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AS PROFECIAS DE DANIEL PDF Imprimir e-mail

Daniel cap. 2, 7, 8 e 9
SONHO DA ESTÁTUA - VISÃO DOS 4 ANIMAIS VISÃO DO CARNEIRO E DO BODE - AS 70 SEMANAS
Para se compreenderem as profecias acerca dos últimos dias e do fim do mundo, é indispensável começar por compreender aquilo que nos diz o profeta Daniel.
o do rei Nabucodonosor. Depois, da sua própria visão dos 4 animais e da revelação que recebeu sobre as 70 semanas de anos que aconteceriam antes do fim.

A estátua e os 4 animais falam dos 4 impérios mundiais que haveriam de dominar dentro do período das 70 semanas que nos dão a sequencia e a cronologia dos acontecimentos que decorrerão até ao fim dos tempos.

Por isto mesmo é que o Senhor Jesus quando falou sobre esses acontecimentos, Ele começou logo por referir as profecias do profeta Daniel.

O sonho da estátua.  
Daniel 2:30-48

Neste sonho em que Nabucodonosor viu uma estátua enorme constituída de vários materiais, sendo a cabeça de ouro, os braços e o peito de prata; o ventre e as coxas de bronze; as pernas em ferro, e os pés uma mistura de ferro e barro.

Os antigos especialmente os reis quando sonhavam tinham por costume e desejo, saber o significado do seu sonho, principalmente quando se tratava de sonhos enigmáticos ou misteriosos como era este de Nabucodonosor. Os ricos e os reis tinham até pessoas ao seu serviço para lhes decifrar o significado dos seus sonhos.

Este sonho de Nabucodonosor não era um sonho normal, pois como disse Daniel, foi um sonho dado pelo próprio Deus.

Nabucodonosor porque sabia que muitas vezes aqueles que procuravam decifrar o significado dos sonhos, inventavam habilidosamente mentiras bem trabalhadas, para depois não serem apanhados em contradição e descoberta a sua mentira.

Desta vez, para evitar isso, Nabucodonosor trocou-lhes as voltas. Sentindo que aquele sonho era importante ele exigiu que o sonho fosse decifrado sem lhes dizer o que tinha sonhado.

Isto era uma coisa impossível de se descobrir. Daniel que também fazia parte dos sábios que tinham de descobrir o sonho ou seriam mortos, juntou os amigos e oraram a Deus pedindo que lhes mostrasse qual tinha sido o sonho e o seu significado.

Daniel recebendo de Deus essa revelação pediu para se apresentar diante do rei para lhe fazer saber o sonho e a interpretação.
Daniel então, começa a explicar a Nabucodonosor o seu sonho, dizendo que foi Deus quem lhe deu a saber este mistério porque mais ninguém o podia fazer.

Com estas palavras Daniel busca que toda a honra e o mérito desta revelação fosse dada a Deus, evitando que a glória viesse a recair sobre ele.

Seguidamente Daniel diz que este sonho é uma revelação do futuro e do que haveria de suceder até ao fim dos tempos (v.28).

Daniel começa então por dar o significado da estátua e dos seus diferentes materiais de que era feita e que conforme os vs. 36-45 é o seguinte:

1 - A cabeça em ouro. Representava o próprio Nabucodonosor e o seu reino.

2 - Os braços e o tronco de prata.  Seria um outro reino que seguiria o dele, mas inferior.

3 – O ventre e coxas em bronze.  Esta terceira parte da estátua que se seguia, seria também um outro reino, que segundo a profecia, teria um grande poderio e domínio.

4 – As pernas eram de ferro e os pés em ferro e barro.  A quarta parte desta estátua em ferro representava um reino que como diz, seria muito forte e violento.

Havia porém um ponto fraco neste reino que eram os seus pés, pois eram não só de ferro como de barro.

Significando isto que existiria neste reino dois tipos de natureza que não se ligam entre si, daí a sua fraqueza que levaria à sua divisão e ruína.

Temos aqui diversos materiais mas que fazem parte de uma só estátua, querendo isto dizer que embora sendo 4 reinos distintos, eles se sucedem uns aos outros mas com origem no mesmo. É um que vence o anterior sucessivamente.

Em resumo, todos estes 4 reinos se levantam surgindo de uma mesma origem até mesmo quanto à localização geográfica mudando apenas o local do centro do poder.

Deus porém, porá fim a este tipo de poder para estabelecer um reino eterno. Este reino será o reino de Cristo em que Ele irá ser o Rei absoluto.

Como caiu este quarto poder?

Como lemos os reinos anteriores foram vencidos pelos seguintes, mas a respeito deste quarto reino é interessante repararmos como é descrita a sua queda.

Uma simples pedra que aparece do nada, que aparentemente se solta rolando em direcção à estátua atingindo-a nos pés, fazendo-a ruir ficando em pó.

Depois disso vindo um vento (quase sempre na Bíblia símbolo de guerra), e esse vento levou todo aquele pó ficando a ideia de que nada ali tinha estado.

Quanto á Pedra que a principio sendo pequena, ela se foi tornando cada vez maior a ponto de encher toda a terra. Esta Pedra fala daquilo que viria depois, que seria o reino eterno. Ou seja, o reino de Cristo na terra.

Iremos ver isto mais em detalhe na visão dos 4 animais, mas isto refere-se ao Império Romano, o último dos 4, e foi nesse mesmo período que essa mesma Pedra veio.

Uma Pedra sem origem mas vinda do alto para destruir aquele reino e implantar um novo reino que não teria mais fim.

A Pedra foi o Senhor Jesus. Ele era sem origem porque sendo eterno não tem principio nem fim.

Este reino começou com a Sua vinda e sabemos que foi definitivamente implantado com a sua morte e desde aí tem vindo a crescer e continuará crescendo até um dia encher toda a terra, quando Ele vier de novo para ocupar o Seu lugar no trono.
Isto não significa como alguns poderão pensar, que Deus por fim irá salvar a todos. Significa apenas que tendo este reino começado lá na terra de Israel, ele acabará por ter dentro de si pessoas de todas as nações da terra.

Quando esse dia chegar, então este reino será único em todo o Planeta e Universo, e onde todos reconhecerão o Senhorio de Cristo e o louvarão para todo o sempre.

