamos de “Soteriologia” que é uma união da palavra “soterios” com “logia”, que no grego significa, estudo ou ciência acerca do assunto da salvação.

As religiões tem cada uma a sua “soteriologia”. No catolicismo segundo o ensino da mesma, (talvez muitos desconheçam isto) a salvação se alcança por meio da igreja. Segundo ensinam no catolicismo é a igreja que é o canal da graça de Deus para a salvação em conjunto com os seus sacramentos, os quais são: o baptismo, o crisma, a confissão, participação na eucaristia, matrimónio e extrema unção.

Muito embora façam menção de Jesus como tendo morrido para salvar a humanidade, para o catolicismo a fé em Cristo não é suficiente, sendo necessário boas obras, cumprir os sacramentos para além de muitos outros preceitos.

O judaísmo como se sabe, entende que a salvação está em se cumprir a Lei de Moisés como muito outros preceitos e regras estabelecidas na Tora e no Talmude, que são os seus livros sagrados.

O Islamismo e todas as demais religiões apresentam a salvação de modo semelhante, sendo necessário que o homem cumpra e realize obras e actos meritórios para que assim possa vir a ser salvo.

Nas religiões orientais (Hinduísmo, Budismo e outras), para além de todos os requisitos o homem terá de ainda passar por sucessivas reencarnações, até que alcance a perfeição devida, para que então seja salvo.

Nós que aceitamos como única regra de fé a Bíblia Sagrada, cremos que a salvação é um dom de Deus, oferecido gratuitamente ao homem por meio da fé na Pessoa do Senhor Jesus, devido à Sua morte na cruz do calvário, onde ele por meio do Seu sangue fez a nossa redenção e purificação dos nossos pecados, pagando assim o preço que a justiça de Deus exigia, sofrendo em nosso lugar, para assim nos dar acesso à salvação.
Comecemos por falar de como se obtém a salvação e de como se tem a certeza disso.
As pessoas que nos cercam quando lhes falamos em ter certeza da salvação, isso as escandaliza, alguns até riem ou troçam de nós, porque como tem sido ensinados, entendem que acerca disso nunca ninguém poderá saber, a não ser no dia em que se é chamado deste mundo e se chega à presença de Deus.

Na bíblia nós aprendemos que Deus quer que já neste mundo nós saibamos que estamos salvos, para que assim tenhamos uma vida de felicidade e confiança quanto ao nosso futuro depois da morte.

O apóstolo João na sua primeira carta 5:13 escreve: “estas coisas vos escrevo, a vós que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna.”

Nós sabemos que estamos salvos pela palavra de Deus. Ela nos diz que devemos crer em Jesus para sermos salvos. Se nós cremos segundo as Escrituras, não segundo muito dizem crer mas que não é segundo as Escrituras, então aqueles que crêem segundo as Escrituras podem ter a certeza de estarem salvos.
 
Para além da Sua palavra, Deus usa outros meios para que saibamos que estamos realmente salvos.

Gálatas 4:4-6 “mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo de lei, para resgatar os que estavam debaixo de lei, a fim de recebermos a adopção de filhos. E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.”
Romanos 8:16 “O Espírito mesmo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus;”

Uma das maiores provas de que estamos salvos vem de dentro de nós, porque quando nos convertemos o Espírito Santo vem fazer morada em nós, então Ele nos dará a convicção de que já somos filhos de Deus.

II Cor. 1:22 - 5:5 Ef. 1:13 “o qual também nos selou e nos deu como penhor o Espírito em nossos corações.” “Ora, quem para isto mesmo nos preparou foi Deus, o qual nos deu como penhor o Espírito.” “no qual também vós, tendo ouvido a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, e tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa,”

Quando uma alma é salva, como diz a Bíblia, Deus a sela com o Seu Espírito. Este selo vem da figura do uso do criador de gado que para identificar e distinguir os animais que eram seus os selava com um ferro em brasa. Deus para  mostrar quem são os que lhe pertencem, marca-os com a marca do Espírito Santo.
?    Posição espiritual do salvo.

Ef. 2:4-6  A palavra de Deus não só fala de que o salvo é filho de Deus e tem o Seu Espírito Santo, como diz que a sua posição espiritual é de estar já no céu. Ainda não estamos lá fisicamente falando, mas é como se já estivéssemos, isto porque estamos em Cristo, por isso estando nele, já estamos no céu.

Passagens importantes que nos dão certeza de salvação. João 3:36/5:24/6:47 Actos 16:31 Rom. 10:9,13

II Cor. 5:17 I Ts. 1:9 Ef. 2:1-3

Outra das evidências de que estamos salvos é a transformação que Deus opera no crente.
Deus não escreve um letreiro a dizer quem está salvo, mas a salvação traz como consequência mudanças bem claras, tanto no carácter, como na mente ou nos hábitos e práticas.

Quando Deus salva, Ele muda o nosso coração dando-nos capacidade para abandonar a idolatria, para que passemos a confiar só nele. Nossos desejos deixarão de ser os mesmos. Antes não sentíamos prazer nas Suas coisas, mas agora o que mais nos dá prazer é a Sua comunhão…

O pecado também deixará de nos dar prazer e passamos a sentir tristeza quando pecamos.

Não se é salvo por mudar de religião ou de ser boa pessoa, ou de fazermos coisas boas e dignas de admiração, mas a Bíblia diz que o salvo é reconhecido pelos seus frutos (Mateus 7:16-20).

Quando alguém diz que está salvo deverá mostrar aqueles frutos que são próprios do filho de Deus, os chamados frutos do Espírito. Mesmo que não revele todos eles naquela qualidade que seria desejável, deve-se pelo menos ver nessa pessoa o desejo e a vontade de os produzir.

De contrário, pessoas que não revelem sinais de estarem salvos, muito menos que os procurem, na realidade não estão salvas, estão sim, enganando os outros e a si mesmas.

SALVOS PARA SEMPRE

A doutrina da salvação é uma das doutrinas que apesar de simples e clara, suscita controvérsia e dúvidas na mente de muitas pessoas, incluindo os próprios crentes.

Isto sucede não só nos dias de hoje, mas tem existido desde sempre e creio que sempre assim irá ser.

Por essa razão é sempre oportuno e importante falar sobre este tema, seja para esclarecimento de alguns, ou relembrar a outros, a razão de nós defendermos que uma vez alguém seja salvo, esse alguém foi salvo definitivamente, sendo a sua posição diante de Deus inalterável.

Existem crentes sinceros que crêem que se alguém um dia confessou os seus pecados a Jesus e se arrependeu verdadeiramente, essa pessoa foi salva.

Mas depois essas mesmas pessoas acham que isso foi só o início do processo, mas para que a salvação se desenvolva e a pessoa seja efectivamente salva, isso dependerá da perseverança na fé dessa mesma pessoa.

Uma tal crença acerca da salvação representa e implica o mesmo que dizer, que a obra do Senhor Jesus na cruz não foi suficiente, que por isso não pode salvar total e completamente, sem a ajuda e colaboração do homem. Não é de modo algum isto que a palavra de Deus diz.

Existem  muitas passagens bíblicas que quando mal compreendidas ou mal interpretadas, podem criar dúvidas, até confundir a mente de muitos.

Precisamos primeiramente fixar a nossa atenção em passagens que são claras e afirmativas sobre salvação, não nos deixando confundir por outras passagens menos claras, analisando bem se essas passagens dizem de facto respeito á salvação, ou em que contexto elas se aplicam, se no passado ou no futuro, ou se de facto se referem ao presente. Ou seja, se podemos aplicar determinada passagem a nós, ou se ela se refere a outras pessoas de uma outra época.

