Quando se fala em sacrifícios em relação a Deus, normalmente as pessoas pensam logo em coisas como, passar fome e sede, fazer uma peregrinação longa e custosa, andar de joelhos até que os joelhos sangrem, viver sem qualquer conforto, dormindo no chão, fazer coisas que causem sofrimento ao corpo, etc. etc.
Grande parte das pessoas até acham que isto é do agrado de Deus e que através de tais coisas, até podem obter misericórdia e perdão da parte de Deus.
A palavra de Deus em lugar algum diz tal coisa ou pede tais tipos de sacrifícios.
No tempo de Jesus, os fariseus muito embora não praticassem sacrifícios físicos, no entanto eles davam maior importância a alguns preceitos da Lei, como p.ex. o jejum ou o dizimo e ignoravam o que realmente era mais importante, que era a justiça e a misericórdia, como lhes disse Jesus.
Vemos em muitas passagens bíblicas que para Deus, mais importante que sacrifícios de ordem física ou material, são os sacrifícios espirituais.
Mateus 12:1-7 para os fariseus guardar o sábado era algo da máxima importância, sendo até um dos mandamentos de Deus, mas eles no seu “zelo” pela guarda do sábado esqueciam que havia coisas mais importantes que o sábado, como amar o próximo e a Deus. Marcos 12:33
A Lei ensinava que o povo de Israel deveria praticar determinados sacrifícios, para que assim Deus se agrada-se deles e os abençoa-se.
Será que isso diz respeito a nós hoje?
Hebreus 9:24-26
A respeito dos sacrifícios pelo pecado que a Lei requeria, em que se ofereciam animais em holocausto, fica bem claro no N.T. que o Senhor Jesus ao se oferecer a Si mesmo na cruz aniquilou o pecado, não havendo por isso mais necessidade de se oferecerem sacrifícios. Hebreus 10:1
Como sabemos o sangue dos animais oferecidos no V.T. apenas cobriam temporariamente os pecados dos homens.
Relativamente ao sangue do Senhor Jesus, ele não cobre o pecado mas TIRA o pecado do homem definitivamente, de uma vez para sempre. Hebreus 9:11,12
Perante isto, que tipo de sacrifícios devemos nós hoje fazer?
Como já lemos em hebreus, não devemos fazer sacrifícios (sejam quais forem) pelos pecados.
Por vezes há pessoas que pensam poder fazer alguma coisa para desconto de seus pecados. A Bíblia é clara quanto a isto. O único sacrifício válido para perdão de pecados é o sacrifício do Senhor Jesus.
Só quando alguém reconhece esta verdade diante de Deus e se arrepende dos seus pecados, e confia que apenas o sacrifício do Senhor Jesus pode tirar os seus pecados, então essa pessoa é perdoada e consequentemente é salva.
No V.T. só os sacerdotes podiam realizar os sacrifícios. As pessoas traziam suas ofertas aos sacerdotes e eles então as ofereciam a Deus.
I Pd. 2:5 hoje todos os crentes são considerados por Deus sacerdotes e como sacerdotes, todos podemos e devemos oferecer sacrifícios.
Como os sacrifícios da Lei foram abolidos devido ao sacrifício do Senhor Jesus, Pedro então fala aqui que tipo de sacrifício nós devemos oferecer, a que ele chama de sacrifícios espirituais.
Alguns exemplos de sacrifícios espirituais. Hb. 13:15 Gl. 2:19-21 II Cor. 8:5
Romanos 12:1,2 “Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”
Esta passagem é das mais claras e expressivas acerca do que é o sacrifício que mais agrada ao Senhor, e que nos é pedido.
Se analisarmos bem todos os sacrifícios que se façam acabam por ser cómodos e fáceis de fazer, em comparação com o que Paulo diz aqui.
O melhor sacrifício que Deus espera de nós é este: oferecermo-nos a nós mesmos em sacrifício.
A grande parte das pessoas está disposta a fazer os maiores sacrifícios, mesmo até a dar parte dos seus bens, mutilar seu corpo… mas poucos estão dispostos a se oferecerem a si mesmos a Deus. Aquilo que Paulo aqui fala está em contraste com o que era o costume e tradição no judaísmo. Havia entre eles o costume dos sacrifícios em que se ofereciam coisas. Um animal, frutos da terra, bens materiais, etc.
Agora tinha começado uma nova ordem de culto em que Deus não pede animais ou outras coisas, mas pede que nos ofereçamos a nós mesmos.
Não o que alguns pensam. Alguns pensam que oferecer-se a Deus é dar a sua vida num acto heróico suicidando-se com uma bomba ou de outra forma qualquer, mas este sacrifício consiste numa atitude de vivermos cada dia para Deus.
Vivermos em santidade (sacrifício santo) mantendo nossos corpos e mente puros, em oposição aquilo que o mundo quer que façamos. Não nos podemos conformar com o mundo, mas viver conforme os preceitos e valores da palavra de Deus.
Como sabemos o mundo está sempre em contradição com os princípios e valores de Deus, mas nós muito embora isso nos possa ser difícil, não nos devemos conformar ao mundo.
Como já lemos em I Pd. 2:5, nós vivemos num tempo de sacerdócio universal. Isto é, todos nós somos chamados a ser sacerdotes. Como sacerdotes temos de exercer o ofício, que é o de servir a Deus oferecendo sacrifícios a Deus.
Não sacrifícios de animais, sacrifícios físicos ou materiais, mas sacrifícios espirituais, porque esses são os que verdadeiramente agradam ao Senhor.
Que o Senhor nos ajude e dê Sua graça para o servirmos dignamente conforme o Seu agrado. Amén