Ser  participante deste reino é o privilégio mais maravilhoso. Por agora este reino ainda é apenas espiritual, em que temos de lutar e enfrentar inimigos que nos atacam e fazem passar momentos difíceis.

Mas virá o dia em que Jesus virá e destruirá esses inimigos e todas as outras autoridades, governos e poderes e estabelecerá este Seu reino, e a partir daí não haverão mais dificuldades e problemas, mas gozaremos em pleno de alegria e paz na Sua presença.
 
Tendo estas profecias já sido cumpridas, mais devemos estar certos de que tudo o resto se cumprirá, em que um dia seremos membros desse reino que não é apenas espiritual, mas físico ao mesmo tempo.

A VISÃO DOS 4 ANIMAIS OU DOS 4 IMPÉRIOS MUNDIAIS

Só se compreenderá convenientemente o plano profético de toda a Escritura, começando por se compreender as profecias feitas por Daniel, particularmente o sonho de Nabucodonosor da grande estátua do cap. 2, a visão dos 4 animais por parte de  Daniel no cap. 7, como a revelação dada pelo anjo Gabriel a Daniel sobre as 70 semanas no cap. 9.

Não é mero acaso que o Senhor Jesus tenha ao falar sobre os últimos dias do fim, referido o profeta Daniel.

Daniel 7:1-27

Estes 4 animais como iremos estudar são uma alusão a 4 impérios poderosos. Não quer dizer que outros mais não existiram, mas são estes 4 que contam para as contas de Deus no Seu plano profético.

Esta visão de Daniel não diz respeito totalmente ao futuro, mas é uma visão que começou no tempo de Daniel, antes até de ter tido esta visão, como  tem seguimento nos anos seguintes, indo até ao tempo do fim em que Deus estabelecerá o Seu reino na terra em que o Senhor Jesus será Rei sobre tudo e sobre todos.

Nesta sua visão através de sonhos Daniel vê os 4 ventos do céu soprando com força e agitando o Grande Mar.

Nas Escrituras, grande parte das vezes vento é sinónimo de guerras e mar é uma figura da humanidade. O que ele vê emergindo e que na visão viu emergir do mar, (v.3) na explicação dada sobre o que ele viu foi-lhe dito que emergiram da terra, ou seja, da humanidade.

No seu sonho ele viu surgir daquele mar tempestuoso 4 criaturas sucedendo-se umas às outras, cada uma diferente das demais

PRIMEIRO ANIMAL

1 – Leão com asas. (v. 4)

Este animal representa o mesmo que a cabeça de ouro da estátua do cap. 2 e se refere igualmente ao Império Babilónico do tempo de Daniel.

Não é difícil fazer a ligação pois era este o símbolo  que era usado para identificar este império. Escavações arqueológicas comprovam isso claramente.

Foram-lhe retiradas as asas.

Este império teve uma mudança (cap. 4) No principio era um império forte e cruel, mas após a conversão de Nabucodonosor se tornou mais humanitário e compassivo. Por isso se diz que de animal se tornou como de homem com coração de homem.

SEGUNDO ANIMAL

Um Urso.  (v.5)

Esta parte do sonho ainda não se realizara mas estava para breve.

Um Urso com 3 costelas na sua boca. Isto representa que se encontrava esfomeado, com uma vontade insaciável de devorar tudo que se lhe encontra-se pela frente.

Isto mesmo lhe foi ordenado: “levanta-te e come muita carne”.

Este animal representava o império seguinte que o livro de Daniel ainda refere e a história confirma. Foi o império constituído por dois povos, os Medo e os Persa.

As 3 costelas na sua boca provavelmente se referem aos 3 impérios por eles conquistados: Babilónia, Lídia e Egipto.

TERCEIRO ANIMAL

Um Leopardo  (v.6)

Depois de ver dois dos impérios, Daniel olha e vislumbra um outro animal que era semelhante ao leopardo e que também emergia daquele mar.

Este animal semelhante ao leopardo tinha 4 asas e 4 cabeças, sendo-lhe dado domínio.

Este viria a ser o império Grego que a visão do cap. 8 revela e que a nossa história relata em pormenor.

Este império Grego começa por ser liderado por Alexandre o Grande.

O leopardo já por si é um animal veloz, sendo apresentado com 4 asas e 4 cabeças, para exemplificar a rapidez com que este império conquistou tudo que lhe interessou e nas 4 direcções dos pontos cardeais.

O QUARTO ANIMAL

Um “Monstro”  (v.7)

Este quarto animal não se assemelha a nenhuma criatura conhecida de Daniel, ele o descreve como de uma aparência terrível. Semelhante a um “Monstro”.

Animal terrível e diferente dos anteriores. Ele esmaga e pisa tudo. Ninguém lhe resiste. Ele conquista tudo que quer.

É um poder fortíssimo, por isso comparado ao FERRO, assim como o quarto reino no sonho da estátua que teve Nabucodonosor.

É o império bem conhecido da história que se seguiu ao Grego e que foi o de Roma.

Daniel vê as 3 fases da história deste animal, ou seja, deste império. (vv. 7,8)

Primeiro, ele focaliza sua atenção na sua força espantosa e no seu poder esmagador.

Segundo, ele continua referindo-se a seguir os seus 10 chifres.

Os dez chifres.

Estes 10 chifres representam uma fase  posterior na história deste império que durou mais de 500 anos.

v. 24  Como diz este verso, estes 10 chifres saíram deste reino. Chifre nas Escrituras simboliza poder ou governo.

Estes 10 chifres representam não um número exacto mas a multiplicidade de governos, que embora não tendo de se seguir a este império, surgem partindo dele.

Ou seja, isto leva-nos a pensar na Europa que deve sua existência não só como povo e nações ao império Romano, como ainda baseiam suas leis, princípios de governo na base dos códigos e princípios que foram estabelecidos pelo império Romano.

Terceiro.

Numa terceira fase ou etapa surge de entre os dez chifres um outro mais pequeno. (v 8)

Este chifre mais pequeno que os demais, pelo que lemos trata-se de um indivíduo, sendo salientado ter olhos de homem.

Esta é claramente uma profecia sobre o surgimento de um poderoso indivíduo e personagem humano que como diz falará grandes coisas. ( sendo arrogante, insolente e blasfemo)

A partir de agora a atenção deixou de estar centrada no animal para se centrar neste pequeno chifre, mostrando a sua importância

Este personagem é com toda a segurança aquele que é referido no NT várias vezes, particularmente pelo apóstolo Paulo em II Ts. 2:3,4.