O N.T. diz que o crente no Senhor Jesus foi justificado. (E tais fostes alguns de vós; mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus. I Cor. 6:11)

Em Jó 17:9 lemos que o justo seguirá o seu caminho firmemente.
O caminho do verdadeiro cristão é um caminho difícil, mas Deus prometeu dar graça e ajuda para que o crente prossiga nesse caminho.

Por vezes ele caminhará vagarosamente. Outras vezes quase não  fará progresso, mas como cristão verdadeiro, ele terá de estar determinado a continuar.

Para ser verdadeiro cristão, não consiste em fazer uma mera profissão de fé em Jesus como Salvador, (como há muitos que o fazem) mas essa confissão que a pessoa faz, implica em que depois ela vai andar no caminho recto de Deus que Ele estabeleceu para o cristão.

Esse é um caminho difícil e estreito. É o caminho da renúncia, do arrependimento, da fé e da oração. O cristão deve ter como lema a santidade, fugindo do pecado.

Muito embora ele peque, ele porém não vive pecando, porque a graça que Deus dá, produz temor de Deus e vontade de não pecar.

Há pessoas que acreditam que a Bíblia ensina que alguém que foi salvo, poderá vir a perder-se.

Argumentam que a bíblia contém advertências contra os que abandonam a sua fé ( a chamada apostasia). Portanto, segundo eles, se as advertências existem é porque realmente existe a possibilidade de alguns se perderem (existe lógica neste raciocínio).

p. ex. uma dessas passagens é Hebreus 6:1-8. Encontramos aqui essas ditas advertências contra a apostasia. Mas convém como sempre, que analisemos todo o contexto, ou se o contexto não for conclusivo, devemos procurar noutras passagens que falem do mesmo assunto uma explicação.

Fala-se nos versos de 4 e 5 de que os tais foram iluminados, provaram das coisas celestiais, participaram do Espírito e provaram da boa palavra e dos poderes do mundo futuro. È verdade que até o descrente estando no meio do povo de Deus será abençoado. Assim acontecia com os povos que não eram de Israel que se encontravam entre eles, mas o que eles receberam foi somente uma amostra do real. Eles nunca foram SELADOS com o Espírito Santo como é o salvo. Apenas “provaram” não sendo saciados pelo manjar abundante. Foram iluminados mas nunca receberam a luz.

Àqueles foi dito que tiveram sua oportunidade e a rejeitaram, por isso não terão outra. Ao salvo que cai é dito: “lembra-te onde caíste, arrepende-te, e volta a praticar as primeiras obras…” Ap. 2:5

No verso imediatamente a seguir, o v. 9, deixa bem claro que os verdadeiros cristãos não estão entre aqueles que abandonarão a fé. Trata-se de cristãos nominais, cristãos que nunca o foram. Muitos há que fazem profissão de fé, mas que depois, não tendo tido uma verdadeira conversão, mais tarde ou mais cedo, irão abandonar o Senhor.

É por isso que o escritor de Hebreus no v.9 diz: “mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores”. Ou seja, o verdadeiro cristão não é daqueles que recua.

O apóstolo João confirma isto quando escreve na primeira carta 2:19:

“Saíram dentre nós, mas não eram dos nossos; porque, se fossem dos nossos, teriam permanecido connosco; mas todos eles saíram para que se manifestasse que não são dos nossos.”

Lendo estas palavras de João fica bem claro que quando alguém abandona a fé em Cristo, isso deve-se a que os tais nunca foram de Cristo. Eles não se perderam, simplesmente revelaram o que na verdade eram.

Na vida cristã existe aquela que pode ser chamada a prova cabal, ou como diz aquela expressão popular: “o azeite sempre vem à superfície (ao de cimo)” e que na vida espiritual se poderia chamar de; perseverança.

Para vermos com algum grau de certeza de que alguém está salvo, um bom sinal disso mesmo é a sua perseverança, principalmente quando esta é provada e testada por meio de provação e de como resiste às tentações da sedução do mundo, do dinheiro, do poder, da fama, etc.

O apóstolo Paulo cita alguns casos de homens que foram seus colaboradores, mas que não passaram neste teste. Foram Himineu e Alexandre (I Tm. 1:19,20 – II Tm. 2:17) e também Demas (II Tm. 4:10)

Estes homens foram pessoas que até fizeram profissão de fé e tiveram parte activa na igreja, mas como diz Paulo, a sua fé não era verdadeiramente alicerçada na verdade que é Cristo.
Uma das parábolas ditas pelo Senhor Jesus que ilustra muito bem este género de pessoas, é a parábola do Semeador ou dos 4 solos em Mateus 13:3-8,18-23.

Como vemos nesta parábola, há 4 tipos diferentes de ouvintes que respondem de forma diferente ao evangelho. O solo da beira do caminho nem sequer dá ouvidos ou reage. Os outros 2 respondem por algum tempo, mas a sua fé  (não salvífica) acaba morrendo. No entanto, durante algum tempo estes 2 tipos de ouvintes assume compromisso, mas isso dura só até ao dia da prova em que irão voltar atrás.

Como diz Rom. 10:9,10, para ser salvo basta fazer profissão de fé em Jesus. Mas profissão de fé faz muita gente que depois de algum tempo, acabamos por ver que não foram verdadeiras, pois a partir de certa altura à sua profissão de fé começou a faltar que confessem que Jesus é Senhor e que ressuscitou dos mortos.

Ao exemplo de Demas deixaram de confessar o Senhorio de Cristo e começaram a confessar o senhorio do mundo e do dinheiro, ou como Himineu se tornaram até hereges.

Estes por assim dizer, deixaram de perseverar. Não significa que a perseverança é que salva, mas que a verdadeira fé nos leva a que perseveremos. O Senhor Jesus certa vez disse: “Aquele que tem os meus mandamentos, e os guarda, esse é o que me ama…” João 14:21

Alguns poderão dizer e pensar que são discípulos de Jesus, mas se eles não estão seguindo os mandamentos do Senhor, na verdade não o amam, nem são Seus discípulos.

SALVOS PARA SEMPRE

I Pedro 1:5 que pelo poder de Deus sois guardados, mediante a fé, para a salvação que está preparada para se revelar no último tempo;

Segundo o original a palavra “guardados” tem um duplo significado, o que reforça a segurança do crente quanto à sua salvação.

Significa; impedido de fugir, e ainda; protegido de ser atacado. Isto é, o salvo está duplamente guardado por Deus nestes dois sentidos. Seja de ele mesmo poder escapar fugindo, quer de que possa ser tomado (raptado) por alguém. (João 10:29)

Uma vez mais se confirma o ensino da palavra de Deus, de que a salvação não se deve ao procedimento do salvo, mas exclusivamente à fidelidade e ao poder de Deus. Romanos 11:29

Mateus 7:23

Esta passagem é uma das muitas que deita por terra o argumento de que alguém, uma vez salvo, tenha voltado a deixar de estar salvo.

Estas pessoas que Jesus refere, e que um dia estarão sendo julgadas para condenação, irão dizer que andaram no meio do povo de Deus, que pregaram o evangelho e que fizeram até maravilhas… Eles esperavam entrar no reino de Deus, mas a resposta do Senhor Jesus irá ser muito clara: NUNCA vos conheci.

Eles estavam convencidos que estavam salvos porque andaram entre os salvos, porque falaram de Jesus e porque fizeram coisas maravilhosas em nome de Jesus.

Na verdade isso eram sinais que todos nós diríamos que eram de alguém salvo. Se há pessoas de quem nós diríamos que estavam salvos, estas seriam certamente desse grupo. O que na verdade acontece é que o Senhor Jesus deixa bem claro que eles NUNCA estiveram salvos, porque Jesus NUNCA os conheceu.

I Pd. 1:23
Uma pessoa quando é salva, como diz Pedro neste verso, ela é gerada de novo. Ou seja, recebe uma nova vida espiritual. Pedro acrescenta que essa vida não é de semente corruptível, mas incorruptível, o que significa que não morre.