Paulo falando deste homem o denomina de o “homem do pecado” “filho da perdição” e que se levanta contra tudo que se chama Deus, querendo ele mesmo ser deus e ser adorado como tal.

O apóstolo João o chama de anticristo. Ou seja, ele está contra Cristo querendo ser aceite como o Messias que todos esperam. (II João 1:7)

A VISÃO DOS 4 ANIMAIS OU DOS 4 IMPÉRIOS MUNDIAIS

O JUIZO

O cap. 7 de Daniel  fala e revela aquilo que será o desenrolar da história da humanidade desde os tempos de Daniel até à segunda vida do Senhor Jesus.

O plano profético refere-se a 4 grandes reinos ou impérios que se levantarão um após outro, seguindo-se ao quarto império uma variedade de reinos com  princípios procedentes desse quarto império, daí serem considerados como sendo o mesmo.

Depois e perto do fim o poder se irá concentrar numa só pessoa.

Essa pessoa muito embora seja apenas homem, aos olhos das pessoas parecerá sobrenatural, pois mostrará poderes e capacidades elevadas, assim como ainda se mostrará blasfemo, inimigo de tudo que se chama Deus e de tudo que é santo.

Vss. 9-14

Enquanto o “pequeno chifre” – anticristo, diz palavras arrogantes e blasfémias, Daniel olha para o céu e vê tronos. No meios desses tronos, um trono, em que Deus está em Sua majestade.

Esta visão significa que enquanto a história do mundo segue o seu curso, Deus está no Seu trono reinando acima dos acontecimentos. Quer isto dizer que Deus não perdeu o controle da situação.

v. 10,11

Daquele trono provem poder que abate os inimigos, sendo feito juízo sobre aquele animal, sendo ele e tudo que resulta dele destruído.

Não lemos que fosse necessária uma guerra para que isso aconteça, bastou a palavra daquele que estava no trono.

v. 13
Na sua  visão Daniel vê que alguém que possuía a dignidade e honra da Divindade se apresenta neste tribunal.

Um como  “filho de homem”. Este é o Senhor Jesus, (Ele mesmo se  considerou o Filho do Homem) que Daniel vê como semelhante a um homem.

Nesta altura Daniel estava vendo a Cristo que ainda não tinha sido revestido da Sua natureza humana, mas que ele já via como semelhante ao homem.

v. 14
A esse que era como filho de homem, foi lhe dado domínio, glória e o reino eterno, o qual jamais passará ou será destruído.

Vss. 15-18  A interpretação.

Daniel fica perturbado e pede que lhe seja dada a explicação desta visão.

A explicação dada foi bem clara. Os 4 animais eram 4 impérios que depois de serem destruídos, seguir-se-ia um reino que haveria de ser eterno.

Vss 19-22

A curiosidade de Daniel então centra-se no quarto animal devido ao seu aspecto aterrador e ainda por o seu pequeno chifre que sendo mais pequeno que os outros dez, se tornou no maior e mais forte possuindo um poder inigualável.

Esse pequeno chifre representa aquele que será como nenhum outro ser humano (olhos e boca) o maior opositor de Deus e do Seu povo. (v. 21)

Deste quarto império que é Roma, e que estará activo (como, não se sabe bem) no fim dos tempos, surgirão 10 reinos (chifres).

Não será propriamente o império restaurado, mas seus sucessores entre os quais surgirá este pequeno reino liderado por um homem presunçoso e agressivo que ao surgir logo abaterá 3 daqueles 10 (v.24).

A sua força de influência será mundial e a sua arrogância será tal que ele conseguirá mudar tudo aquilo que Deus ordenou, tornando aqueles dias terríveis para o povo de Deus.

v. 25

Porém o seu tempo será limitado por Deus que terá o seu fim ao cabo de 1 tempo, tempos (2) e meio tempo. Ou seja, 1+2+0,5=3,5.

Representa segundo o estudo das profecias do apocalipse e das 70 semanas de Daniel que estudaremos mais adiante, a segunda metade da grande tribulação que será de 7 anos.

v. 26

Sobre este aparente poder invencível, é Deus que o vai fazer parar, e o vai destruir.

O mal não irá nem poderá vencer, mas será o bem que vai permanecer. Deus usando o poder da Sua palavra irá vencer e acabar de uma vez para sempre com o mal.

v. 27

Seguir-se-á então  um tempo sem fim em que um só será Senhor sobre todos, não havendo mais quem se lhe oponha.    

DANIEL 8:1-27
O CARNEIRO E O BODE

Esta é a terceira visão acerca do futuro que Daniel recebe.

1ª A interpretação do sonho de Nabucodonosor / Estátua (cap. 2)
2ª O sonho dos 4 animais / 4 Impérios (cap. 7)
3ª A visão (diurna) o Carneiro e o Bode (cap. 8)

Vs. 3-14 Ele vê um Carneiro que possuía 2 chifres em que 1 deles se torna maior.

No verso 20 é descrito que o carneiro e seus dois chifres são o Império Medo/Persa.

A história confirma que estas duas nações se ergueram e causaram a queda da Babilónia.

Dário que era Medo foi o primeiro governante (chifre) deste império. A situação durou pouco, pois logo, os Persas ascenderam ao poder por meio de Ciro.  (Daniel ainda viveu durante este tempo e sob estes dois reis 6:28)

Daniel vê um carneiro, isto porque era esse o símbolo da Pérsia.

Na sua visão Daniel vê este carneiro como seria característico de um normal carneiro; dando marradas e pulando em todas as direcções, excepto para leste (v.4).

Também nisto e uma vez mais a história, confirma o profetizado. Este império fez muitas conquistas de território, não tendo sucesso na direcção a leste e o que conquistaram, logo e depressa perderam.

v. 5 De repente surge algo de novo que vem alterar esta situação. Do lado do Ocidente com grande velocidade surgiu um bode possuindo 1 chifre na testa.

v. 6,7 O bode dirige-se e atacando o carneiro e lança-o por terra, quebrando-lhe os seus 2 chifres.

v. 8 Na sua visão Daniel vê que este bode se engrandeceu muito e se vangloria de sua velocidade e conquistas, mas estando ele forte o seu chifre foi quebrado e no seu lugar 4 chifres nasceram.