Quando somos concebidos fisicamente recebemos uma vida que irá morrer, mas a nova vida que recebemos da parte de Deus é eterna porque nunca morre.

Quando a palavra de Deus diz que os que crêem em Jesus tem a vida eterna, é o mesmo que dizer que é uma vida que não tem fim. Em João 10:28 o Senhor Jesus diz: “dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer… (morrer ou perder-se).

Em Mateus 24:24 o Senhor Jesus diz outra coisa muito importante. Ele fala de que surgirão falsos cristos e falsos profetas que farão  grandes prodígios e maravilhas… depois Ele diz que se possível fosse , enganariam até os escolhidos (salvos), mas a esses não é possível enganar porque esses tem o Espírito Santo.

Isto sucede não porque somos suficientemente forte na fé, mas porque é o Senhor quem nos sustém na Sua mão e que intercede por nós incessantemente. (Hb. 7:25)

Nós somos muito fracos e se fossemos deixados sem ajuda perderíamos a fé. Porém com o Senhor a segurar-nos e a orar por nós, ficaremos firmes.

João 14:16

Outra razão para crermos que uma vez salvos estamos salvos para sempre, é esta oração do Senhor Jesus. “Rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre”.

O Espírito Santo não vem e vai embora a cada hora que nós pecamos, se assim fosse Ele não ficaria em nós por muitos minutos. O Senhor Jesus sabia que nós iríamos pecar muitas vezes, mesmo assim Ele disse que ia rogar ao Pai para que o Espírito Santo ficasse connosco para sempre. (14:17)

Sabeis porque o Espírito Santo não se retirará de nós apesar de pecarmos? Porque o Senhor Jesus quando morreu lá na cruz, levou sobre Si todo o nosso pecado, não só os que cometemos antes da nossa conversão, como aqueles que pecamos depois e que ainda iremos pecar até ao dia da nossa partida deste mundo.

Quando o crente salvo peca, a palavra de Deus ensina o que deve fazer.

I João 2:1 A vontade de Deus é para que não pequemos, mas se pecarmos devemos recorrer ao Senhor Jesus, que é nosso Advogado. Ao confessarmos o nosso pecado, a nossa comunhão com Deus deixará de estar cortada, porque o pecado será purificado devido ao sangue do Senhor Jesus.
PERGUNTAS FEITAS POR AQUELES QUE ACHAM QUE O SALVO PODE PERDER-SE.

1 – Como se explica o facto de haver crentes vivendo um estilo de vida imoral de pecado?

2 – Que dizer daqueles que depois de se dizerem salvos, se afastam da fé chegando até a negar a Cristo?

3 – Se a pessoa se encontra salva sendo isso inalterável, então a pessoa pode viver como queira e pecar à sua vontade.

Respostas:    1 – A Bíblia diz que o salvo não vai viver pecando. (I João 3:6)

        2 – A Bíblia declara que aqueles que abandonam a fé, demonstram que nunca foram salvos  (I João 2:19) O que acontece com os tais é que eles tiveram somente uma experiencia religiosa, sem nunca terem sido regenerados.

        3 – A Salvação não dá permissão nem desculpa para pecar deliberadamente. Quando alguém usa a doutrina da segurança eterna para justificar o seu pecado, podemos duvidar de que seja verdadeiramente salvo.

Alguns entendem que se a salvação fosse totalmente segura, levaria o salvo a se tornar descuidado e mundano. Este entendimento é errado, porque o cristão verdadeiro não poderia pensar desta forma, pois ele ama a palavra de Deus e ela o ensina a como se deve portar neste mundo (Tito 2:11-14).

Ninguém que jamais seja verdadeiramente salvo poderá pensar que pelo facto de se encontrar seguro na mão do Senhor, poderia viver segundo a sua própria vontade e inclinação carnal. Por isso este tipo de objecção contra a segurança absoluta da salvação é absurda. (II Tm. 2:19)    

SALVAÇÃO PELA FÉ OU PELAS OBRAS?

Romanos 4:5 “porém ao que não trabalha, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é contada como justiça;”
Diz-nos aqui claramente que a justificação é feita através da fé sem as obras. Mas se falarem sobre isto com um católico que saiba alguma coisa da Bíblia, ele vai citar-vos com toda a certeza Tiago cap. 2.

Tiago 2:24 “Vedes então que é pelas obras que o homem é justificado, e não somente pela fé.”

Aparentemente Tiago diz algo que contradiz o apóstolo Paulo, dizendo que o homem é justificado não só pela fé, mas também pelas obras.

Neste caso como em outros semelhantes, precisamos seguir a regra de que já falei, analisando ao que realmente se refere o texto, sabendo de que está falando um e o outro.

Estudando ao pormenor cada passagem, vemos que os assuntos tratados por cada um, são diferentes.

Em Romanos, o apóstolo Paulo fala sobre a justificação para a salvação, em que perante Deus basta apenas a fé.

Em Tiago trata-se da justificação perante os homens, em que a fé só por si não chega, já que os homens que nos rodeiam precisam que lhes mostremos a nossa fé através das nossas obras.

Tiago 2:18 “Mas dirá alguém: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me a tua fé sem as obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.”

Deus não precisa das minhas obras para ver a minha fé, mas os homens precisam. Por isso eu devo e preciso praticar boas obras, não por causa de Deus, mas dos homens, muito embora isso agrade e seja da vontade de Deus.

Para que os outros vejam a nossa fé e creiam, Deus manda que procuremos as boas obras. Tito 1:16/3:8

O mesmo exemplo.  Tanto Tiago como Paulo usaram o mesmo exemplo para falar deste assunto, e o exemplo é Abraão. Romanos 4:2,3,9  A justificação de Abraão foi feita pela fé. Tiago 2:24 Abraão foi justificado pela fé e pelas obras. Como entender esta aparente contradição?

Quando Paulo fala de Abraão está citando Génesis 15:6. ele fala de quando Deus apareceu a Abraão e lhe faz a promessa de lhe dar um filho. Como Abraão creu nessa promessa, a sua fé lhe foi imputada por justiça.

Por outro lado, Tiago (2:21-23) ao citar Abraão, está referindo-se a outra situação posterior, que foi quando Abraão aceitou por pedido de Deus, oferecer seu filho Isaque em sacrifício.

Isto acontece já em Génesis 22:1-19. A expressão “creu Abraão e isso lhe foi imputado como justiça” aparece apenas em Gen. 15 e não em 22.

Estas duas passagens nos mostram claramente que a fé antecedeu muito antes as obras. Mostram ainda que no caso da salvação as obras são apenas consequência e o testemunho da fé, não perante Deus que conhece tudo, mas perante os homens.

Portanto e em resumo, entendemos ao comparar esta duas passagens aparentemente contraditórias, que Abraão não precisou das obras para ser justificado, porque já o tinha sido no momento em que creu, como diz Paulo aos Romanos 4:5, e de que as obras são somente consequência e manifestação da nossa fé, como sucedeu com Abraão em Gn. 22, como nos refere Tiago.

Quando Abraão estava pronto a sacrificar seu filho, não é dito que por meio disso foi justificado. A Abraão apenas foram transmitidas duas mensagens através do anjo. Verso 12 “sei que temes a Deus…” versos 15-17 “…deveras te abençoarei…”

As obras em nada acrescentam à salvação que é baseada apenas no princípio da fé. Através das obras mostramos que tememos a Deus, por elas somos recompensados e elas nos levam à bênção nesta nossa caminhada neste mundo, como aliás foi prometido a Abraão nessa altura.

Sendo as obras a demonstração da nossa fé perante os homens, elas não nos podem justificar, porque nós não somos justificados pelos homens, mas sim por Deus.
Romanos 3:24 / 5:1,9 / 8:30,33

SALAVAÇÃO PELAS OBRAS?

Conforme o ensino abundante existente, especialmente no Novo Testamento, a salvação depende somente da fé.

Não se é salvo por emoções.

Ninguém é salvo porque ao se sentir pecador chorou imenso, ou porque sentiu alivio e grande alegria, ou até não sentiu nada em especial, porque a salvação não depende de sentimentos nem é uma questão de emoções.

Embora a salvação nos possa causar emoções diferentes de uns para outros, levando uns a chorar, outros a ficarem extremamente alegres, e outros a não sentirem uma grande alteração emocional, a salvação nada tem que ver com emoções, mas com fé verdadeira na Pessoa do Senhor Jesus.

Quando cremos verdadeiramente que Jesus nos pode salvar pela operação da Sua obra feita na cruz do Calvário, somos lavados e purificados dos nossos pecados, estando a partir desse momento salvos.

Por causa da nossa fé, é aplicada sobre nós a graça de Deus, salvando-nos. A graça de Deus é nos concedida não devido ao nosso estado de espírito, mas devido à fé.

Exemplo: várias pessoas entram num elevador com destino ao décimo andar. Uns vão tristes, outros alegres e outros vão naturalmente. Independentemente do seu estado de espírito todos atingirão o décimo andar, simplesmente porque ao entrar no elevador confiaram que era para lá que seriam levados.

Assim é também, ainda com mais precisão acerca da fé que se deposita em Jesus. Não é pelo que sentimos com maior ou menor grau que somos salvos, mas pela forma que cremos em Jesus, e quando confiamos na Sua palavra sabendo que Ele não mente, mas que cumpre o que diz, nós temos a certeza da salvação.

Também não são as boas obras que salvam.

Todos deveis lembrar-vos de quando morreu madre Teresa, o que as pessoas diziam por aí era que devido ao que fez toda a sua vida, se esta mulher não foi para o céu mais ninguém vai.

Normalmente é assim que pensam as pessoas sobre o destino de quem morreu. Falando do que fizeram, do que sofreram, do que deram… dizendo que por isso irão  ter um bom lugar na eternidade.
Os homens desde sempre tiveram e continuam a ter a tendência em juntar ou misturar salvação com as obras, o que está completamente errado. Biblicamente salvação e obras embora exista ligação entre elas, são duas coisas distintas uma da outra.

Como já vimos na semana passada, as obras são consequência e efeito da salvação, mas não produzindo salvação.

Exemplo: o mais natural é macieiras darem maçãs, ou pereiras darem peras… mas antes de darem fruto a macieira já era macieira e a pereira também era pereira…

Por isso, não são as obras que produzem o salvo, mas é o salvo que deverá produzir boas obras.

Se as obras salvassem, até uma ateu poderia ser salvo, o que seria um contra senso.
Passagens Bíblicas a propósito.   Gálatas 2:16/3:2 Tito 3:5

Gálatas 2:21  por causa da ideia de que a salvação se obtém por meio das obras, é que o apóstolo Paulo escreveu esta carta aos Gálatas. Paulo fez muitos e cerrados ataques à ideia de uma salvação pelas obras, chegando a dizer aos Gálatas que essa doutrina era outro evangelho. (1.6)

A humanidade decaída entende que uma salvação pelas obras é uma coisa natural, por isso é que  as religiões assim ensinam.

Em Gálatas 2:21, Paulo acusa os ensinadores da salvação pelas obras, de doutrina criminosa, por aniquilarem a graça e fazerem vã a morte de Jesus.

Aniquilar significa reduzir a nada. O ensino da salvação pelas obras, elimina a graça de Deus, negando a necessidade da misericórdia de Deus.

Outra coisa incorrecta é ensinar que o homem deverá fazer o que puder para ser salvo, que depois a graça de Deus fará o resto. Dizer isto é misturar as duas coisas – Graça e obras. Por causa disto foi que Paulo deixou claro aos Romanos que a graça só é graça quando sozinha, porque se misturarmos graça e obras, a graça deixa de existir e vice-versa.
Romanos 11:6 “Mas se é pela graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça.”
Salvação não é uma mistura de fé com obras, porque sendo assim a graça deixaria logo de ser graça, passando a ser uma recompensa (pagamento) pelo que se fez.
 
Em segundo lugar, um ensino de salvação pelas obras fará com que Jesus tenha morrido em vão.

Ou seja, se a salvação é resultado do que eu faço, então a morte do Senhor Jesus foi desnecessária e em vão.

Fazer isto é propagar uma heresia e é uma blasfémia, pois a morte do Senhor Jesus foi  o acontecimento mais sério e importante que já aconteceu.

Outros exemplos bíblicos

Efésios 2:8,9,10. Este é o exemplo claro (entre tantos outros) da distinção que existe entre salvação e obras.

O verso 8 diz que somos salvos pela graça, por meio da fé e que a salvação nos é dada por Deus, não vindo pois, de nós. No verso 9 fala da razão disso; é para que ninguém tenha de que se gloriar.

No verso 10 torna tudo mais claro e diz que as obras são consequência da salvação, dizendo que fomos salvos para andarmos nelas, dizendo ainda algo muito importante para que não pensemos que temos algum mérito. Foi Deus quem preparou essas boas obras.

Romanos 3:28  “concluímos pois que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei.”
Os judeus como muitos ainda hoje acreditavam que a Lei podia salvar, mas a Lei de Moisés servia, como qualquer lei comum aos países ou governos, para mostrar o que está errado, como para depois punir o transgressor. Como ninguém jamais será capaz de cumprir toda a Lei, quem se encontrar debaixo da Lei por ela irá ser condenado. Para escapar à punição da Lei, precisamos estar debaixo da graça que está em Cristo Jesus.  (Gálatas 2:16 / 3:11)

Romanos 3:24  “sendo justificados gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus,”

A salvação é gratuita por Cristo Jesus. Não se pode pagar de nenhuma forma.

Marcos 10:17-22. Este homem rico procurava assegurar-se de que seria salvo, então procura a Jesus fazendo esta pergunta: “que farei, para herdar a vida eterna?”

Ele estava persuadido de que necessitava fazer algo para ganhar a salvação. Jesus para lhe mostrar que a salvação não se alcança pelas obras, colocou à prova este homem, perguntando se ele conhecia a Lei. Ele na sua resposta adianta que era cumpridor da Lei.

Jesus então, já que ele se mostrava tão convencido da sua própria justiça, diz-lhe: “falta-te uma coisa” “vai vende tudo que tens e dá aos pobres, vem e segue-me e terás um tesouro nos céus”

Jesus conhecia bem o seu problema, mas logo que lhe tocou nessa parte tão sensível para ele, logo o homem deixou de estar interessado na sua salvação.

(para aqueles que gostam de torcer o ensino da palavra de Deus, poderiam dizer que Jesus está ensinando que o homem pode ser salvo através da Lei ou vendendo seus bens dando-o aos pobres, mas esse não é o ensino de Jesus nem da palavra de Deus. Jesus aqui só quis mostrar ao homem duas coisas; em primeiro lugar, não se é salvo pela Lei nem pelas boas obras, e depois, que o seu desejo de salvação não era  sincero)

Se alguém à semelhança deste homem procurar ser salvo pelas suas obras, sempre lhe faltará UMA COISA.

A nossa dívida para com Deus é impagável, e por mais que tentemos fazer, nunca ficaria paga. Só o Senhor Jesus conseguiu pagar esta dívida, e Ele a pagou por nós. Agora por meio de Jesus, Deus oferece a salvação ao homem gratuitamente. Basta ao homem aceitar para que seja salvo.