De um desses 4 chifres surge um outro chifre que cresceu muito para sul e para oriente, e para a terra formosa que significa Israel. (v.9)

Quem era afinal este bode surgido do oriente tão rápido e poderoso, e que significam os seus 6 chifres, 1+4+1?

Vrs. 20-25
20 Aquele carneiro que viste, o qual tinha dois chifres, são estes os reis da Média e da Pérsia.
21 Mas o bode peludo é o rei da Grécia; e o grande chifre que tinha entre os olhos é o primeiro rei.
22 O ter sido quebrado, levantando-se quatro em lugar dele, significa que quatro reinos se levantarão da mesma nação, porém não com a força dele.
23 Mas, no fim do reinado deles, quando os transgressores tiverem chegado ao cúmulo, levantar-se-á um rei, feroz de semblante e que entende enigmas.
24 Grande será o seu poder, mas não de si mesmo; e destruirá terrivelmente, e prosperará, e fará o que lhe aprouver; e destruirá os poderosos e o povo santo.
25 Pela sua subtileza fará prosperar o engano na sua mão; no seu coração se engrandecerá, e destruirá a muitos que vivem em segurança; e se levantará contra o príncipe dos príncipes; mas será quebrado sem intervir mão de homem.

Seu primeiro chifre foi Alexandre Magno (o Grande) bem conhecido da história que bem jovem, aos 20 anos já liderava o exército da Grécia.

Alexandre tornou-se no homem mais poderoso da terra. O seu exército era o mais forte e bem treinado. Devido a isso, Alexandre conseguiu com rapidez subjugar a todos que ele deseja-se.

Devido às suas grandes conquistas, Alexandre torna-se arrogante, mas a sua arrogância dura pouco, ainda jovem e no auge do seu poderio morre de doença que se crê ter sido malária.

A partir de então o império foi repartido por 4 dos seus generais em que cada um dominou sobre uma das 4 partes do império.

1 – A Macedónia 2 – Trácia e Ásia Menor 3 – Síria
4 – Egipto.

Primeiramente a terra de Israel ficou sob domínio do Egipto em que governava Plotomeu um dos 4 generais.

Um dos sucessores de Plotomeu estando o seu reino enfraquecido, foi a situação aproveitada por um dos sucessores de Seleuco que governava a Síria, para conquistar território aos Plotomeus incluindo a terra de Israel.

Foi este o chifre pequeno surgido de que fala o v. 9.

Conforme relata a história e o livro apócrifo dos Macabeus, este personagem foi Antioco Epifânio.

Surgindo da Síria conquistou o Egipto. Seguindo para leste conquistou a Arménia e regiões próximas, invadindo a seguir a terra da Palestina.

Este homem foi o maior inimigo do povo de Deus até hoje.

Josefo o maior e mais conhecido historiador judeu dos tempos de Jesus relata alguns dos feitos deste Antioco, dizendo que ele perseguiu e matou muitos milhares de judeus, impedindo-os de seguirem as sua leis e de praticar os seus ritos religiosos, para impor a idolatria e o paganismo grego.

Saqueou o Templo, proibindo os sacrifícios. Profanou o Templo mandando sacrificar porcos e outros animais imundos, colocando uma imagem do deus grego Zeus, tudo como afronta e desafio aos judeus  e a Deus.

Este homem devido a este seu comportamento tornou-se  no tipo daquele que será no fim dos tempos o anticristo, profetizado no cap. 7 e 9, como  nas cartas de Paulo (II Ts. 2:3) e João (I João 2:18) e em Apocalipse 13.

Seus actos foram interrompidos por Judas Macabeu que com suas tropas libertou Jerusalém das suas mãos.

Segundo a história este homem morreu não em guerra ou por doença mas pelo desgosto provocado de que seu exército não pôde resistir à força dos romanos. Com base no v. 25 podemos dizer que foi Deus que interveio não permitindo que fizesse mais que o que estava determinado pelas profecias.

OS DOIS CHIFRES PEQUENOS DO CAPITULO 7 E DO CAPITULO 8

7:8 / 8:23-25

Poder-se-ão confundir estes dois pequenos chifres considerando serem o mesmo.

O chifre do cap. 7:8  e do 8:23-25 são diferentes personagens.

Daniel 7 fala do anticristo que surgirá nos últimos dias, enquanto Daniel 8 nos fala de Antioco Epifânio, personagem do passado mas que surge como um tipo do anticristo. A bíblia contém muitos tipos de personagens que haveriam de surgir mais tarde como anti-tipos.

O primeiro chifre emerge do quarto império (animal), enquanto o outro emerge do terceiro império, representado no bode e que é a Grécia.

É importante fazer esta distinção para impedir de se especular sobre datas ou de se fazerem contas, prevendo a data da vinda do Senhor Jesus ou do fim do mundo, como tem feito muitos, em particular os Adventistas do Sétimo Dia.

Os Adventistas caíram no erro crasso de confundir este chifre com o anticristo que surgirá no fim dos tempos fazendo a previsão mais absurda de dizer que Jesus haveria de vir em 1844.

Como viram que erraram e um erro leva a outro se não tivermos humildade de o reconhecer, corrigiram a data e voltaram a falhar, inventando a seguir uma falsa doutrina dizendo que Jesus veio de forma invisível e que agora está no Santuário no céu concluindo a salvação dos homens. Um enorme desastre estas afirmações!

AS DUAS MIL E TREZENTAS TARDES E MANHÃS

Vs. 13, 14

Um outro ponto em que erram e o erro torna-se mais grave porque a profecia já se cumpriu, estando mais que comprovado que assim é.

O que estes 2 versos referem é literal e refere-se exactamente ao assunto da interrupção dos sacrifícios no Templo.

As 2300 tardes e manhãs não são 2300 anos como os adventistas defendem e que os levou a dizer que a vinda de Jesus iria ser em 1844, mas são 2300 sacrifícios, ou seja 1150 dias, cerca de 3 anos que foi a altura em Judas Macabeu fez a purificação do Templo depois de profanado por Antioco Epifânio em 168 a.C..