SALVO PARA SEMPRE
PASSAGENS POLÉMICAS

Prosseguindo com o nosso estudo sobre salvação e retomando a linha de pensamento de que quem é salvo, está salvo definitivamente para sempre, já que os dons de Deus são irrevogáveis como nos diz Romanos 11:29, queria a partir de agora falar sobre passagens que tem sido mal entendidas, (por isso é que existem opiniões diferentes) tendo sido usadas para ensinar que o salvo poderá vir a se perder.

Queria votar a repetir que quando estudamos a palavra de Deus, em particular um determinado assunto, devemos ter sempre o cuidado de confirmar se o texto usado se aplica ou fala directamente do assunto em causa, ou se o contexto na verdade nada tem que ver com o que se pretende estudar.

Se a analise for feita partindo deste princípio, dificilmente se tirará uma conclusão errada ou se entrará em contradição com a palavra de Deus.

João 15:1-6

Alguns vêem nesta porção deste evangelho de João, aquilo que na realidade ela não diz.

Esta passagem fala sobre a Videira verdadeira, o Agricultor e as varas.

Fala de que o agricultor que é Deus, faz com amor e cuidado a limpeza das varas, limpando-as de tudo que impede a sua maturidade espiritual.

Como se sabe pela Sua palavra, Deus faz esta limpeza de diversas formas. Poderá faze-lo através da Sua disciplina, pelas provações e dificuldades, por meio de seus ensinamentos, etc.

Até aqui tudo isto é pacífico e compreendido por todos. O debate e a polémica, centra-se naquilo que Deus faz com as varas infrutíferas.

Esta passagem de João 15 tem sido vista de 3 formas.

1 – Os que entendem que as varas infrutíferas são crentes salvos, mas que devido a não darem fruto são cortados, ou seja, perdem a sua salvação.

2- Outros vêem nesta passagem não a perda da salvação, mas que os que por causa de não darem fruto, entram em disciplina, significando este corte não a perda da salvação, mas de um julgamento com sua morte antecipada, ou através de um outro castigo com punição severa.

3 – A terceira visão e perspectiva acerca desta passagem, é a de que o salvo foi eternamente salvo e acerca das varas infrutíferas, elas representam aqueles que muito embora por vezes sejam considerados salvos, trata-se de pessoas que nunca estiveram salvos, não tendo nunca estado ligados de verdade a Jesus, porque os que verdadeiramente estão ligados à videira, terão forçosamente de dar fruto.

Esta é para nós a opção mais consistente e que se encontra de acordo com o ensino global da palavra de Deus.

Razões para adoptarmos esta opção e não as outras.

1. Em relação à visão que entende que as varas infrutíferas significa perder a salvação, temos a dizer o seguinte:
A Bíblia é muito clara quanto à impossibilidade do salvo poder vir a perder-se.

O próprio Senhor Jesus diz em João 10:28,29, que àqueles a quem Ele dá a vida eterna, nunca haverão de perder-se.
Em João 6:37 o Senhor Jesus diz que todo o que o Pai lhe dá, de maneira nenhuma o lançará fora.

Em João 15:6 está escrito que as varas infrutíferas por causa disso são cortadas e lançadas fora. O v. 3 diz claramente que as palavras de Jesus a respeito das varas infrutíferas não se referem aos discípulos. (conf.13:10,11)

Estas são passagens que não podemos ignorar. Se admitirmos a possibilidade do salvo se perder, estamos a fazer com que Jesus esteja em contradição consigo próprio.

É o homem e não Jesus, que devido ao mau conhecimento ou à sua interpretação errada das Escrituras que provoca as contradições e tira conclusões incorrectas.

2. Quanto à segunda interpretação de que diz que o corte e consequente lançar fora, se refere à disciplina da parte de Deus, isso parece ainda menos provável.

Jesus disse que a vara infrutífera será cortada, lançada fora e queimada.

Fica muito claro que isto não representa disciplinar, porque nesse caso seria apenas temporário. Pelo contrário, pelo que se entende trata-se de um julgamento que claramente se percebe pelas expressões; cortada, lançada fora e queimada, será definitivo. Tal qual irá acontecer com os que um dia irão ser condenados eternamente.

Ou seja, não basta que alguém diga que é cristão e seguidor de Jesus, que isso não significa nada. Para se ser salvo é necessário estar verdadeiramente ligado a Cristo e isso vê-se através dos frutos produzidos. De outro modo, seremos cortados e lançados no fogo.

Por essa razão é que sempre dizemos e advertimos que religião não salva, que obras, sacrifícios… não salvam, mas apenas crer e confiar em Jesus e nada mais é que salva.
Devemos colocar a nossa fé somente em Jesus e em mais ninguém. Só assim passamos a ser varas verdadeiramente ligadas a Ele, que nunca serão cortadas.

3. A terceira interpretação de que as varas infrutíferas representam os que são apenas cristão nominais (de nome), que nunca foram regenerados, é a que merece o nosso crédito, porque é a que tem claro apoio Bíblico.

O evangelho de João apresenta alguns exemplos de crença e fé em Jesus, mas que apesar disso nada tem que ver com verdadeira fé, ou seja, a fé que realmente produz salvação.

João 2:23-25  Existem estágios de crença em Jesus, que muito embora se aproximem da fé que resulta em salvação, esse tipo de fé é de tipo superficial e do tipo que não produz arrependimento pelo pecado, nem produz salvação, porque ela é uma fé que não produz efeito na pessoa, e fé verdadeira tem que obrigatoriamente produzir mudança.

João 8:31-40,44,45. Primeiramente João diz que aqueles judeus creram em Jesus. Seguidamente ele diz que essa crença não era verdadeira mas falsa, isto porque eles continuavam sendo escravos do pecado e de Satanás, indiferentes ao que Jesus ordenava, querendo até matá-lo. No v.45 diz mesmo que eles na verdade não criam em Jesus.
Isto é infelizmente o retrato fiel de muitos hoje em dia, que dizem crer em Jesus, mas na verdade os seu actos revelam que eles nada tem de Cristo.
Outros exemplos de uma fé falsa. João 7:31  “creram, mas esperavam o Cristo”

Temos aqui muito bem exemplificada a existência da crença errada ou distorcida, daquela que é a verdadeira fé, que é necessária para salvar.

João 6:60-64 No início do seu ministério, Jesus tinha muitos seguidores. Aparentemente eles criam nele, mas conforme ele lhes ia falando e ensinando, eles se escandalizavam e o abandonavam.

Nesta passagem vemos isso acontecer. Depois de Jesus lhes falar, porque não gostaram do que ouviram, abandonaram-no. Também hoje existem este tipo de discípulos de Jesus. São pessoas que se juntam aos que seguem Jesus, mas não o fizeram da forma genuína. Com o tempo isso irá se revelar, e aqueles que não se entregaram a Jesus de verdade, aproveitando este ou aquele pretexto, irão se afastar.
Por isso foi que Jesus disse em João 8.31, que os verdadeiros discípulos são  aqueles  que permanecem na sua palavra, pois há muitos que parecendo discípulos, quando Jesus lhes diz certas coisas, eles irão mostrar o que eram, voltando-lhes as costas.
Nesta e outras passagens compreendemos que a fé que salva, é aquela que está associada ao permanecer. De certa forma poderemos dizer que permanecer se torna sinónimo de fé verdadeira e fé que salva.

Este tipo de pessoas que recuam são aquelas que possuem um tipo de fé volátil (inconstante, instável) distinta da verdadeira, que é firme e inabalável, porque é baseada em permanecer em Cristo, apesar de aconteça o que acontecer ou venha o que vier. Essa é a fé que verdadeiramente salva

Já nos dias de Jesus haviam muitos que o seguiam, movidos por uma fé baseada apenas nos milagres que viam Jesus fazer, por vezes até na expectativa de terem algum benefício por seguirem a Jesus e nada mais que isso.