Judas Macabeu em 165 a.C. fez a restauração e purificação do Templo voltando a recolocar tudo que tinha sido saqueado, consagrando de novo todas as coisas e reiniciando os sacrifícios e rituais segundo a Lei.
(estes acontecimentos podem ser confirmados no livro apócrifo de I Macabeus 1:41-64 e 4:36-60, para quem tiver Bíblia católica)

Devido a isso iniciou-se uma das festas judaicas mais importantes que ainda hoje é festejada; a chamada festa da Dedicação ou em hebraico “CHANUKA”. (Jesus participou nesta festa. (João 10:22)
O império grego termina com Antioco Epifânio em 168 (+-), resultado da intervenção de Deus, sendo quebrado sem mão como diz Dn. 8:25, e porque surge conforme profetizado, o quarto reino – o império Romano que durou até 476 d.C.

AS 70 SEMANAS DE DANIEL
Daniel 9:1-27
Introdução

Este é o capítulo mais importante da Bíblia no que respeita às profecias relativas ao fim dos tempos.

É também um dos textos mais polémicos e discutidos, havendo as mais variadas interpretações e ideias sobre o assunto aqui tratado.

Apesar de tudo, para um estudo a respeito de “Escatologia” (doutrina das últimas coisas) não podemos ignorar este capitulo sendo indispensável estudar o livro de Daniel, em particular este capitulo 9 que nos fala das 70 semanas.

Este capitulo fala de 3 coisas. 1 – Uma grande descoberta. 2 – Uma grande oração. 3 – Uma grande revelação.

A grande descoberta está relatada no v. 2

Daniel tinha sido trazido cativo de Jerusalém para Babilónia aos 14 anos de idade por volta do ano 605 aC.

Nesta altura em que acontece o que está relatado neste capitulo já tinham passado 78 anos e Daniel está com 82 anos de idade, sendo o ano 537, em que o Império Babilónico tinha terminado há pouco e estava a começar o Império Medo-Persa. (9:1)

Apesar de todos estes anos terem passado e de Daniel ter vivido naquele país estranho de tradições e costumes bem contrário aos princípios da vontade de Deus, nós vemos que Daniel continua firme e fiel à fé no seu Deus e Senhor.

Este exemplo é ainda mais notável já que isto assim sucedeu, apesar de Daniel ter chegado a ser naquela nação o segundo homem mais importante no tempo dos reis Dário e Ciro.

Daniel teve durante muitos anos a nível social uma posição elevada e invejável, sendo no tempo destes dois reis já citados o segundo homem mais poderoso abaixo do rei, tendo isso causado a inveja de alguns que estavam abaixo dele, os quais lhe criaram ciladas para o comprometer e acusar diante do rei, tendo conseguido que ele fosse lançado na cova dos leões, mas como lemos no cap. 6 Deus o livrou miraculosamente.

Apesar de todas as tribulações pelo que passou e pelo facto de mesmo ter chegado às posições mais elevadas na nação, Daniel não consentiu que isso interferisse, enfraquecesse ou minasse a sua fé.

Neste capitulo e com 82 anos, vemos Daniel por assim dizer, estudando a sua Bíblia. Não tinha certamente o número de livros que hoje conhecemos do VT, mas como se entende eram “livros”, sendo apenas citado o de Jeremias.

Daniel apesar de ser um dos grandes profetas que teve da parte de Deus visões e revelações, é de salientar o seu bom hábito e interesse em ler aquilo que Deus falara aos outros seus servos e que depois escreveram.

Daniel estava lendo os escritos de Jeremias. Jeremias era mais velho que Daniel. Daniel provavelmente quando em Jerusalém ainda criança terá visto e ouvido este profeta.

De uma forma que não é aqui referido chegou às mãos de Daniel o que Jeremias escreveu por revelação de Deus.
Lendo Jeremias, Daniel faz uma descoberta sensacional e que o deixou curioso e desejoso de saber algo mais sobre este assunto.

Ele já teria lido certamente outras vezes, esta mesma passagem, mas naquele dia ele compreendeu algo mais.

Jeremias 25:8-11

Daniel tornou-se numa testemunha para nós hoje de que esta profecia era verdadeira e se estava cumprindo.

A profecia de Jeremias 25 dizia que Deus enviaria o rei de Babilónia para ser o executante do seu castigo sobre Jerusalém, e que eles haveriam de servir Babilónia por 70 anos.
Duas coisas que convém dizer: 1 - É uma verdade que nesta altura o império de Babilónia já tinha terminado, mas o império que o sucedeu continuava a dominar sobre o mesmo território. 2 – Daniel descobre que o cativeiro de Jerusalém teria seu fim dentro de 2 anos.

Porquê este castigo de 70 anos?

II Crónicas 36:21 revela que a razão deveu-se ao não cumprimento do ano sabático.

Desde os tempos que Israel entrou na terra de Canaã, Deus determinou que o seu povo a cada 7 anos deveria deixar que a terra descansa-se, não semeando nem segando, podendo apenas colher e comer das novidades, eles e o seu gado, caso assim não fizessem seriam castigados por Deus.  Levitico 25 e 26

Durante quase 500 anos, que começam por altura do início da monarquia, Israel deixou de observar este preceito de Deus. Deve ter parecido que o tempo passava e Deus não cumpria a sua palavra, mas na devida altura que Deus entendeu enviou-lhes a “factura”, fazendo as contas, estavam em atraso 70 anos, sendo esse o castigo que Deus lhes deu fora da sua terra até que a terra descansa-se.

Ao continuar lendo Jeremias, Daniel chega ao que temos no cap. 29:10-14, em que Deus diz que depois desses 70 anos se voltaria de novo para eles cumprindo a sua promessa de os tornar a trazer de volta à sua terra.

Daniel apesar dos anos terem passado nunca esquecera Jerusalém, uma cidade que ele amava ao ponto de quando orava 3 vezes por dia, fazia-o voltado para a sua cidade amada.

Daniel deve ter ficado muito emocionado com esta descoberta, e mesmo apesar de não serem visíveis as condições exigidas por Deus para o fim deste cativeiro, Daniel confiou na promessa.

Ele não só confiou ficando à espera que tudo acontecesse. Ele agiu, não pensando no que os outros estavam fazendo.

Daniel agiu, prostrando-se e orando pedindo ao Senhor que Ele remove-se a sua ira de Jerusalém e fizesse voltar o seu povo.

As promessas de Deus são feitas para serem cumpridas, mas os que são do Senhor e que conhecem as suas promessas, tem o dever de se tornarem participantes dessas promessas, orando para que elas se cumpram, ou fazendo outra qualquer coisa que Deus tenha pedido.

Dentro de meses Dário não seria mais rei e como lemos em II Crónicas 36:22,23, Deus levantou a Ciro fazendo com que ele mesmo envia-se o povo de volta, como até lhes mandou reconstruir o Templo.

A oração de Daniel (vss. 3-19)

Trata-se de uma oração longa, mas o seu valor e importância não está  na sua extensão, mas no seu conteúdo.

Primeiro, não nos devemos esquecer que a oração faz parte dos propósitos de Deus para os seus filhos e que seja em que circunstancia for, mesmo quando se trate de promessas que Deus tenha feito, devemos sempre orar para que tal se cumpra.

(um exemplo claro é a vinda do Senhor Jesus, pela qual devemos orar: como fazia Paulo; Maranata, ora vem Senhor Jesus. I Cor. 16:22 e João. Ap. 22:20)

Segundo, as nossas orações devem ser feitas segundo a vontade de Deus. Para isso torna-se necessário que conheçamos essa mesma vontade, sendo para isso indispensável que conheçamos a Suas palavra.

Alguns podem achar que conhecer bem a Bíblia é algo sem grande importância. Desconhecer a Bíblia impede-nos de fazer a vontade de Deus e até de uma coisa tão simples, que é orar por certas coisas. Devido a desconhecermos a palavra de Deus não poderemos orar por essas coisas.

Os aspectos da oração de Daniel.

1 - Daniel começa logo por levar a oração muito a sério.         

 Ele tinha como lemos neste livro da Bíblia o hábito de orar. Para além desse hábito regular, ele segundo as situações requeriam, tinha períodos de oração especial, como aconteceu nesta altura. (v. 3)

2 - No v. 4 vemos que ele orava com reverencia.    

Como homem de Deus, Daniel tinha suficiente intimidade com Deus, sendo aparentemente normal que pudesse usar de uma linguagem mais informal, mas Daniel não se esquecia de que Aquele de quem se aproximava era o grande Senhor do Universo.

Por isso Daniel começa a sua oração dizendo: “Ah! Senhor! Deus grande e tremendo…”

3 – A contrição.

A sua oração revela humildade. Ele sempre foi um homem integro, nunca tomando parte dos pecados que confessa nesta sua oração, mas ele reconhece que não pode separar-se da nação e do povo a que pertence,  por isso ele confessa todos aqueles pecados como sendo seus também.

Esta deve ser a nossa atitude ao orarmos. Se há pecado no nosso meio, ou seja, no meio do povo de Deus, devemos orar sentindo contrição como tendo sido nós que pecamos. Não para acusarmos os outros ou para nos justificarmos a nós mesmos dizendo que não fomos nós, mas para fazer como Daniel.

4 - Daniel não se fica por uma confissão simples e genérica, mas aborda cada área específica dos pecados cometidos.

“Temos pecado contra ti…”  (v.8) “nos temos rebelado…” (v.9)  “não obedecemos à voz do Senhor…todo o Israel transgrediu a Tua Lei” vv. 10,11) “pecamos e obramos impiamente” (v.15)
Na sua oração Daniel reconhece que o castigo de Deus é justo. (v.14)

5 – Um outro aspecto da oração de Daniel é a sua confiança na misericórdia de Deus. Daniel reconhece a grandeza de Deus em justiça, mas também sabe quanto é grande em misericórdia.

v. 18 Aqui Daniel reconhece que não pode suplicar a Deus com base na Sua  justiça, por isso apela á Sua imensa misericórdia.

6 - Por último, Daniel é específico quanto aos seus desejos e pedidos.

Versos 16,17.

Daniel pede a Deus que retire a Sua ira de sobre Jerusalém e Seu povo e que sobre o Templo faça resplandecer o Seu rosto.

Para convencer  Deus a responder à sua oração, Daniel argumenta dizendo a Deus que a razão porque ele o deve fazer é porque este é  o Seu povo, Jerusalém é a Sua cidade e o Templo é o lugar onde Deus realizou e fez coisas grandes e tremendas no passado, e para que agora as faça também.

A oração termina no v. 19 de forma agonizante e de grande clamor.

“Ó Senhor, ouve; Ó Senhor, perdoa; Ó Senhor, atende e opera sem tardar; por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo se chamam pelo teu nome”.

Creio que muitas vezes as nossas orações não tem qualquer resposta da parte de Deus pela simples razão de não orarmos como Daniel o fez.

A grande revelação.

Em resposta à oração de Daniel seguiu-se a revelação.

O anjo Gabriel veio a Daniel para lhe dizer que aquilo que ele descobriu nos escritos de Jeremias sobre os 70 anos de cativeiro de Israel, não era o único 70 no programa de Deus para Israel e Jerusalém.

vv. 24,25. Em 70 setes (semanas) Jerusalém iria testemunhar 4 acontecimentos.

1 – O fim das transgressões e a reconciliação, (expiação) (A obra da cruz.)

2 – Depois e após os 70 setes virá a justiça eterna. (o Milénio)

3 – As visões e profecias seriam seladas. Significa isto que se darão por terminadas e cumpridas todas as coisas anunciadas e profetizadas.

4 – Finalmente, será ungido o Santo dos Santos. Ungido está relacionado com o Messias ou o Cristo (hb. ou gr). Ele é o Santíssimo Deus que como sabemos no fim dos tempos será ungido Rei sobre todas as coisas e sobre todos.
Depois de falar sobre estes 4 acontecimentos que acontecerão dentro destas 70 semanas, o anjo passa a explicar a Daniel que estas 70 semanas se dividem em 3 períodos.

O primeiro seria de 7 semanas. O segundo de 62 semanas. O terceiro de 1 semana.