Este tipo de pessoas ainda assim, eram considerados como seus seguidores, mas na verdade não eram mais que simples curiosos ou seguidores de ocasião.

Que não pertençamos a este tipo de pessoas, mas que de verdade nos tenhamos entregado a Jesus totalmente e para sempre. Só assim seremos considerados por Deus como verdadeiras varas da Videira, que nunca irão ser cortadas.

Terminando as considerações desta passagem, voltando de novo ao verso 2 para aprofundar o seu significado, percebemos que aquilo que Jesus quer transmitir é que não existem verdadeiros cristãos sem algum tipo de fruto que revele que estão ligados a Ele.

Frutificar é uma marca infalível do verdadeiro cristão. Aos que dão fruto, sinal de que estão verdadeiramente ligados à videira; Deus os limpa para que dêem mais fruto.
Aos que não dão fruto; sinal de que não se encontram ligados à videira, Deus os corta e lança no fogo.

É por isso impossível considerar uma vara que não dê fruto, que faça parte da videira. Isto iria colocar em causa as credenciais do próprio Jesus como videira verdadeira.

Portanto o que nos ensina esta passagem, não é que o salvo se possa perder, mas o que ela ensina é que é impossível a vara dar fruto fora desta união salvadora com Jesus, como também ensina, que é impossível que o fruto não exista quando alguém se encontra ligado verdadeiramente a Jesus.

Por fim, ensina ainda que existem os que parecem estar ligados à videira, ou que dizem estar, mas que a falta de frutos irão revelar que são varas sem vida, que por isso serão sujeitos a julgamento e condenados eternamente, porque o Senhor conhece e sabe distinguir o falso do verdadeiro, pois ninguém o poderá enganar.

Esta é a conclusão correcta a tirar desta passagem e não outra, porque é a que está de acordo com o restante ensino da palavra de Deus.

SALVO PARA SEMPRE

Alguns acham que o ensino sobre quem é salvo está salvo para sempre não é correcto, só pelo facto de acharem segundo eles, que uma pessoa por achar que está salva, vai começar a viver da maneira que lhe apetece sem se preocupar com a santificação.

Este tipo de argumento é mesmo muito pobre, porque se alguém tem consciência do que é estar salvo, ainda por cima tem a habitar dentro de si o Espírito Santo, como poderia viver de outra forma que não a de procurar viver de acordo com a vontade de Deus?

Certa pessoa usando este argumento escreveu ao grande comentarista bíblico Mackintoch, contando que um jovem tendo ouvido um pregador dizer que uma pessoa salva está salva para sempre, começou a partir daí a viver desregradamente e cometendo todo o tipo de pecados.

O irmão Mackintoch na resposta disse que primeiramente não acreditava que tal jovem tivesse estado alguma vez salvo. Depois disse: suponha que eu tivesse um filho, e dizia a esse filho que acontecesse o que acontecesse para mim ele seria sempre meu filho, será que ele de tão feliz começaria a quebrar os móveis, a louça, as portas e janelas e todo o tipo de coisas mal feitas?

Isso não seria um comportamento normal de um filho que acaba de ouvir uma tal declaração de seu pai.

Há pessoas que pensam que por se ensinar que a pessoa está salva para sempre, ela se torna irresponsável e pouco cuidadosa com o seu testemunho. Esta afirmação é sem qualquer base bíblica e de quem não entende bem o que é a salvação, porque só quem não sabe o que é verdadeiramente estar salvo, pode achar que só porque alguém  sabe estar salvo para sempre, ele se vai tornar irresponsável.

Deus não empurra ninguém para o céu. Será que Deus salva uma pessoa e depois está continuamente ameaçando a pessoa com o julgamento da Sua ira, forçando-o a viver no medo e na incerteza quanto ao seu futuro eterno?

A palavra de Deus diz claramente que o problema do pecado do homem está definitivamente solucionado pela morte do Senhor Jesus.

II Cor. 5:14,15  A conduta e atitude daquele que é verdadeiramente salvo, não é a de um irresponsável e negligente, mas segundo o que diz Paulo  nesta passagem.

A verdadeira salvação não traz liberdade para pecar, mas traz sentimento de gratidão e amor pelo Senhor, que leva a que vivamos não em função de nós mesmos e das coisas terrenas, mas em função do Senhor que nos salvou e das coisas que dizem respeito à eternidade.

A salvação com tudo que ela envolve e implica, guarda-nos de sermos irresponsáveis, antes pelo contrário, nos tornará sábios e sóbrios em tudo.

Sobretudo, a salvação produz mudança não só de pensamento, mas de comportamento que resulta em obediência e sujeição a Deus, procurando a cada dia ser mais santo. Quem era adúltero, ladrão, desonesto, mentiroso, alcoólico,… quando se converte verdadeiramente abandona seus vícios e pecados, porque como diz II Cor. 5:17; “quem está em Cristo é uma nova criatura, as coisas velhas já passaram…”
Na época em que Spurgeon se tornou conhecido como pregador na Inglaterra, em que centenas de pessoas se convertiam quando ele pregava. Um dia ele ia numa rua de Londres e foi abordado por um bêbado que lhe disse: você não me conhece? Spurgeon  respondeu que não. O homem disse: mas devia conhecer-me; eu sou um dos seus convertidos. Spurgeon respondeu: Isso pode ser, porque se o senhor fosse um convertido de Deus não estaria nesse estado.

Uma das passagens que mais nos dá a certeza de quando se é salvo é para sempre é a de, Romanos 8:30-37

Aquele que foi salvo pode sentir-se salvo eternamente, porque como nos diz esta passagem, a sua história já foi escrita.

Nestes versos nós temos 4 elos: “Predestinados” “Chamados” “Justificados” “Glorificados”

Não existe diferença entre os 4. O processo começa com “Predestinação” e vai até à “Glorificação” sem haver a possibilidade da quebra de algum deles.

Vemos que em todos o tempo do verbo está no passado, significando que o processo ao começar já está concluído. Ou seja, no propósito de Deus quando Ele salva alguém, é como se ela já estivesse consigo na glória.

Para o salvo o futuro já está determinado, sem possibilidade de ser alterado. Da nossa parte podemos ter de esperar milhares de anos para a nossa glorificação na prática, mas no propósito e plano de Deus, ela já aconteceu.

Por isso é que no verso 31 se pergunta; o que temos nós a dizer a isto?

Só há uma resposta: Se Deus é por nós, quem será contra nós? Ninguém pode ir contra a decisão de Deus, porque não há ninguém mais poderoso que Ele, que o possa obrigar a alterar as Suas decisões.

Por isso até o verso 35 Paulo faz 4 perguntas a começar por “quem”. Quem será contra nós? (31) Quem nos acusará? (33) Quem nos condenará? (34) Quem nos separará? (35)
Estas 4 perguntas são seguidas das respostas e as respostas dadas garantem-nos que em Deus e em Jesus existe total e completa segurança eterna.

Nós podemos falhar (e falhamos muitas vezes), mas Deus mantém-se fiel às Suas promessas. O modo como Paulo faz as perguntas e dá as respostas, dão-nos bem a ideia de que as coisas que envolvem a pergunta não poderão jamais acontecer, porque elas dependem de Deus e não de nós. Se dependessem de nós seria possível acontecer, mas como dependem de Deus não há como poderem acontecer.

No v. 37 diz que em tudo ou sobre todas as coisas, o salvo é mais que vencedor por meio daquele que nos amou.

Não diz que é porque nós amamos o Senhor que nós somos mais que vencedores, mas que é por Ele nos amar. Se a vitória dependesse do nosso amor, nós não seriamos vencedores mas derrotados, mas porque o amor do Senhor não falha, nós sairemos vencedores com absoluta certeza.