O marco para o início do primeiro período começava com a saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém, realizando-se estas duas coisas dentro do espaço das primeiras 7 semanas, e isto sob tempos angustiosos. (v. 25)

Após o final das 7 semanas começa a decorrer o segundo período que será de 62 semanas, que vai até ao Messias, sobre as quais nada é predito, senão que, as 62 semanas terminam na morte do Messias. (v.26)

A seguir é dito não que começa a última semana mas que se dará a destruição de Jerusalém e do Templo, o que veio a acontecer e segundo os relatos históricos sucedeu cerca de 40 após a morte do Senhor Jesus no ano 70, após cerco e invasão por parte do império Romano liderado pelo general Tito.

Por este motivo e outros depreende-se que entre as 69 semanas e a septuagésima existe um intervalo de tempo a que muitos chamam de paragem do relógio divino. Paragem essa que dura já há c. de 2000 anos, não se sabendo quanto tempo ainda durará.

A SEPTUAGÉSIMA SEMANA

O número setenta na Bíblia não é exclusivo desta passagem. Existem outros setentas muito importantes e significativos.

O número 70 aparece frequentemente na Bíblia e está normalmente associado à administração de Deus sobre o mundo.

Exemplos: Gn. 10:1-32 Após o dilúvio, Deus repovoou o mundo a partir de 70 descendentes de Noé.

Foram 70 as pessoas que desceram ao Egipto com Jacob para fugirem da fome. Gn. 46:27 (destas 70 pessoas se originou a nação de Israel que voltou do Egipto 4 séculos mais tarde)
Durante a jornada pelo deserto foram elegidos 70 homens para ajudarem Moisés a administrar Israel. Nm. 11:16

O Senhor Jesus também chamou 70 discípulos e os enviou a prepararem o caminho para o seu ministério. Lucas 10:1

Israel e os seus 4 períodos.

A história de Israel está dividida em 4 períodos especiais que são sensivelmente iguais que constam de 70 semanas, ou seja, 490 anos.

1 – De Abraão à Lei dada no Sinai.

Começa com a chamada de Abraão (Gn. 12:4). Em Gl. 3:16,17 lemos que desde a promessa feita a Abraão à Lei passaram 430 anos. Quando Abraão foi chamado tinha 75 anos. Somando 430+75=505. dentro deste espaço da promessa, Abraão esteve 15 anos em incredulidade, isto porque não creu na promessa de que Deus lhe iria dar semente através de sua esposa Sara e procurou alcançar a promessa através da sua serva Agar que gerou Ismael. De Ismael a Isaac o filho da promessa vão 15 anos, que subtraídos aos 505, dá 490 anos. (Gn.16:1-4 / 21:5)

 2 – Da Lei à conclusão da construção do Templo.

Actos 13:18-22. No deserto 40 anos. Conquista da terra de Canaã (?) Desde a conquista da terra até o período de Juízes (?) Período de Juízes; 450 anos. Reinado de Saúl; 40 anos. Reinado de David; 40 anos. De Salomão à conclusão do Templo; 11 anos.

Depois de feitas as contas sobram 20 anos, que são provavelmente os anos que passaram entre o tempo da conquista da terra ao período do início de Juízes.

No total temos: 40+20+450+40+40+11=601

Dentro destes 601 anos houveram 111 anos de cativeiro.

Para certos efeitos, este é um dos casos, a Bíblia não conta como válidos os anos passados em incredulidade, na idolatria ou cativeiro. Esta é a contagem feita pela Bíblia em I Reis 6:1e38.

3 -  Declínio.

Segundo as contas, a data mais provável em que se concluiu a construção do Templo foi 1005 a.C. que veio a ser destruído por Babilónia. Neemias subiu a Jerusalém para a reconstrução no ano 445 a.C. o que dá 560 anos. Se tirarmos os 70 anos de cativeiro em Babilónia, temos mais um período de 490 anos.

4 – Da restauração à vinda do Messias e à consumação dos dias 70 anos, ou seja 490 anos.  Daniel 9:1-27

Daniel 9:24-27

As profecias do cap. 2 e 7 revelavam o futuro relativo ao mundo gentílico, enquanto que a profecia do cap. 9 fala mais directamente  acerca do futuro da nação de Israel.

Só será possível compreender correctamente Mateus 24 e Apocalipse dos capítulos 6 a 22, à luz das profecias de Daniel, em particular o cap. 9. A Daniel foi dada uma visão geral dos acontecimentos futuros relativos ao fim, enquanto que a João foram dados os detalhes dos mesmos acontecimentos.

A quem se referem as 70 semanas?

9:24  A Israel e não à Igreja.

Não devemos confundir ou misturar aquilo que se refere a Israel com o que se refere à Igreja, isto é um princípio muito importante e essencial à boa compreensão das profecias.

O significado de semana.

Neste e noutros casos encontrados no V.T. o termo semana não se refere a uma normal semana de 7 dias, mas trata-se de semana de anos, significa por isso que se trata de 7 anos e não 7 dias.

4 Razões para se fazer esta afirmação.

1 –  Os acontecimentos relatados não caberiam num espaço de 70 semanas normais de dias, que  perfazem menos de um ano e meio.

2 -  No original o anjo não fala em 70 semanas, mas de 70 setes.
A palavra “semana” usada aqui no original é diferente como por exemplo no cap. 10:2,3, em que é acrescentada a palavra “yamin” que significa dias.

3 – A expressão semana de anos é Bíblica, fazendo várias vezes parte do vocabulário de Deus. Ex. Levitico 25:8 – Gn. 29:25-30.

4 -  Jesus ao falar sobre o futuro e o fim do mundo, citou as profecias de Daniel, o que prova que as referidas profecias ainda não estavam completamente cumpridas, o que no caso de serem semanas de dias normais, essas já teriam passado, mas de anos ainda não, provando ainda que o que falta cumprir-se é a última semana.

Partindo destas 4 razões, facilmente se conclui que as 70 semanas são de anos e que por isso representam 490 anos.

Existe mais um pormenor a não ser esquecido, o de que o ano profético não é de 365 dias como os nossos de hoje, mas de 360 dias, como era nos tempos antigos em Israel, devido ao calendário ser lunar e não solar como hoje.

Isto é confirmado ao compararmos Ap. 12:6 e 13:5, em que 1260 dias dá 42 meses e os mesmos perfazem 3 anos e meio. Assim como em Génesis 7:11 e 8:3 em que se usa a expressão 5 meses e logo no mesmo capítulo isso equivale a 150 dias. (5x30=150)


A DIVISÃO DAS 70 SEMANAS

Voltando à divisão destas 70 semanas, vemos que se dividem em 3 grupos; 1 – 7 semanas. 2 – 62 semanas. 3 – 1 semana.