Esta passagem de Romanos 8 nos mostra claramente que uma vez Deus nos tenha salvo, somos dele para sempre, porque nada nem ninguém nos pode tirar da Sua mão. As obras de Deus não são passíveis de serem destruídas por nada e ninguém.

Esta é mais uma das muitas razoes para nós louvarmos e amarmos a Deus com o melhor de nós, e para nos arrependermos de tantas vezes termos sido tão fraquinhos e o termos esquecido ou trocado por coisas tão insignificantes.

Quantas vezes Ele nos dá saúde para virmos à sua casa para o louvarmos e adorarmos e nós preferimos não vir ou ir para outro lugar?
Se Ele nos tem dado um trabalho para ganharmos o nosso pão e ainda sobra, mas depois gastamos em tantas coisas inúteis e mesquinhas, mas para a Sua obra dizemos que não temos?

Quantas vezes nos dá dons e talentos para o servirmos, em vez disso usamo-los para servir o mundo e a nós mesmos, dizendo que não temos tempo para Ele?

Quantas vezes aquilo que lhe damos é apenas umas sobras, podendo dar muito mais, mas queremos para nós? Etc. etc. etc.

Que sejamos mais gratos e mais dedicados ao Senhor, porque Ele nos ama e trata de uma forma como ninguém, muito acima do que nós merecíamos.
Voltando a falar de passagens que aparentemente falam de perdição após salvação, que dizer destas passagens?

Precisamos saber que a palavra de Deus é inerrante, que por isso não se contradiz, dizendo por um lado que o salvo jamais se perde e depois noutro lugar dizer que por esta ou aquela razão se vem a perder.  

Precisamos identificar bem as passagens sabendo sobre o que falam. Na palavra de Deus encontramos referencias a pessoas genuinamente salvas, mas também a “falsos salvos”. O Senhor Jesus como sabemos teve um falso discípulo e o apóstolo Paulo fala de irmãos falsos. Pedro fala sobre a existência de falsos profetas, e João fala daqueles que saíram do meio deles porque não eram deles.

Noutros casos o que acontece é que se usam passagens que dizem respeito a uma certa dispensação e a aplicam a outra, como por exemplo; citam uma passagem respeitante à dispensação do reino e a aplicam à dispensação da eternidade, etc.

Temos de entender as distinções que existem na Bíblia, porque se as ignorarmos, acabamos não compreendendo correctamente as coisas de que ela fala.

Para entendermos bem o que diz a palavra de Deus, vamos estudar mais algumas das passagens que aparentemente falam de perdição após salvação.

Desta vez vamos até ao Velho Testamento lendo Ezequiel 18:24,26

Citar esta passagem para falar de salvação não é correcto, porque ela não está a falar sobre salvação ou do problema do pecado do homem, nem de como ele pode crer em Jesus para receber a vida eterna.
Ez. 18 está a falar do governo de Deus. As coisas relacionadas com o governo de Deus, são diferentes das coisas relacionadas com a salvação.

O assunto aqui não é salvação, mas é de como os israelitas deveriam viver na terra. Fala não sobre vida eterna, mas sobre o problema com o corpo – vida física, não falando por isso de perdição da alma.

Esta passagem fala da questão da existência física e não de salvação espiritual.

Ela mostra que no tempo em que Deus estiver governando este mundo, aqueles que não guardarem os seus mandamentos, Deus os disciplinará, castigando-os com morte antecipada.

Portanto, o que temos aqui fala apenas sobre morte física e sobre a vida sob o governo de Deus, em que quando alguém transgride será excluído. Excluído de entre os vivos, não se referindo à eternidade.

Esta passagem diz directamente respeito aos judeus e ao tempo do reino, e de como se fará o julgamento do pecado, não se devendo por isso aplicar esta passagem aos nossos dias, pois nada tem que ver com o tempo da graça em que nós vivemos, pois de outro modo, teríamos de ver hoje à nossa volta muitas pessoas a morrer antecipadamente por causa de pecarem, mesmo no meio dos salvos.

Precisamos estar firmes na palavra de Deus para que como diz Pedro (II 3:17) não descaiamos da nossa firmeza.

Descair não significa perder a salvação, mas deixar-se enganar por falta de conhecimento correcto da palavra de Deus. Os que descaem da firmeza como vemos em outras partes perdem o galardão, não a salvação. Por isso é que muitos se confundem e não entendem bem a palavra de Deus.

Como salvos compete-nos conhecer bem a palavra de Deus. Isso só será possível se a estudarmos e participarmos de Estudos Bíblicos. Só assim saberemos identificar os falso mestres.

Por vezes nem é preciso observar o que ensinam, basta que observemos o que eles buscam e se estão mais interessados nas coisas deste mundo, envolvendo-se em negócios duvidosos, ganância pelo dinheiro, ou se usam o nome de Deus com o objectivo de ter mais e mais. Tais homens são falsos profetas, a bíblia é bem clara a esse respeito.
SALVOS PARA SEMPRE
(passagens polémicas)
Mateus 24:13    “… mas aquele que perseverar até ao fim, será salvo”

Muitos ao lerem este verso, logo acham que fala sobre perder a salvação, porque para se manter salvo é preciso perseverar, ou senão a pessoa acaba perdendo-se.

Interpretando assim este verso é o mesmo que dizer que para se ser salvo não basta a fé, mas que a salvação depende de mais alguma coisa, que é a perseverança.

1. Esta passagem é mais uma das que não falam acerca do cristão salvo nesta dispensação (era) da graça.

É uma passagem profética ligada aos últimos dias e aos judeus, estando relacionada com o tempo da Grande Tribulação, quando se voltará a pregar o evangelho do reino (v.14) e se proclamará a chegada do reino terreno do Senhor.

Este será o tempo (como diz o Apocalipse) em que o anticristo irá colocar a sua imagem no templo em Jerusalém, obrigando as pessoas a adorar essa imagem e a receber uma marca, conhecida como a marca da Besta, para que não possam vender e comprar ou trabalhar, etc. se não tiverem essa marca.

Por causa disso aqueles que não fizerem o que ele mandar e não tiverem a sua marca, irão ser perseguidos e sofrer muito.

O Senhor Jesus então diz que nessa altura as pessoas devem deixar tudo e fugir, não se sujeitando ao anticristo. Diz ainda, que os que perseverarem em recusar receber a marca e não lhe obedecerem, serão salvos.

1.    Se esta salvação é salvação espiritual da alma, nada tem que ver com a salvação para esta época da graça. Por essa razão não podemos aplicar esta passagem a nós hoje, nem aos que venham a viver debaixo deste período da graça.

A perseverança aqui é exigida, pelo facto de estar em causa o reconhecimento do senhorio de Cristo, ou o do falso cristo, que naqueles dias surgirá, pois que, quem aceitar receber a sua marca e adorar a sua imagem, estará tomando uma decisão que terá consequência decisiva para não se ser salvo.

2.    Existe uma outra forma de entender esta passagem que se liga com o contexto da passagem e o tempo a que se refere.

Lendo o seguimento desta passagem e outra passagem que fala do mesmo assunto e focando a nossa atenção nesses versos, dá a entender que a salvação ali referida, nada tem que ver com a salvação da alma.

Mateus 10:22,28 / 24:22

O problema de muitas vezes surgir má interpretação, deve-se a sempre que aparece uma palavra como neste caso “salvação”, nós independentemente do contexto a interpretarmos sempre da mesma maneira.

Analisando os versos citados à luz do contexto, vemos que salvação aqui tem um significado ligado com o corpo e não com a alma.

Se tirarmos essa conclusão, torna-se muito evidente que esta promessa feita aos que perseverarem, seja uma promessa de que muitos não irão ser mortos às mãos do anticristo, porque o Senhor não irá permitir que o seu tempo seja suficiente para que ele mate todos os cristãos.

Daí, também se pensar que esta salvação diga respeito à salvação física e não da alma.

Tiago 5:19,20

Já falei de falsos “salvos” que se afastaram porque nunca foram salvos. Agora queria falar de salvos que devido a uma qualquer circunstancia caíram em pecado e se desviaram da caminhada cristã. A diferença entre os outros e estes só Deus conhece, porque nós não temos o poder de discernir que está salvo. Só viremos a saber se um dia eles se arrependem e se voltam de novo para Deus.

Esta passagem parece ser de difícil explicação, pois parece dizer que há irmãos que precisam converter-se para serem salvos.

A dificuldade aumenta porque estes versos não parecem estar ligados aos anteriores e depois deles, nada vem a seguir.

São por assim dizer, 2 versos isolados, que aparecem do nada o que obriga a um maior esforço para os compreendermos.
Essencialmente estes versos falam sobre alguém salvo que se encontra desviado e em pecado.
Depois exorta a que se procure trazer de novo esse irmão à comunhão fraternal e com Deus, porque desse modo sua alma será salva da morte.

Ou seja, em vez de fazermos aquilo que normalmente fazemos, que é julgarmos e excluirmos os que se afastam do rebanho de Cristo, compete-nos ir em busca deles e resgatá-los do seu mau caminho.

Entremos em detalhe nestes versos, começando por fazer uma pergunta. “Quem precisa ser salvo?”

Em termos concretos e objectivos, a resposta é que, quem precisa ser salvo, é quem está perdido.

Quando pensamos em salvação, tomamos consciência do nosso dever de evangelizar o pagão, o ateu, o idólatra… enfim, todos que achamos estar perdidos.

Mas o que lemos no v. 19 é sobre pessoas dentro da igreja que estão salvas (Tiago fala para salvos. “se algum de vós…”), mas se desviaram da verdade.  Será que quem está salvo precisa ser salvo novamente?

Antes de irmos a esta questão, ainda uma outra pergunta: “de que precisa converter-se?”

Esta pergunta é uma pergunta fundamental para se chegar a uma resposta correcta.

A resposta é dada no v. 20: A pessoa precisa converter-se do seu mau caminho.

Há pessoas que precisam de salvação por se encontrarem perdidas. Infelizmente existem os que estão salvos, mas precisam converter-se do erro do seu caminho. Foi o caso de Pedro quando lhe foi dito por Jesus que ele precisaria se converter.
(mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, fortalece teus irmãos. Lucas 22:32)

Concertêza que os que já tem algum tempo de experiencia cristã, já viram casos deste género, em que pessoas foram salvas e por algum tempo andaram muito bem, mas por isto ou aquilo se afastaram da igreja. Muitas vezes tempos mais tarde acabam por reconhecer seu erro e voltam.

Em muitos casos estas pessoas até se convencem que está tudo bem com elas, até se justificavam com a Bíblia ou com os erros dos outros para se dizerem apesar de tudo melhores… Por isso não é nada fácil faze-los reconhecer que não é esse o caminho certo.

Muitas vezes só alguém com capacidade e dom para isso e ao fim de muito tempo os consegue fazer reconhecer que o seu lugar é com os seus irmãos.

Terceira pergunta, e a mais complicada: “precisa ser salvo de quê?”

O verso diz: “salvará da morte uma alma…” Que quer dizer Tiago com; “salvar da morte uma alma”

Terá essa pessoa perdido a salvação? Não devemos ser apressados em tirar conclusões ignorando as imensas passagens que nos dão uma garantia absoluta de uma eterna salvação.

Concluindo que a passagem é de difícil interpretação, mais uma razão para se analisar com cuidado seguindo aqueles passos para uma exegese (entendimento) correcto da passagem.

Normalmente quando lemos sobre salvação, é automático relacionarmos o conceito de salvação com salvação eterna, mas o conceito de salvação na Bíblia apresenta diversos níveis de salvação.

p. ex. Tiago 5:14,15 diz: …a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará”

Nós aqui com facilidade entendemos que o termo salvação, nada tem que ver com salvação eterna, mas em muitas passagens nem sempre temos essa mesma facilidade.

Isso acontece-nos no v. 20, daí vem a má compreensão de alguns, resultando numa interpretação errada.

Aquilo que está em causa aqui é a morte da alma, mas que como vamos ver, não se esta aqui a falar da alma que um dia se apresentará diante de Deus para ser salva ou condenada eternamente.

Em primeiro lugar a alma e salvação de que se fala aqui não poderia ser a alma que ligada ao espírito são salvos por meio do sangue do Senhor Jesus, nem esta salvação tem a ver com a salvação eterna. Senão vejamos o que está escrito: “aquele que fizer converter um pecador do erro do seu caminho salvará da morte uma alma,…”

Quem converte e salva neste caso é a pessoa que faz o trabalho, não a fé na obra do Senhor Jesus.
Vejamos o que se deve entender por alma e salvação neste contexto.

Alma é a palavra portuguesa traduzida do grego “psique”.

A Bíblia fala de uma alma (vida) espiritual e eterna mas também fala da alma como a sede de todos os nossos sentimentos, ou seja, a nossa parte psíquica e sensorial.

Neste contexto a alma aqui referida é essa alma como parte psíquica que todos nós temos, que é responsável pelas nossas escolhas, decisões, desejos, sentimentos, tristeza, alegria... etc.

Temos vários exemplos na Bíblia dessa “alma” mesmo a respeito do Senhor Jesus. Mt. 26:38 “a minha alma está triste…” Lc. 12:19 “Alma, tens em depósito muitos bens… v.20 “hoje te pedirão a tua alma…” Aqui já se trata da alma espiritual.

Em suma, se alguém se deixa enganar por alguém ou por si próprio, caindo no pecado de se afastar do Senhor, muito embora até essa pessoa não saiba ou se aperceba, ela entrou em estado de morte de alma.

Quer viva no pecado ou apenas se mantenha longe da comunhão com Deus e irmãos na fé, essa pessoa como ensina a Bíblia, experimenta o que ela define como morte de alma.

Muito embora essa pessoa humanamente falando possa experimentar gozo e prazer, no que toca à parte espiritual não há sinais de vida, sendo os sintomas, perda de paz e alegria da salvação e de qualquer prazer nas coisas espirituais.

Embora estando salva, sua vida será medíocre e miserável. Poderá viver horas de aparente felicidade, mas na hora em que ficar só e no escuro da noite, ela não terá paz nem sentirá o conforto que uma alma que está em estreita comunhão com Deus pode experimentar e sentir.

Se por acaso há alguém que pensemos estarem desviados e não tem ou sentem este problema de consciência ou sentimento de culpa diante de Deus, então é porque, e isso é muito pior, é sinal de que essa pessoa na possui o Espírito Santo e nunca esteve salva, encontrando-se perdida e caso não se arrependa verdadeiramente irá passar a eternidade no inferno.

Conclusão:

1 - Guardemo-nos de nunca vir a pertencer a este grupo dos desviados, porque não haverá coisa pior e vida mais triste que é a de um salvo viver como se fosse um perdido. Há muitos testemunhos de pessoas que tiveram esta experiencia e o que eles contam é realmente terrível sendo realmente como estar morto.

2 – Quanto aos que infelizmente estejam nesta situação, compete-nos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para os convertermos, fazendo-os voltar atrás, para que passem a  gozar de novo aquela vida que Deus quer que todos os seus filhos desfrutem em pleno.

Muito mais haveria a dizer sobre este assunto, pois a palavra de Deus é rica sobre este ensinamento, convém pois que estudemos a palavra para ficarmos cada vez mais firmes.


Carlos A. Oliveira
2010
 
© 2007 Igreja Evangélica em Algeriz