7 semanas         =   49 anos
62 semanas     = 434 anos
1 semana         =     7 anos
TOTAL           490 anos

O PRIMEIRO GRUPO

7 semanas ou 49 anos (v. 25). Começaria a contar a partir da saída do decreto para a reconstrução de Jerusalém, até à reconstrução da mesma.

Conforme o descrito em Neemias 2:1-8, esse decerto foi feito pelo rei Artaxerxes no ano 445 a.C.

O SEGUNDO GRUPO

62 semanas ou 434 anos (vs.25,26). Neste período surgiria o Messias (Ungido), que o verso dá a perceber seria morto.

Depois, e como consequência dar-se-ia a destruição do Templo e da cidade e como diz a profecia, até ao fim haverão guerras.

Os 434 anos (62 semanas) vão desde o ano 396 ao ano em que Jesus foi morto. Cerca de 40 anos depois no ano 70, deu-se a destruição do Templo e de Jerusalém por parte dos Romanos (o povo do príncipe – o anticristo), que conforme diz o v. 26 sucederia depois das 62 semanas e da morte do Ungido.

Vemos que depois das 69 semanas (v.26) existe um tempo indefinido até à septuagésima semana com guerras e assolações que como se percebe não é contado como fazendo parte das 70 semanas, que como sabemos, este tempo vai já em 2000 anos.

Este é o tempo em que está sendo edificada a Igreja, o povo de Deus celestial chamado de a Noiva de Cristo, povo este que é constituído de todos os povos e que substituíram Israel devido a terem rejeitado o Messias que lhes foi enviado.

Toda a profecia diz respeito a Israel. Presentemente o tempo em que vivemos não faz parte da profecia, mas diz respeito à Igreja, não contando para o plano profético. Só ao terminar o tempo da Igreja com o arrebatamento, irá recomeçar a contagem profética.

A Bíblia contém exemplos idênticos em que existem longos intervalos entre o que diz uma mesma passagem.

Is. 61:1,2 / Lucas 4:16-20 Esta foi uma profecia da qual uma parte se cumpriu 700 anos depois. passados 2000 anos ainda não se cumpriu o restante.

Isaías 9:6,7  Este é outro exemplo. Cumpriu-se o nascimento do menino, mas falta cumprir-se a época do Deus Forte, em que Jesus será Senhor absoluto sobre toda a terra.

Génesis 1:1,2  Entre estes dois versos passou um enorme espaço de tempo que não se sabe quanto.


O INICIO DA SEPTUAGÉSIMA SEMANA

Daniel 9:27

Aqui temos o início da última das 70 semanas. Sete anos em que 5 coisas importantes irão ter lugar.

1 – Ele, o príncipe do povo de que fala o verso 26 que destruiu o Templo e a cidade, o personagem que no N.T. é conhecido como anticristo.

Ele, fará uma firme aliança com muitos – Israel, por uma semana.

Provavelmente uma imitação e falsificação da aliança que Deus prometeu fazer com Israel em Jr. 31:31-33.

2 – A meio da semana, ele mesmo quebrará esse pacto. (Dn. 7:24,25 Ap. 11:2/12:6,14. Fará cessar o sacrifício e oferta de manjares. Daqui se depreende que o Templo estará construído.

3 – Começará então a grande assolação sobre Israel e o mundo, que o N.T. chama de Grande Tribulação. Assolação na Bíblia é usado algumas vezes para significar ídolos. Dn. 11:31 Mt.24:15.

Provavelmente esta assolação está relacionada com a colocação de um ou mais ídolos no lugar Santo, ou seja no Templo, o que é de esperar aconteça.

4 – O anticristo terá então o seu tempo, mas no tempo previsto por Deus sobre ele também virá a destruição.

5 – Esta destruição  que virá sobre o assolador – o anticristo, será feita não por Israel ou mão humana, mas como diz Ap. 16:16-21, será Deus a fazê-lo na grande batalha de Armagedom, no momento em que Jesus regressará à Terra descendo no Monte das Oliveiras. (Zc. 14:1-5) Vindo desta vez em poder e glória para destruir os Seus inimigos.

É assim que irá terminar a septuagésima e última semana, em que se cumprirão todas as profecias feitas acerca de Israel e do fim do mundo, em que o Senhor Jesus virá em auxilio do Seu povo Israel destruindo seus inimigos, a Besta e os seus exércitos. Julgará depois as nações e implantará o Seu Reino Milenar, em que Satanás será amarrado  sem qualquer acção.

Após os mil anos Satanás será solto por um pouco, voltando de novo a tentar impedir os planos de Deus, mas nada conseguirá.

Desta vez o diabo será eliminado por Deus definitivamente lançando-o no lago de fogo de onde jamais sairá.

Segue-se o julgamento final de todos os homens que já estavam no inferno, mas que depois deste julgamento serão lançados no mesmo lugar em que foi lançado o diabo e seus anjos – o lago de fogo.

Então será estabelecido o Estado eterno onde o bem existirá para todo sempre. A perfeição, o gozo e a felicidade jamais terão fim.

Falando  mais um pouco, muito resumidamente sobre esta semana que são os últimos 7 anos das 70 semanas, direi que é a única que ainda está por cumprir e que se irá iniciar logo após o arrebatamento da Igreja, quando o Senhor Jesus vier aos ares. (I Ts. 4:17)

É também o tempo que foi predito pelo Senhor Jesus como de Grande Tribulação. (Mt. 24:21) Ou no VT conhecido como o Dia do Senhor. (Is. 13:9 Joel 2:11,31)

Terá duas partes distintas.

A primeira de aparente paz. (Ap. 6-9, o principio das dores)

A segunda terrível. Com perseguição feroz por parte do anticristo aos santos do Senhor e os castigos e pragas terríveis enviadas por Deus sobre os homens, conforme se lê em Apocalipse entre os capítulos 10 a 18.

Assim  se fecha  o período das 70 semanas que fala da vitória final de Deus sobre todos os inimigos.

Os últimos cap. de Ap. revelam o que seguidamente irá acontecer.

Setembro de 2007
Carlos A. Oliveira
 
© 2007 Igreja Evangélica em Algeriz